A falta de médicos foi o pretexto para antecipar o encerramento do Serviço de Atendimento Nocturno no Centro de Saúde de Caminha já a partir de final deste mês.
Dois médicos atingiram o limite de idade e já não podem ser obrigados a realizar urgências nocturnas, pelo que a tutela aproveitou a oportunidade para implementar a medida já contratualizada com a Câmara de Caminha, logo que todas as outras valências estivessem asseguradas.
Seriam elas a entrada em funcionamento da Unidade Móvel de Saúde (UMS) que o Ministério da Saúde veio entregar a Caminha no decorrer de um acto realizado em Vila Nova de Cerveira há três meses atrás e de uma ambulância SIV (Suporte Imediato de Vida), a qual já se encontra em Valença a dará cobertura a Caminha, segundo nos revelou Amílcar Lousa, director do CS de Caminha.
Contudo, a UMS que a própria Câmara anunciou como já estar a operar na Serra d'Arga -embora ainda sem médico-, não se encontra ainda em funcionamento, segundo conseguimos saber.
Está apenas a realizar inquéritos durante três tardes à semana e tudo aponta para que este diagnóstico da situação da população se prolongue durante um ano.
Neste clima de incertezas e incumprimentos das promessas e acordos estabelecidos entre Autarquia e Estado, geram-se os mais desencontrados boatos
Segundo o C@2000 apurou, apenas haverá um sistema de consulta aberta entre as 8 horas da manhã e a meia-noite, ignorando-se ainda se este serviço incluirá pequenas cirurgias e tratamentos, o que implicará deslocações ao Hospital de Viana do Castelo, saturando ainda mais os serviços de urgência desta unidade hospitalar, se a eliminação deste apoio médico se concretizar.
Outra das indefinições existentes prende-se com o fecho da entrada da actual urgência, passando os utentes a aceder pela porta das consultas, entre as 20 e as 24 horas.
Segundo nos revelou Amílcar Lousa, é provável que os acessos se façam pelo módulo das consultas diurnas, embora os utentes sejam atendidos nas dependências das actuais urgências.
Outro dos temores da população, perante o crescente recuo dos direitos no campo da saúde, será o de nem sequer haver consulta aberta entre as 20 e as 24 horas logo que o verão terminar, situação que o director do Centro de Saúde de Caminha negou.
Depois do fim dos internamentos, das urgências, das operações cirúrgicas, dos serviços de atendimento permanente e (quem sabe?) num futuro próximo, da nova modalidade das consultas abertas, o que nos restará?
- Viaturas (ambulâncias) a deslocarem-se ao domicílio em caso de necessidade urgente, se não houver coincidência de urgências noutros pontos onde o SIV intervém.
-Quando será que mudam também o nome ao Serviço Nacional de Saúde?
-Ou extinguem-no mesmo….