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REMO Sporting Club Caminhense dominador em Shell/8 Oito Júnior vai representar Portugal na Coupe de la Jeunesse Antigos remadores apostados na revalidação de títulos
O Sporting Club Caminhense evidenciou superioridade em Oito Júnior e Sénior no decorrer dos Campeonatos Nacionais de Velocidade que decorreram em Montemor-o-Velho no passado fim-de-semana, confirmando-se uma vez mais a apetência verde e branca para a conquista de títulos neste tipo de barco. DUAS GRANDES VITÓRIAS" Para Henrique Baixinho ("Mina"), técnico destes dois escalões, os resultados foram "positivos", porque os dois oitos constituíram sempre a "grande aposta" para estes campeonatos, embora também tivessem tentado apresentar um Oito Ligeiro, mas resultou impossível de concretizar porque "não conseguimos juntar toda a malta a tempo". Satisfeito com esta duas "grandes vitórias", graças à grande dedicação do Oito Júnior desde o início da época, resultando ser "uma equipa unida, cujo resultado em Orio já foi evidente", realçou o facto de apesar de terem alinhado na pior pista em Montemor-o-Velho (pista um), com vento lateral, conseguiram vencer por um comprimento de diferença, tal como sucedeu com o Oito Sénior, embora o Caminhense e o seu principal adversário -o Náutico de Viana-, tenham largado lado a lado, não havendo portanto influência do sempre determinante vento lateral. Comentando a vitória no Oito Absoluto, "Mina" explicou que nunca chegaram a medir a real valia do Náutico de Viana -a despeito do muito que se dizia sobre o que andavam- pelo que "preparamo-nos bem para não haver qualquer surpresa". Ao contrário do que vinha acontecendo em anos anteriores, em que o Náutico "fugia sempre na largada", desta vez "foi o Caminhense que foi para a frente e eles não souberam andar atrás". A vitória no Shell/4+ Júnior acabou por se tornar fácil e em Shell/4- Júnior, obtiveram um 2º lugar, "tendo recuperado bem da quarta posição, sendo a única tripulação que tinha desdobrado, depois de terem feito o 8", explicou. Em seniores, "ficámos em 3º lugar em Shell/4-, indo eu com a juventude que tinha passado de júnior a sénior e acho que fizemos uma boa prova", mas em relação ao 2+, "esperava mais um pouco, porque nos 500 metros finais vinham dois barcos à frente, mas não conseguiram dosear o esforço e o Cerveira foi campeão nacional". No compito final da época, o balanço feito pelo técnico e ainda remador é "positivo", nomeadamente a vitória nos dois oitos. REPORTAGEM NA PISTA Com ventos a favor, estes nacionais de remo estiveram bem no plano de águas, com uma boa prestação desportiva e uma imagem de organização deplorável, valendo o público assistente que viajou de Caminha em autocarro, para preencher um pouco da pequena bancada existente no local e lhe dar um ar mais vivo e alegre à competição. No domingo, nas finais do remo absoluto, estranhou-se o facto da entrega de medalhas ser realizada consecutivamente por, apenas três entidades presentes, o Presidente da Federação Portuguesa de Remo, o Vereador do Pelouro do Desporto da Câmara Municipal de Caminha e o Presidente da Associação de Remo de Viana do Castelo. Ou esta Federação não convidou mais ninguém ou então as entidades que normalmente acompanham estes eventos desportivos de grande destaque nacional começam a alhear-se da sua existência. Em anos anteriores, existiam catálogos, brochuras, flyer´s e até uma Revista da Federação Portuguesa de Remo que era entregue nestes campeonatos. Hoje, para se acompanhar o decorrer das regatas, temos uma folha de fotocópia que nos é cedida por grande favor. A Pista está balizada com o sistema albano, apenas no espaço compreendido entre a meta e os 1000 m, porque, segundo informações no local, a Federação Portuguesa de Canoagem a mantém minimamente a funcionar. As equipas eram avisadas pelos juízes árbitros no alinhamento para tentarem entrar nas pistas correspondentes quando chegassem aos 1000 m, o que é caricato ou até inédito no remo internacional. Coitados dos timoneiros, mas o que dizer das equipas sem eles. Esta Federação está a precisar de ideias novas e de gente que possa suportar estas difíceis realizações. O remo não morreu, mas necessita de novas perspectivas.
8+H
4+H
4-H
Esta equipa do Náutico de Viana vencedora desta boa regata é composta por dois elementos que remaram muitos anos em Caminha, Jorge Machado e Carlos Lima. A prestação foi muito boa, destacando-se logo de início e assegurando o primeiro lugar, com uma boa técnica e um bom conjunto anímico esta tripulação ligeira venceu com naturalidade o Galitos e o Caminhense. 4XH
2XH
2+H
2-H
1XH
8+F
4XF
2XF
4-F
2-F
1XF
Nos Pesos Ligeiros, Galitos e Fluvial levam dois títulos de Campeão Nacional, enquanto que o Ferroviário e Sport levam um. Estranha-se a não presença do Caminhense nesta importante categoria, que nos poderá, efectivamente, levar no futuro a participar nos Jogos Olímpicos, tal como já aconteceu num passado recente.
O Infante dominou esta categoria, mas é importante também realçar o título do Skiff Caminhense. Esta remadora do Porto que defende as cores de Caminha, dominou completamente a regata desde a primeira remada, levando o remo feminino caminhense ao mais alto do pódium nacional.
Caminhense e Académica dominam nos Juniores masculinos Ao vencer o shell de 8 e o shell de 4 c/ tim o Caminhense marcou uma excelente participação neste escalão masculino. A Académica também esteve muito bem ao conquistar três títulos nacionais. Os jovens de Caminha estão de parabéns pela prestação desportiva.
Os títulos repartiram-se nos Juniores femininos É importante realçar a conquista do Skiff por parte do Sport que começa a ser uma constante nos vários escalões da modalidade e uma afirmação deste clube neste tipo de barco. OITO JÚNIOR SERÁ O ÚNICO REPRESENTENTE PORTUGUÊS
Três dias depois de concluído o Campeonato Nacional, foram realizados testes na pista de Montemor, com o objectivo de apurar barcos para a Coupe de la Jeunesse que se decorrerá em Julho na Irlanda. Embora seja uma representação nacional, os clubes puderam apresentar-se com as suas tripulações completas e o Caminhense correu com o seu Oito Júnior acabado de se sagrar Campeão Nacional. O tempo exigido pela Federação era de 6'30'', mas o Caminhense fez 6.09, ultrapassando largamente a meta estabelecida, esperando-se agora que a Federação diligencie no sentido de transportar o barco do clube até à Irlanda, de modo a que não fique à mercê de empréstimos de ocasião, sempre perniciosos. Henrique Baixinho sublinhou que o tempo realizado agora pelos oitos remadores juniores baixou imenso, comparativamente ao cronometrado numa pista em Espanha, "fazendo tempo de seniores" pelo que não constituiu surpresa o apuramento. Mostrou-se confiante num bom resultado, beneficiando da proximidade desta regata com o Campeonato do Mundo, o que impedirá que as melhores equipas participem na Coupe. ANTIGOS REMADORES APOSTADOS
Ex-remadores do S.C.C. regressaram à competição, depois de terem conquistado inúmeros títulos no passado. A ideia surgiu do antigo timoneiro João Afonso, e após começar a contactar outros companheiros deste desporto, reuniu um lote deles preparados para formarem dois oitos, na classe B e E, conforme as suas idades.
Henrique Baixinho evidenciou a sua satisfação pela movimentação que os antigos atletas vieram dar ao remo caminhense, "havendo muitos amigos que os vêm ver treinar e já se preparam para ir vê-los nos Nacionais de Veteranos que se realizam em princípios de Julho", estando já a ser preparada uma camioneta da R. dos Pescadores, de onde são provenientes as novas/velhas e gloriosas aquisições do Caminhense. Um destes "jovens" vai remar a proa e aos 73 anos não duvida que vai conseguir mais uma medalha a juntar às que conquistou nos anos 50/60, antes de ir para França.
Salvador Valadares, entre muitos risos, explicou que "vim parar aqui porque o João Afonso, a todo o risco, disse-me que tinha que vir e aqui estou e estou a gostar".
"Não noto que tenho 73 anos", disse-nos quando o interpelamos sobre as dificuldades encontradas, comparativamente ao tempo em que remou entre 1956 e 64, juntamente com o "Zé Menino, Lila, Faísca e outros".
Foi por quatro vezes seguidas campeão em Shell/8, sendo que em 1957 venceram em 4 e 8, pelo que não estranha as modernas embarcações.
Muitos deles ainda usando meias de lã dos tempos em que os finca-pés eram de madeira, são agora motivo de atracção redobrada para todos os que apreciam a modalidade e querem recordar antigos campeões que prometem não desiludir.
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