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13 MILHÕES DE EUROS OPOSIÇÃO PEDE "SOLIDARIEDADE" EM TEMPOS DE "CRISE" E JÚLIA PAULA APONTA "TGV E OTA" COMO MAUS EXEMPLOS
A Câmara de Caminha está envolvida em dois projectos que permitirão intervir em vários pontos do litoral caminhense, mercê da aprovação de duas candidatura envolvendo 13 milhões de euros.
"Optei por intuição" e terá acertado, segundo assinalou Júlia Paula no decorrer da última reunião camarária, em referência à adesão à "Valimar", o que lhe terá agora permitido obter comparticipações financeiras avultadas que lhe permitirão levar por diante alguns planos de valorização do litoral marítimo. Precisou, contudo que nunca desprezou o rio Minho, dando como exemplo um projecto em perspectiva para o rio Coura, em conjunto com as câmaras de Paredes de Coura, Cerveira e Arcos de Valdevez. "LAPSO PREMONITÓRIO" A autarca, recordando o acto da sua primeira tomada de posse em 2002, em que citou Caminha como sendo uma vila, definiu esse "lapso premonitório", como que uma visão daquilo que viria a confirmar-se mais tarde, com a aprovação do Programa "Polis" (cidade, em grego) do Litoral Norte, que lhe permitirá dispor de parte de um bolo de 11 milhões de euros dos fundos estruturais. Através destas verbas do QREN, Caminha -"que não é uma cidade", frisou a autarca, "mas tem valor de cidade", poderá requalificar as áreas marítimas de Caminha e Vila Praia de Âncora, de modo à "valorização e requalificação ambiental e urbana, dinamização de actividades turísticas, culturais, de lazer e outras intervenções que contribuam para o desenvolvimento económico e social da sua área de intervenção". Para o efeito, será criada uma sociedade para a gestão, coordenação e execução dos respectivos projectos, em que 51% do capital será do Estado, 18% do município de Viana do Castelo, 20% de Esposende e 11% de Caminha. Sempre que o Estado comparticipar com 75% do capital estimado para cada projecto, cada município deverá assegurar 25%, sendo que com a verba (cerca de 3 milhões de euros) arrecadada com a alienação da comparticipação camarária no Empreendimento das Eólicas da Espiga, Caminha poderá suportar com algum conforto a sua quota-parte nos projectos agora anunciados Assinale-se que as marginais de Caminha e Vila Praia de Âncora deverão ser as prioridades neste concelho.
A par do Programa "Polis", a Câmara já garantiu igualmente 2 milhões de euros para a requalificação da Mata da Gelfa, em Âncora e do Parque Ramos Pereira, em V. P. Âncora incluindo a eco-via, dentro do Plano de Ordenamento da Orla Litoral. Em termos de obras públicas, o vereador Flamiano Martins informou ainda que vai ser dado início a uma obra na R. da Liberdade, em Lanhelas, de modo a pôr cobro a um caso de saúde pública. Este vereador deu conta que está em marcha uma campanha de sensibilização da população para a defesa da floresta, através da prevenção de fogos, para o que conta com o voluntariado jovem, a par da realização de acções de esclarecimento em diversas freguesias. Aproveitou ainda para louvar as escolas que desenvolveram múltiplas actividades neste campo. PEDIDA "SOLIDARIEDADE"
Em tempos de crise, o vereador da oposição Amílcar Lousa pediu "solidariedade" ao Executivo social-democrata e contenção nas obras que venha a desenvolver este ano e no próximo, ao admitir que a proximidade das eleições venha a revelar um avolumar de projectos que permita favorecer quem está no poder. Referiu que os "desprotegidos" devem ser colocados como prioridade no atendimento a conceder-lhes e não as obras, dando como exemplo a seguir a diminuição das taxas, porque, conforme sublinhou, "para nós o que contam, são as pessoas e a famílias". GOVERNO DEVE DAR "EXEMPLO" Júlia Paula aproveitou logo para retirar dividendos políticos do repto lançado por Lousa, começando por "admirar a sua coragem ao cortar com a política do Governo", dando como exemplos os volumosos investimentos que se pretende avançar, como será o caso do TGV, OTA e outros projectos, referindo que o Governo é que tem de começar a seguir esse rumo, porque "são sempre os mesmos a pagar a crise", mas, no final, "o povo é que avaliará" o desempenho de cada um, frisou. Recusando admitir que compita aos municípios "alterar" o rumo da crise, aproveitou para dizer ao vereador socialista que o atraso de um ano no início da aplicação do novo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) é que originou a precipitação de projectos e não o "eleitoralismo" de que o seu adversário falava. E em termos de solidariedade, respondeu que tem sido o seu Executivo a evidenciar tal, ao impedir que as grandes superfícies se instalem no concelho, o que acarretaria prejuízos ao pequeno comércio. PROJECTO DA NOVA LOTA PRONTO
Amílcar Lousa tinha ainda pedido informações sobre o desenvolvimento da 2ª fase da obra do Portinho. Segundo sabe o Executivo, o projecto encontra-se em alteração (lota) e estaria atrasado, fazendo votos para que "se faça em tempo útil" para usufruto dos pescadores e das vendedoras, a par do desenvolvimento de toda a área. Rejeitou responsabilidades no atraso, depois de terem passado a estrutura de venda provisória a definitiva, cujo encerramento vem ocasionando deterioração. No entanto, segundo o C@2000 apurou, já existe projecto aprovado, faltando agora implementá-lo. FÉRIAS ACTIVAS A partir da próxima Segunda-feira, abrirão as inscrições para as Férias Activas deste ano, destinadas aos jovens do concelho, segundo revelou o vereador Paulo Pereira, anunciando igualmente a realização da Feira do Mar em Vila Praia de Âncora, entre 20 e 21 de Julho próximo Este vereador louvou ainda a prestação do S.C.Caminhense nos últimos Campeonatos Nacionais e recordou que no próximo dia 18, pelas 21H30, terá lugar uma gala da EB 1,2 de Vila Praia de Âncora no Teatro Sá de Miranda, em Viana do Castelo. Esta reunião camarária permitiu a aprovação de um subsídio de 8.000€ destinados aos Serviços Sociais da Câmara de Caminha e isentar do pagamento de licenciamento de obras na Zona Industrial de Âncora, a firma "Officemática", momento aproveitado por Júlia Paula para mostrar a Amílcar Lousa que a sua autarquia pratica a "solidariedade", dado que esta decisão é extensiva a todas as empresas que se deslocaram para este espaço. |
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