Uma mulher que se encontrava à porta de sua casa, em Vilar de Mouros, foi atingida na face por estilhaços de piçarra, originados por um dos rebentamentos da obra do IC1 que decorre a escassos metros de uma série de residências existentes no lugar da Brasileira.
Manuela Porto, de 48 anos, que teve de receber tratamento no Centro de Saúde de Caminha e chamou a GNR, referiu ter sido apanhada de surpresa e "ainda tentei abrigar-me num telheiro, mas não fui a tempo", frisou.
Outros pedaços de pedra, bem maiores, teriam caído sobre o telhado da casa, tendo partido diversas telhas e "se me apanhassem lá dentro, não sei o que seria", porquanto o seu domicílio não tem tecto.
Frisou ainda que "esta foi a explosão mais forte" ocorrida desde que se iniciou a obra do IC1 na vertente interior do monte da Várzea e denunciou que a empresa "não cumpre com o que prometeu nos folhetos distribuídos", pois os rebentamentos, da parte de tarde, apenas deveriam ocorrer entre as 20 e as 20H30, antecedidos de avisos (apitos) prévios, e este sucedeu pelas 18H30, "sem que fosse dado qualquer alarme", tendo-a apanhado desprevenida.
Esta polémica obra tão contestada pelos vilarmourenses e autarcas, já motivara uma queixa prévia da parte da sua família, logo que as máquinas começaram a escavar um talude situado a 20 metros da sua residência, por temer deslizes de pedras, mas foi arquivada, lamentou.
Igualmente a Junta de Freguesia tinha solicitado garantias de segurança ao Ministério do Ambiente, tendo recebido a informação de que os responsáveis pela empresa as asseguravam, mas "é o que se vê", disse-nos Carlos Alves, presidente da autarquia.
Contactada a empresa que faz a assessoria para a imprensa da obra que corre a cargo da Euroscut, fomos informados que os trabalhos estão sub-contratados a outra firma, que atribuiu o ferimento a uma eventual queda da senhora que se teria assustado com a explosão, negando ainda que o telhado tivesse sido atingido pelos rebentamentos.
PROJECTO DA PONTE MEDIEVAL EM EXECUÇÃO
A Direcção Regional dos Monumentos Nacionais chamou a si a elaboração do projecto de recuperação da Ponte Medieval de Vilar de Mouros, seriamente afectada pela passagem de viaturas pesadas e pelo próprio desgaste de uma estrutura centenária.
Competirá depois à Câmara de Caminha executar o projecto, logo que aprovado, dado que a travessia está incluída na rede municipal de transportes.
O que ainda não tem qualquer desenvolvimento digno de registo, é a futura ponte sobre o Rio Coura pretendida pela autarquia local.