A Junta de Freguesia de Lanhelas viu-se obrigada a repetir o espectáculo de teatro estreado no dia 23 de Abril (Dia de Lanhelas), face ao êxito então alcançado e às inúmeras solicitações surgidas junto da autarquia, de pessoas que não tinham tido a oportunidade de desfrutar do espectáculo.

Por tal motivo, no passado dia 21, o salão da Casa do Povo voltou a encher-se, para presenciar a peça de teatro "Amor de Dom PerlimPlim com Belisa em seu Jardim", de Federico Garcia Lorca, dois sketchs e canções a cargo do grupo de actores amadores da freguesia, dirigidos por Tiago Fernandes.

REGRESSO AO PALCO

Manuel João foi um dos actores em destaque, no papel do "manso" Dom PerlimPlim, tendo regressado ao palco vinte anos depois de ter participado noutras duas peças (O Gato Pirilau e Sopa Juliana), além de ter feito nos últimos tempos una pequenos sketchs para os miúdos da escola.

Não hesita em dizer que há um bom grupo de actores em Lanhelas "alguns deles escondidos"-, considerando que "seria bom que alguém desse continuidade a todo esta trabalho".

Ensaiador já têm, mas "falta-nos guarda-roupa e outro tipo de condições que esta casa, para já, ainda não exerce", manifestando-nos ainda a sua satisfação pela receptividade obtida, mas não quis confirmar a eventualidade de avançarem para nova peça.

"QUANDO A COISAS SÃO FEITAS COM ENTUSIASMO…"

Quem fez a estreia em cena -e bem, como se pôde apreciar- foi Maria João, naturalmente contente pela forma como tudo decorreu, principalmente "quando as coisas são feitas com entusiasmo e força de vontade", reconheceu.

Ninguém a convidou para representar, mas logo que teve conhecimento da realização de uma primeira reunião destinada a programar um espectáculo, "fui a primeira a avançar e a dizer que se deveria fazer teatro no Dia de Lanhelas", considerando ter sido "fácil" ensaiar.

Garante que "já há pessoas como estas para formar um grupo de teatro em Lanhelas", sendo agora necessário "mais força de vontade e que as pessoas se reúnam", porque quanto a ensaiador, já estão bem servidos com o Tiago, possuidor de um curso de teatro tirado em Évora.

Não quis apontar o nome de uma peça para o próximo Dia de Lanhelas, mas assegura que será uma revista.

TEATRO COM PERNAS PARA ANDAR EM LANHELAS

Perante tantos elogios ao ensaiador, seria inevitável pedir-lhe uma explicação sobre a escolha do seu nome para tal função.

Para além de ser lanhelense -condição não imprescindível mas importante para uma terra bairrista como Lanhelas-, Tiago Fernandes salienta a opção da Junta de Freguesia de Lanhelas, "ao pretender recuperar o teatro que se fazia em Lanhelas, do qual ainda tenho uma vaga memória".

Depois de se ter apostado nos miúdos, pensou-se em realizar uma peça com os adultos, recaindo a escolha numa farsa que "dá para rir, mas também para falar a sério", contando para tal com a colaboração de "toda esta gente", apenas se reservando a tarefa de "aproveitar o bom de cada um", tendo-a preparado "num tempo recorde" (primeiros ensaios iniciados nos princípios de Fevereiro).

Realçou também a dificuldade que deu pintar os cenários em painéis de 13 por 6 metros, nos balneários do campo de jogos de Lanhelas, trabalho executado a um metro de distância, o que por si só dá ideia da complicação da perspectiva a aplicar.

Perante o entusiasmo perceptível por parte dos participantes nesta experiência, Tiago Fernandes não hesita em afirmar que apenas falta "público" para arrancar com um projecto amador mas com continuidade, coisa que parece facilitada, mediante a adesão dos lanhelenses e de pessoas de outras freguesias.

"Há vontade, público, artistas -gente com muito talento- e, agora, é só vontade de fazer mais", assegurou.

A falta de um animador cultural no concelho para apoiar este e outros grupos que viessem a surgir, foi comungada por Tiago Fernandes, embora o mais importante -a vontade de fazer teatro- já exista, fez menção de assinalar.

CENÓGRAFO NÃO FOI ESQUECIDO

João Marrocos teve a laboriosa função de pintar os quatro cenários durante um mês, sob a orientação do Tiago Fernandes, mostrando-se recompensado pelos elogios recebidos no final do espectáculo e disposto a colaborar, sempre que Lanhelas necessite.

Encenador - Tiago Fernandes
Cenografia - João Marrocos

Actores Don Perlimpim - Manuel João Vieira
Belisa - Maria João Varanda
Marcolfa - Glória Fernades
Mãe da Belisa - Josefina Covinha
Duende 1 - Paulo Jorge Fernades
Duende 2 - Luis Espinheira

Farmácia
Jerónimo Malagueta - Carlos Araújo
Farmaceutico - Carlos Cunha
Ajd. Farmácia - Berta Vilas
Cliente - Ana Cristina Vieira

As Secretárias
Secretária 1 - Josefina Civinha
Secretária 2 - Matilde Vilas
Secretária 3 - Maria João Varanda
Sr. Lopes - Claúdio Cunha