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POLÉMICA INSTALADA EM VILAR DE MOUROS
A Junta de Freguesia de Vilar de Mouros já iniciou as obras de beneficiação no recinto onde decorrem os Festival de Música Rock, de modo a dotá-lo de melhores condições e torná-lo num espaço de lazer permanente, que "beneficie o próprio concelho", destacou Carlos Alves, presidente da autarquia.
Aliás, o autarca apela à comparticipação da câmara municipal neste projecto ("Estamos de portas abertas para os receber", frisou), atendendo à relevância de que se reveste para a promoção turística da região, pois, não só esta área se valorizará, como as zonas envolventes sairão beneficiadas, incluindo as famosas Azenhas, no rio Coura.
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Contudo, a questão não é pacífica, pois, a câmara afirma "ter sido colocada à margem de todo o processo da escolha da empresa organizadora" do Festival, quando ficara acordado, diz a autarquia presidida por Júlia Paula, que "na altura em que terminasse o primeiro protocolo (2004)" celebrado entre a Junta de Vilar de Mouros e dupla Música no |
Coração/PortoEventos, "far-se-ia um novo protocolo envolvendo as duas partes anteriores e a Câmara Municipal para regular os trâmites das edições posteriores", o que não aconteceu, denuncia.
Carlos Alves, presidente da Junta, referiu-nos que no protocolo inicial (assinado em 1999) fora estabelecido apenas um acordo entre a Junta e as empresas organizadoras, após o que a câmara "se envolveria na organização do evento", como veio a suceder por parte do anterior executivo, sendo seu entendimento que o novo acordo celebrado em Dezembro do ano findo para os próximos seis anos, "decorreria nos mesmos moldes". |
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Entretanto, foi impossível contactar a PortoEventos, a empresa que celebrou agora o protocolo com a autarquia vilarmourense, após a ruptura verificada com a Música no Coração, no Festival do último ano.
Quanto à intervenção em curso no recinto, compreende modificações nos caminhos no interior do Largo de Chousa (onde se situa o palco principal dos míticos festivais rock), alterando o acesso rodoviário até às Azenhas, o qual passará a fazer-se junto ao caminho do Agrelo, enquanto que na margem esquerda do rio Coura, por entre a vegetação, será aberta uma passagem pedonal, proveniente do Largo do Casal e passando por debaixo de um dos arcos da ponte.

A actual ligação, desde a ponte românica de Vilar de Mouros até ao pequeno açude, permanecerá com acesso reservado a peões e serão criados dois parques de estacionamento permanentes, um junto às Azenhas (o qual será reservado por alturas dos festivais, ao staff da organização, imprensa e convidados) e outro por detrás da capela de Sº Amaro (igualmente alvo de beneficiação do piso e alargamento do adro), o qual servirá durante os dias dos concertos para instalação das roulotes de comes e bebes e onde serão plantadas oliveiras.
Constituindo a questão dos sanitários um dos principais quebra-cabeças de qualquer festival, serão instalados vários urinóis fixos colectivos a céu aberto e construída uma fossa hermética, mantendo-se as estruturas amovíveis para o serviço de senhoras, enquanto que os antigos balneários do Largo do Casal (no qual decorreram os primeiros festivais) deverão proximamente ser revestidos com chapa de ferro forjado. O palco desse local (agora funcionando como palco secundário), terá uma pintura geral.
Ainda em estudo, está a criação de um "Museu do Festival" em local a determinar, que recolherá todo o espólio das diversas edições realizadas desde 1968.
A Junta de Freguesia beneficia de um protocolo celebrado com a PortoEventos (parceira na organização das próximas seis edições do festival), pelo qual recebeu inicialmente 100 mil euros para a concretização de uma série de benfeitorias, algumas já em curso -tendo em vista o evento de finais do próximo mês de Julho-, e no final de cada um dos certames, encaixará ainda 25 mil euros mais.
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MEMÓRIAS DA SERRA D'ARGA |
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Autor Domingos Cerejeira |
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