A Comunidade Intermunicipal do Vale do Minho, o governador civil e os deputados socialistas eleitos pelo distrito de Viana do Castelo reuniram-se na passada semana com Paulo Campos, secretário de Estado das Obras Públicas, tendo na agenda vários dossiês relacionados com a estratégia rodoviária da região.
O prolongamento do IC1 desde Caminha até Valença, reivindicado pelos autarcas do Vale do Minho e Pita Guerreiro, governador civil, constituiu um dos temas debatidos, pois trata-se de "uma opção estratégica para o desenvolvimento da região, constante do próprio Plano Rodoviário Nacional", conforme nos revelou Rui Solheiro, presidente desta comunidade.
A polémica desatada à volta da ligação final do IC1 à EN13, através de Vilar de Mouros e Lanhelas, com saída em Gondarém -contestada pelos autarcas locais e ambientalistas-, com um segundo projecto de execução do traçado presentemente em discussão pública, mereceu análise detalhada.
Minorar os impactes com esta ligação, reduzindo-a de cinco para duas faixas de rodagem e garantindo as saídas locais para Vila Praia de Âncora (já em curso) e Caminha (através de Lanhelas) foram as alternativas apresentadas, embora "já tenhamos apanhado o comboio em andamento", lamentou Rui Solheiro, dado existirem "contratos assinados", admitindo ser um caso "complicado".
Refira-se que o novo Relatório de Conformidade Ambiental efectuado pela Euroscut (dona da obra) agora em apreciação pública, "apenas contém pequenas alterações ao traçado inicial de cinco faixas de rodagem chumbado em Janeiro pelo Instituto do Ambiente", disse-nos José Gualdino, presidente da Corema, "aumenta a inclinação de 5,5 para 6% e cria uma nova escapatória", além de admitir a existência de "mais vestígios arqueológicos (41)", mas não cumprir os 50 metros de protecção das gravuras rupestres classificadas ou em vias de o ser, assegurou.
VALE DO MINHO DEVOLVE FUTURO DA PONTE A CAMINHA
Embora não abordado na reunião, Rui Solheiro confirmou que para a comunidade a que preside, a construção de uma ponte em Caminha "não assume interesse estratégico transfronteiriço, nem regional", face à existência desde 2004, de uma travessia em Cerveira, a qual vai ser brevemente ligada à EN13, conforme lhes confirmou o secretário de Estado.
Assim, essa estrutura revestir-se-á apenas de um desejo local, "competindo à Câmara de Caminha articular-se com o Instituto de Estradas e com as autoridades galegas", de modo a realizar o competente "estudo de viabilidade", frisou.
PS QUER SABER DA COMISSÃO PARA A PONTE
Refira-se, a propósito, que a anunciada constituição de uma comissão luso-espanhola no âmbito da "Valimar", destinada a estudar a possibilidade de construção de uma ponte entre Caminha e A Guarda, foi objecto de uma interpelação ao executivo camarário, por parte do vereador Jorge Fão, no decorrer da última reunião camarária. Esta comissão foi anunciada através da comunicação social, sublinhou, e "gostaríamos de dialogar com ela", referiu o edil socialista.
"VALIMAR" REAFIRMA INTERESSE NA PONTE
Em declarações aos jornalistas, o Presidente da Junta da Valimar ComUrb reafirmou ainda "a prioridade que constitui a construção de uma ponte internacional sobre o rio Minho entre Caminha e La Guardia (Galiza)".
"O atravessamento tem interesse regional e nacional, uma vez que irá permitir a concretização de um corredor viário litoral transfronteiriço, que aproveita a ligação do IC1 em Caminha e a construção da autopista atlântica entre La Guardia e Tui".
A propósito, o Presidente da Junta da Valimar ComUrb vincou que esta entidade "pugna pelo atravessamento" do rio Minho já que as opções viárias da Valimar ComUrb passam pela concretização deste eixo.
Ainda relativamente à reunião havida em Lisboa, foi garantida a construção do nó de Sapardos, ligando Paredes de Coura à auto-estrada e a "requalificação" do piso da N13, provavelmente ainda em 2005.