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BOMBEIROS DE CAMINHA VÃO APRESENTAR PROPOSTA À CÂMARA PARA AQUISIÇÃO DE ANTIGA FÁBRICA DE CALÇADO
Embora os sócios presentes na assembleia extraordinária dos Bombeiros de Caminha não ultrapassassem duas dúzias -na sua maioria, membros dos corpos gerentes da associação-, foram os bastantes para aprovar uma proposta da direcção que apontava para uma comparticipação camarária na ordem dos 75% da aquisição da antiga fábrica de calçado "Atleta", situada no Corgo, em Vilarelho, por um preço não superior a 650.000€, cuja garantia seria avalizada por uma carta de conforto a apresentar perante a entidade bancária que assegurasse a operação de empréstimo.

Narciso Correia, presidente e comandante da corporação, referiu que o pagamento mensal ao banco se situaria nos 4.300€, por um período de 15 anos e desde que a câmara garantisse os referidos 75% dessa mensalidade, através de uma comparticipação correspondente a esse valor, subsídio esse do qual beneficiaria igualmente em igual valor, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Praia de Âncora.
Na posse deste imóvel de três andares, com 2.200m2 de área no r/c e 900m2 em cada um dos dois pisos superiores, a associação caminhense adaptá-lo-ia para futuro quartel-sede da corporação, passando a rentabilizar o actual, destinando o parque de viaturas para comércios e o piso superior para aluguer de escritórios.
Narciso Correia enfocou o apoio regular que outras corporações recebem dos respectivos municípios, o que lhes permite desenvolver a sua actividade de uma forma mais desafogada, o mesmo não sucedendo em Caminha, onde, afora alguns subsídios extraordinários (aquisição de viaturas, por exemplo), os 5.000€ anuais e os pagamentos ao apoio às praias no verão e à vigilância florestal não são minimamente suficientes.
Entrando em números, revelou que Ponte de Lima recebe anualmente 15.000 contos/ano, Cerveira, Melgaço e Paredes de Coura rondam os 100.000€, sem falar de outras corporações existentes em concelhos de maiores dimensões.
O presidente da direcção aproveitou ainda a oportunidade para historiar as diligências efectuadas para encontrar outras alternativas, mas a aposta na antiga fábrica -com espaço suficiente para parque de viaturas e outras valências nos pisos superiores, sem pôr de parte a sua rentabilização- parece ser a alternativa mais viável, expressa na unanimidade de votos registada na assembleia.
Colocando-se na perspectiva da própria autarquia, recordou que o actual quartel "é limitador do desenvolvimento da vila", havendo, por isso, que "salvaguardar o interesse público", lembrando ainda que "não pretendemos que a câmara exproprie a fábrica de sapatos", numa alusão a outra situação.
No caso de a autarquia não concordar com esta proposta, "há que partir para outra", desabafou Narciso Correia.
CASA DE REPOUSO DE CAMINHA COM NOVO PRESIDENTE
FORNECIMENTOS GERARAM CELEUMA
Rui Matos, até agora vice-presidente da direcção da Casa de Repouso do Senhor dos Mareantes de Caminha, foi eleito presidente desta instituição, após a apresentação do pedido de demissão do anterior presidente, devido a problemas de saúde.
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"Uma vez mais, somos chamados a resolver questões de direcção", frisou o padre Manuel Almeida, no início da assembleia geral convocada expressamente para esse efeito e, simultaneamente, criar uma comissão que elabore novos estatutos da Confraria do Bom Jesus dos Mareantes -uma das pechas existentes e que origina interpretações díspares e impeditivas de soluções consensuais. |
O presidente da assembleia geral referiu perante o reduzido número de irmãos que compareceu à reunião, que pretendia "fazer isto em paz, que é o que esta Casa necessita", daí resultando a proposta de fazer avançar o vice-presidente para presidente, subindo os restantes membros da direcção e indo buscar um dos elementos do Conselho Fiscal (José Lima da Costa) para secretário da Direcção e escolher um novo elemento para o órgão fiscalizador das contas, o qual saiu de entre os presentes (Salvador Valadares).
O padre Manuel Almeida assegurou que tudo isto fora realizado em consonância com o Bispo da Diocese, o qual deverá depois sancionar as alterações aprovadas pelos irmãos.
"PROMISCUIDADE"
A proposta mereceu aprovação unânime, após o irmão Luís Carlos Rodrigues ter realçado que se todos os membros da direcção estavam de acordo com esta solução, nada tinha a objectar, apenas "alertando", contudo, para aquilo que definiu como de "promiscuidade" existente nos fornecimentos à casa de repouso, porquanto dois dos elementos da direcção eram proprietários de firmas abastecedoras, o que contrariaria os estatutos vigentes, assegurou. |
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Esta intervenção causou algum mau estar entre a direcção, levando a que um dos visados abandonasse a reunião, embora o presidente da assembleia tivesse apresentado outra visão dos estatutos, pois, no seu entender, seria permitido o estabelecimento de contratos, tendo ainda sublinhado que "tenho tentado elevar o nível da instituição", mas, tais situações, não abonam nada em seu favor, alertou, lembrando então aos presentes que se "algo de errado há, qualquer irmão pode convocar uma assembleia geral extraordinária, mas não se ponha assim em causa a direcção", lamentou.
ABANDONO
O caso levou outro dos presentes, Afonso Sequeira, a concordar com a interpretação dos estatutos feita por Luís Carlos Rodrigues e a manifestar o seu desagrado pelo abandono da sala, de um dos membros da direcção.
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Outra das reacções veio do próprio presidente eleito, quando em jeito de acusação ao passado, Rui Matos lembrou que "até hoje, nenhuma direcção pediu três orçamentos" aos fornecedores e empreiteiros, como o actual elenco directivo terá feito. |
"JÁ FORNECIAM HÁ MUITO"
Destacou ainda que se os dois fornecedores visados o tivessem passado a ser a partir do momento em que integraram a nova direcção, isso poderia ser alvo de reparo, mas como já o vinham fazendo há muito tempo, não via motivos para a denúncia apresentada.
Este responsável recordou ainda o grande esforço e dedicação prestados pelos actuais directores ao lar, mas, manifestou-se preocupado com a retirada de um dos directores visados (o segundo não esteva presente), acabando por dizer que "não sei como é que isto vai acabar…".
FIRMAS E NÃO NOMES
Este conflito levou Luís Carlos Rodrigues a precisar que não quis pôr em causa a honorabilidade das pessoas -"uma delas até é meu familiar", precisou-, nem alimentar polémicas, realçando ainda que falou em firmas e não em nomes.
Por último, foi constituída uma comissão encarregue de elaborar novos estatutos, embora sem prazo definido para os apresentar à consideração dos irmãos e, posteriormente, ao Bispo da Diocese. |
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JUNTA DE FREGUESIA DE CAMINHA
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MEMÓRIAS DA SERRA D'ARGA |
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Autor Domingos Cerejeira |
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