Conclui-se esta semana a operação de desassoreamento do canal de acesso ao cais dos pescadores de Caminha, após um processo atribulado, de adiamentos após adiamentos, cujo desfecho acabou por estar previsto para 31 de Janeiro último, mas tal como prevíramos na ocasião, tal prazo acabaria por se evidenciar exíguo, entrando pela Primavera.
Agora, aproveitando a festa do pescador de 28/29 de Maio próximo, os trabalhos de extracção de inertes terminam na altura ideal (coincidências), embora ainda falte dragar um segundo canal com cerca de 200 metros, desde o meio desta travessia até um estaleiro de barcos situado à entrada do Camarido.
Esta operação que deverá durar aproximadamente um mês, está agora pendente da abertura da época balnear, prevista para Junho, podendo por isso implicar o seu adiamento para final de Setembro, o que não deverá agradar nada à empresa sub-contratada, a qual não ficou com boas recordações desta obra, face aos condicionalismos a que foi submetida, avarias na draga, utilização de apenas uma das duas barcaças trazidas para o Rio Minho e alguns sustos na travessia da barra.
O batelão utilizado no transportes dos inertes transportou uma média de 400/450 m3 por cada uma das três (no máximo) viagens realizadas diariamente até 8 milhas da costa, a fim de despejá-los bem longe, mas sempre que o mar se alterava, era obrigado a amarrar até que as condições melhorassem, valendo o Inverno suave que se fez sentir, caso contrário, a limpeza até um metro de profundidade do canal, teria de prosseguir depois do Verão.
O barco realizou cerca de 150 viagens, para descarregar os 90.000 m3 constantes do caderno de encargos da empreitada (faltam as areias e lodos do canal do estaleiro), a qual tinha sido adjudicada por 500.000€.
Quanto ao desfecho desta operação de limpeza, os pescadores dividem-se.
Há os que a consideram um êxito, crendo que o canal vai manter-se navegável na maré baixa por alguns anos, alguns pensam que o metro de dragagem de profundidade autorizado foi manifestamente insuficiente, enquanto que outros não lhe dão mais de um ano, no caso de o próximo Inverno se revelar chuvoso.