Se um cidadão ou empresa se atrasam no pagamento das suas contribuições, é certo e sabido que lhe vêm cobrar juros, além de outras penalizações que possam surgir, se a demora se prolongar.
Quando toca ao Estado cumprir as suas obrigações -até porque deveria dar o exemplo, se é que se considera uma "pessoa de bem"- a política é bem distinta.
Vem isto  propósito das dívidas permanentes do Estado às corporações de bombeiros, que parece atingirem valores inusitados, a fazer fé nos protestos da Liga dos Bombeiros Portugueses.
Os atrasos das ARS e dos hospitais distritais, no que às duas corporações do concelho de Caminha se referem, totalizam quase 17 mil contos.
Vila Praia de Âncora acumula uma dívida que se arrasta e aumenta desde 2001 e que já se salda em cerca de 9 100 contos (45 000 euros).
Recentemente, tiveram necessidade de instalar uma central telefónica nova, pediram que lhes pagassem parte da dívida, nada conseguiram, sendo coagidos a contrair um empréstimo à banca.
Em Caminha, o panorama também não é animador.
À volta de 7 500 contos devia o Estado à corporação (37 000 euros), no final do mês de Maio, uma situação que se arrasta há quase um ano.
Refira-se que no que diz respeito às associações mais distantes do Hospital Distrital de Viana do Castelo, com deslocações mais longas, as dívidas são maiores.
Contactada a Sub-Direcção Regional de Saúde de Viana do Castelo, foi-nos confirmado que não existem dívidas relativas a 2001 por saldar, segundo nos confirmou o seu director, Manuel José Soares, após reunir com a Federação Distrital e a quem solicitou uma listagem das contas. E quanto a este ano, a situação encontrar-se-ia praticamente regularizada.
Da parte do Hospital Distrital, declinaram fornecer dados sobre as dívidas, remetendo-nos para os serviços centrais de Lisboa ou Porto