O Tribunal de Caminha aceitou o pedido de falência da fábrica de calçado "Atleta", a pedido do Banco Português de Investimento, com a finalidade de se ressarcir das dívidas acumuladas (93 mil contos).
Essa unidade industrial, na qual trabalhavam cerca de 80 operários, encontra-se encerrada desde Fevereiro de 2000, devido à falta de encomendas e ao passivo existente, tendo já corrido pelos tribunais uma primeira acção de falência a cargo dos trabalhadores, na tentativa de receberem ordenados em atraso e exigindo indemnizações, mas que não vingou.
Embora esta declaração de falência agora decretada pelo tribunal seja passível de recurso, e ir demorar ainda a resolver em última instância, os trabalhadores vão tentar aproveitar a nova situação que lhes possibilitará ressarcirem-se das dívidas pendentes, e que poderão ascender a 200 mil contos.
Recorde-se que o pedido de falência intentado pelos trabalhadores e o seu sindicato teve decisão favorável no tribunal de Caminha mas, o recurso interposto pelos proprietários da fábrica foi-lhes favorável na Relação, tal como um outro no Supremo, desta feita, da autoria dos operários.
A operação de certificação de arrolamento dos bens (prédio) para a massa falida, dos proprietários da fábrica, no seguimento da deliberação do tribunal, levou a que o liquidatário judicial solicitasse a presença das forças policiais, a fim de a levar a cabo.
De acordo com a avaliação feita ao edifício no qual funcionou a fábrica, no rés-do-chão, e em que existem ainda diversos apartamentos, a base de licitação aponta para valores próximos dos 230 mil contos.