CONCELHO DE CAMINHA



UM MOSAICO DE PAISAGENS

Jornal Digital Regional
Nº 208: 23/29 Out 04 (Semanal - Sábados)

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REMO

ATLETA LUSO-ITALIANO MEDALHADO EM ATENAS
FALOU PARA O C@2000

Bruno Antunes, o primeiro remador português a conquistar uma medalha de ouro num Campeonato do Mundo, juntamente com o seu companheiro de tripulação Artur Antunes, em doube-scull júnior, no ano de 1999, na Bulgária, esteve uns dias em Portugal a convite do seu antigo colega de selecção, realizando um périplo por alguns clubes nacionais, numa campanha de sensibilização para a prática da modalidade.

Em Caminha, visitou a sede do Sporting Club Caminhense, ficando admirado com o numeroso e valioso espólio de troféus conquistados por este clube.

Bruno Antunes e Artur Antunes

A curta estadia em Caminha, em casa do campeão caminhense Artur Antunes, permitiu-nos entrevistá-lo, abordando essencialmente a sua participação nas Olimpíadas de Atenas, envergando agora as cores da selecção italiana, depois de uma breve representação por Portugal ainda na idade júnior, após o que optou pela nacionalidade italiana, país onde reside, assunto que também comentou na conversa que manteve connosco.

Aos 23 anos, e colocado a voga do Shell/4-PL italiano, conseguiu uma medalha de bronze, embora fosse uma das tripulações apostadas na conquista do ouro.

E foi por aqui que começámos a entrevista:

P- A medalha de bronze soube a pouco?

R- Não. É sempre uma medalha conquistada nos Jogos Olímpicos e não pode saber a pouco. Na Itália é vista como quase igual à de ouro.

P- Mas vocês foram para Atenas com o objectivo do ouro...?

R- Claro, nós fomos campeões da Taça do Mundo em 2004 e se fossemos para lá com o pensamento de não sermos capazes de conquistar a medalha de ouro, nem a de bronze tínhamos conseguido.

Demos o máximo, conseguimos o terceiro lugar e ficámos satisfeitos.

P- Por que foi impossível chegar ao ouro, se na meia-final até vos classificastes em primeiro lugar?

R- Sim, mas as equipas italianas tinham um problema que muita gente não percebeu e que eu notei, sempre que vínhamos à frente nas provas.

Nos últimos quinhentos metros, não baixávamos de cadência mas do ponto de vista físico sim.

Depois das meis-finais realizadas no Sábado, tivemos a final no dia seguinte e estávamos todos partidos, mas com muita vontade e cabeça fria, conseguimos aguentar esta medalha por cinco centésimos, acabando por ficar super-felizes por atingirmos o pódium.

P- Por que é que a Dinamarca ganhou?

R- Porque são mais fortes e treinaram mais.

P- E a Austrália conseguiu o segundo lugar...

R- Se calhar podíamos ter superado essa equipa, mas fizeram uma óptima regata, muito bons tecnicamente -melhores do que nós-, como pude comprovar quando fui ver o vídeo da final.

Ganharam desta vez, mas não vai acontecer mais.

P- Apesar de seres o mais novo da tripulação, foste a voga...

R- De facto era o mais novo com 23 anos, e os demais colegas tinham 25, 28 e 29.

Mas o lugar de voga reveste-se de características particulares e nem todos conseguem fazer essa função. Tem de saber impor o ritmo, exprimir-se, fazer remar os que estão atrás, ter uma boa sensibilidade e tomar decisões na ocasião que não estavam previamente programadas.

Constataram que eu tinha essas qualidades, dificilmente errava e sabia improvisar na altura certa.

P- O que representou para ti a experiência nos Jogos Olímpicos?

R- Foi uma experiência inesquecível que não dá para exprimir em palavras. Só vivendo-a é que se pode perceber.

E é interessante, porque não é uma regata idêntica a qualquer outra competição internacional, inclusivamente um Mundial.

É muito mais difícil, porque qualquer atleta que no anos anteriores ficou em último, pode chegar às Olimpíadas e ganhar, desde que treine a 100% todo o ano, evidentemente.

Realço o apoio que uma Federação deve dar às equipas em ano de Olimpíadas, porque eu costumo dizer que nós não remamos contra federações, mas contra países, pelo que o país que representamos deve contribuir com os meios imprescindíveis. Há uma grande diferença em termos de apoio estatal, dos anos não olímpicos, para os que quando se realizam os Jogos.

P- Participaste no desfile inaugural?

R- Participei porque tinha uma grande curiosidade em provar essas emoções únicas, mas o mesmo já não sucedeu no final porque já estava de férias.

P- O que sente um atleta na véspera de participar numa Grande Final?

R- Não gostei muito.

Eu e os meus colegas somos muito tranquilos e sabemos quanto valemos, o que é importante.

Só que nas Olimpíadas, particularmente nestas, a atenção dos media, jornalistas, treinadores e de toda a gente que nos envolve, acaba por nos perturbar.

Estavam sempre a chatear-nos e fazer perguntas que a nós não nos interessavam, porque precisávamos de nos concentrar em muitas coisas, acabando por termos uma tarde e uma noite muito stressante.

P- O que sentiste quando estavas pronto para largar na Final A?

R- Até irmos para a água e alinharmos, fizemos tudo o que sempre fazemos nestas ocasiões, pensando depois em remar bem e perfeito do ponto de vista técnico, fazendo passar esta mensagem aos meus companheiros e amigos.

P- Eles pertencem ao teu clube, ou são de clubes diferentes?

R- São de clubes diferentes. Eu sou do Canotagio de Roma, os dois que se seguem atrás de mim são de Nápoles e o quatro de Pizza. Dois são polícias e outro bancário.

Apenas nos encontramos nos estágios.

P- Quantas medalhas já possuis, conquistadas em Mundiais?

R- Quatro, mais esta, Olímpica.

P- Conquistaste a primeira como júnior, com o Artur, e obtiveste agora esta nas Olimpíadas. Que diferenças sentiste em relação a elas?

R- A primeira medalha de ouro que eu e o Artur conquistámos para Portugal teve um sabor especial.

Era a primeira que ambos conseguíamos para Portugal, éramos jovens e foi isso que me deu vontade para continuar e obter êxitos maiores.

Foi muito bom o que veio depois, mas a primeira medalha nunca se esquece.

P- Qual o país que mais te impressionou nestas Olimpíadas?

R- Foi o oito masculino dos EUA. Foi uma potência. Sabia-se que o 4- andou muito bem em Lucerna, mas o Shell/8 surpreendeu, tal como o oito do Canadá que vinha dando cartas há uns anos.

P- Qual a tua opinião sobre a pista?

R- De facto, a pista não é muito boa, visto ter umas correntes e ventos estranhos que nos obrigavam contrabalançar com os remos, a fim de conseguir endireitar o barco.

P- Foram necessários quatro anos de preparação para atingir este nível?

R- Bem, há quatro anos ainda estava na selecção portuguesa, depois de ter conquistado a medalha de ouro como júnior e nem pensava em participar nos Jogos Olímpicos.

Assumi este barco em 2002, podendo assim dizer-se que foram dois anos de treinos até conseguir a medalha, mas para os meus colegas italianos foram quinze anos até atingirem o pódio.

Este último ano foi muito duro. Estivemos concentrados desde 13 de Outubro/03 até 7 de Agosto deste ano, no Centro Nacional de Estágios de Piediluco.

Foi terrível e só daqui a quatro anos é que repetirei a experiência.

Tivemos de renunciar a muitas coisas e tive algum azar, quando contraí uma tendinite num braço e fui obrigado a efectuar treino alternativo.

Estive sem os meus familiares durante muito tempo e até tive de renunciar à namorada depois de quatro anos de namoro, porque passei quase todo o ano em estágio, mas no fim, saí da Grécia com uma medalha ao pescoço e um novo amor (risos).

P- Para os mundiais não é assim?

R- Não. Começamos em Janeiro com um estágio de uma semana por mês e, depois, em Julho e até meados de Agosto, estamos juntos cerca de um mês.

P- Quantos atletas e barcos italianos estiveram na Grécia?

R- 32 atletas. Todos os barcos masculinos e um feminino. Foi a primeira vez que um barco feminino foi a umas Olimpíadas, o que foi histórico, estando agora a preparar-se um oito feminino para participar nas Olimpíadas de 2008., baseado em oito remadoras juniores que já ganharam mundiais e conquistaram outras medalhas, embora o nível das seniores femininas seja muito superior ao das juniores.

P- Os campeonatos nacionais em Itália decorrem antes ou depois dos Mundiais e Jogos Olímpicos?

R- Este ano foram depois. Em Sidney foram antes. Mas eu acho que é muito melhor fazer um mês antes dos Jogos, para depois estarmos tranquilos e podermos descansar.

Este ano decorreram depois de Atenas. estive uma semana a descansar, fui fazer um Campeonato Nacional sem treinos, e, como eu, fizeram todos os demais que estiveram na selecção, dando como resultado que nenhum conquistou qualquer título nacional.

P- E agora? Vais continuar na alta competição?

R- De certeza que não pararei aqui só com uma medalha desta cor. Vou pensar no Mundial do Japão do próximo ano, em Pequim 2008 e nas Olimpíadas de 2012. Isso ninguém me tira. Esse é o meu trabalho.

Vou continuar a lutar pelas medalhas, porque é errado estar a pensar-se apenas em atingir finais B ou C, como já ouvi alguém defender por cá.

P- És remunerado pela Federação Italiana?

R- Não. O meu patrão é o meu clube. Estou inscrito como treinador mas só remo e pagam-me para isso o mesmo sucedendo com a Federação que me dá prémios e o Comité Olímpico que me concedeu 40 mil euros pela medalha de bronze (eram 130 mil pela medalha de ouro).

P- Estás arrependido por teres optado por remar na Itália?

R- Não, porque pelos vistos, não sou assim tão mau com o treinador polaco da Federação Portuguesa me dizia. Mas gostaria que esta medalha fosse conquistada pelo meu país (nasceu em Lisboa e de pequeno foi viver com os pais para Roma). Não foi possível e tive de pensar nos meus objectivos.

P- O que pensas do facto de o Artur ter deixado de remar?

R- É um burro (Riem-se ambos).

Mas compreendo que com a falta de apoios verificados em Portugal e com este tipo de mentalidade neste desporto, ele não conseguiria subir mais do que aquilo que atingiu.

P- O que é que custa mais aguentar? O esforço físico ou psicológico?

R- É o psicológico. É muito duro mentalmente de aguentar e o físico deixa de estar controlado e logo aparecem os problemas musculares. Nós temos muito apoio médico na Itália, mas sobretudo psicológico e dá resultado, pois desde que tivemos a psicóloga, a Federação Italiana passou a trabalhar mais tranquilamente. Mas o psicólogo não apoia só os atletas. Não parece, mas os treinadores precisam mais deles do que os atletas, porque também são pessoas e estão connosco todo o ano e estão nas mesmas condições: sem a família, a mulher e os filhos.

P- O que falta em Portugal para atingirmos o nível de Itália?

R- É preciso meter gente nova e capaz que saiba o que se pode mudar para desenvolver este desporto, começar a trabalhar ano a ano e a obter bons resultados, tendo como objectivo os Jogos Olímpicos.

P- Vais conseguir uma medalha de ouro nas próximas Olimpíadas?

R- Sim, sim. Medalha de ouro!

Clube de Voleibol CaminhaJovem
Local de treinos: Pavilhão Municipal de caminha

Dias e horas de treinos:
Quartas-feiras: das 16h30 ás 18h
Sextas- feiras: das 16h00 ás 17h
Treinadora: Ana Gama

Para mais informações: Dirija-se ao Pavilhão nos dias e horas de treinos, visite a nossa pagina na internet, http://acj.no.sapo.pt/ , ou ainda, contacte o Pedro Machado.

AFLUENTE
AGENDA DE OUTUBRO

1 a 31 Safari em Canoa no rio Coura: de Vilar de Mouros a Caminha numa expedição onde poderemos observar lontras, garças, guarda-rios e muitas outras surpresas.

Dia 2 ou 24 Paintball: o jogo das estratégias de grupo e das guerras de tinta, num fascinante cenário de floresta que nos garante emoções fortes! (das 14 às 17h)

Dia 3 ou 30 Cocktail Aventura: um programa de montanhismo completo, com orienta‡Æo, tiro com arco, slide e rapel, para levar as emoções ao rubro! (das 14 às 18h)

Dia 9 ou 17 Teambuilding: um nome "simples" para um programa de empresas, onde o que conta ‚ o espírito de equipa e a boa disposição (das 10h às 17h)

Dia 10 ou 16 Canyoning: a exuberância dos cenários de cascatas e montanha conferem a esta excelente actividade um prazer muito especial. (das 10h às 13h)

DESTAQUE DO MÊS

Mistérios da Serra d'Arga em Jipe

Os caminhos de peregrinos, de romeiros, da extracção mineira e de outros tempos! Todos eles revividos num programa único, onde o guia vai contando as histórias das gentes, as lendas e envolvendo os participantes nos mistérios da montanha.

Nos caminhos antigos aprendemos a lenda da Serra d’Arga, que nasceu de um amor proibido, ou a lenda do bandido que se tornou santo. E num sem-fim de emoções a bordo dos mais carismáticos todo-o-terreno, só paramos para os prazeres gastronómicos de um prato típico ou para as ousadias de uma descida em rapel.

Ainda tempo para um tempero extra nos requintes desta aventura: uma etapa em canoa, que preenche o imaginário da nossa viagem.

Mistérios da Serra d’Arga: 23 e 31 de Outubro, com saída de Caminha às 10:00h. Necessária pré-reserva.

ACTIVIDADES DE MERGULHO EM VIANA DO CASTELO
CAVALEIROS DO MAR
Último quadrimestre de 2004

· SAÍDAS DE MERGULHO: para além das imersões em Viana do Castelo, vamos organizar 3 saídas para a Aldeia Submersa de Vilarinho da Furna e Ilhas Cies (pack 2 imersões). No caso das imersões nas Ilhas Cies as reservas terão de ser realizadas com 15 dias de antecedência.

· VIAGENS DE MERGULHO - FIM DE SEMANA: temos programado o 1º Encontro de Mergulhadores "Cavaleiros do Mar", que se realizará em Porto Santo em Outubro. Será sem dúvida uma óptima oportunidade de efectuar 6 excelentes mergulhos e aderir a um excelente programa de "convívio de mergulhadores". As inscrições terminam a 18 de Setembro. No início de Outubro vamos organizar um fim-de-semana em Sesimbra com 6 imersões incluídas. O programa estará brevemente disponível no nosso site.

· FORMAÇÃO EM MERGULHO: permite aceder até ao nível CMAS P3, obtendo-se formação específica em áreas como o socorrismo, o salvamento, a orientação, …. As especializações permitem a realização de imersões na sua componente prática (com excepção do MS e Administração de O2).

Aconselhamos as inscrições com a máxima antecedência possível através dos contactos 258 824455 / 96 4397021 ou do e-mail mariodaniel@cavaleirosdomar.com.

Para terminar solicitamos a todos os interessados em receber notícias com frequência o envio/reenvio do teu endereço electrónico para mariodaniel@cavaleirosdomar.com

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