Jornal Digital Regional
Nº 343: 9/15 Jun 07 (Semanal - Sábados)
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FESTIVAL DE VILAR DE MOUROS CANCELADO

POR FALTA DE APOIO CAMARÁRIO

A organização do Festival de Vilar de Mouros anunciou ao fim da tarde de hoje o cancelamento da edição deste ano do Festival de Vilar de Mouros, responsabilizando a Câmara de Caminha pela falta de apoios.

Filipe Guimarães, da Portoeventos, afirmou que a anulação foi decidida em conjunto pela concessionária do festival e pela Junta de Freguesia de Vilar de Mouros (CDU), após a sistemática falta de resposta da Câmara de Caminha (PSD), ao pedido de apoio feito em Dezembro de 2006.

O C@2000 soube que a Câmara de Caminha vai tomar uma posição nas próximas horas.

Actualização Dia 13/06/07 18h31

Conforme informamos na primeira notícia avançada pelo C@2000 às 18h30 de hoje, aguardavamos por uma reacção camarária às acusações feitas pela PortoEventos e Junta de Freguesia de Vilar de Mouros, à falta de empenhamento camarário na realização do evento aprazado para 20, 21 e 22 de Julho próximo, em que estavam já dadas como certas as actuações do ex-Beach Boys Brian Wilson, Marky Ramone e The Queers, os argentinos Super Ratones, os portugueses Blasted Mechanism e The Gift e grupos de heavy-metal.

Divulgamos os comunicados emitidos pela PortoEventos/Junta de Vilar de Mouros e Câmara Municipal de Caminha:

FESTIVAL DE MÚSICA DE VILAR DE MOUROS

C O M U N I C A D O
(à imprensa e a todos aqueles que sentem este festival como seu)

A Porto Eventos e a Junta de Freguesia de Vilar de Mouros decidiram, com profunda tristeza e após análise cuidada da situação, pela não realização do Festival de Vilar de Mouros em 2007.

Apesar do seu lugar ímpar na história da música e dos festival em Portugal, merecedor, ainda há bem pouco tempo, de um extenso documentário na RTP sobre os 35 anos de festivais em Vilar de Mouros, apesar de ser unanimemente considerado como um dos mais importantes festivais que se realizam em Portugal, o Festival de Mouros, em vez de ser fortemente incentivado e apoiado, como seria normal, pelo que significa para todo o concelho é, ao contrário, objecto de um incompreensível alheamento ou mesmo marginalização por parte da Câmara Municipal de Caminha.

O sonho último do seu criador, o saudoso Dr. António Barge, era a promoção de uma freguesia e, através dela, de toda uma região, encontrando na música o veículo ideal para fazer sair do anonimato uma parte do país maravilhosa pelas suas gentes, cultura e paisagens, mas ignorada pelos poderes instituídos. E conseguiu-o. Vilar de Mouros, Caminha e todo o Alto Minho devem-lhe uma boa parte da projecção que alcançaram a nível nacional e mesmo internacional. Até por isso e em respeito pela sua memória este Festival deveria merecer outra atenção.

Apesar do interesse e do forte empenho de múltiplas entidades e personalidades da região, o mais mítico festival do país apenas teve, desde a sua criação, em 1971, até 1999, duas outras edições: em 1982 e 1996. A época era outra, não havia patrocínios e o saldo final, em termos financeiros, não encorajava em nada a realização de novas edições.

Até que, a partir de 1999 e no âmbito de um protocolo de seis anos celebrado entre a Junta de Freguesia e duas empresas promotoras, sendo uma delas a Porto Eventos, foi possível criar um grupo de trabalho equilibrado e empenhado em reeditar este prestigiado festival, conferindo-lhe estabilidade e periodicidade anual. Foi um período de saudável mobilização institucional, com Junta de Freguesia, Câmara Municipal, Região de Turismo do Alto Minho e outras entidades a trabalharem em consonância.

A população local sentia-se orgulhosa e cooperativa. O Alto Minho, Caminha e Vilar de Mouros apareceram nos telejornais, encheram páginas e páginas de jornais e as rádios "tocavam" Vilar de Mouros. Pela primeira vez foi possível concretizar uma série continuada de edições com sucesso e muito poucos eram aqueles que se preocupavam com alguns custos, financeiros ou pessoais, que um evento desta envergadura sempre acarreta.

Todavia, desde a edição de 2005, a situação alterou-se profundamente. A partir daí e apesar dos nossos sucessivos apelos, nunca mais a Sra Presidente da Câmara Municipal acedeu a receber a Junta de Freguesia ou a Porto Eventos. Mais. Apesar de afirmações públicas em contrário, o município vem assumindo ultimamente atitudes que configuram já, mais do que alguma frieza ou distanciamento, verdadeira hostilidade para com Vilar de Mouros e o seu Festival. Ou que de outra maneira se pode interpretar que haja atrasos desesperantes na simples concessão de licenças, entraves múltiplos em questões vitais de ordem logística e nem uma palavra sobre o Festival apareça na Agenda Cultural da Câmara do mês de Julho do mesmo ano?

Assim, não. O Festival é um barco demasiado grande para que nos possamos dar ao luxo de remar um para cada lado. Estamos a 12 de Junho, a pouco mais de um mês da edição programada para 2007 e a Câmara nem sequer responde às cartas registadas que a Porto Eventos lhe enviou. Neste contexto não há, portanto, condições para avançar.

A Porto Eventos e a Junta de Freguesia têm de lamentar profundamente que, ao contrário de muitos outros municípios, onde se investe, se dinamiza e se acarinha este tipo de acontecimentos, Vilar de Mouros, o primeiro dos festivais portugueses, seja tratado desta maneira pela Câmara Municipal de Caminha.

Mas não é o fim. Trata-se apenas de uma suspensão. Vilar de Mouros é eterno. Pela nossa parte estamos dispostos a tudo fazer para que o festival possa ser retomado já em 2008. Começando pela renegociação dos compromissos entretanto assumidos para este ano e que poderão ser transferidos para o próximo de molde a não prejudicar nenhum artista, banda ou parceiro e prosseguindo com um trabalho de sensibilização de pessoas e entidades, esperamos poder anunciar, a curto prazo, boas novas.

Vilar de Mouros, 12 de Junho de 2007

A PORTO EVENTOS

A JUNTA DE FREGUESIA

MUNICÍPIO DE CAMINHA

COMUNICADO
FESTIVAL DE VILAR DE MOUROS

A Câmara Municipal de Caminha lamenta profundamente ter sabido pela Comunicação Social da decisão de cancelamento do Festival de Vilar de Mouros por parte dos seus promotores e organizadores.

E lamenta ainda mais que, ao invés dos mesmos assumirem essa responsabilidade, se escusem com desculpas infundadas e estéreis facilmente desmontáveis:

- A Câmara Municipal de Caminha sempre apoiou a realização do festival de Vilar de Mouros;

- Estranham-se as referências políticas a partidos políticos, porque concretamente este executivo, eleito em 2001 pelas listas do PSD, sempre apoiou o festival de Vilar de Mouros, e a junta de freguesia de Vilar de Mouros, eleita pelas listas da CDU, também já o era nessa data e pelo menos há dois mandatos. Se houve alguma discriminação política foi por parte da Junta de Freguesia que decidiu unilateralmente afastar a Câmara do processo.

- Em 2004, findou o protocolo existente e foi elaborado um novo protocolo, tendo a Junta de freguesia escolhido para promotora e organizadora do festival de Vilar de Mouros a empresa Portoeventos, excluindo deste processo a Câmara Municipal ou outra entidade (Região de Turismo/ Governo Civil) que valorizariam e reforçariam em termos de organização o impacto do evento que já transcende as fronteiras da freguesia ou do Concelho assumindo-se como um evento de importância nacional;

- Com esta atitude/escolha, a Junta de Freguesia tornou-se a única responsável pelo futuro sucesso ou insucesso do festival, uma vez que foi também a única responsável pela escolha da empresa promotora do mesmo;

- Não obstante ter sido afastada deste processo, o certo é que a Câmara continuou a apoiar o festival de Vilar de Mouros, apoio que quantitativamente se cifrou na ordem dos 60.000 euros, realçando-se neste a verba significativa para a limpeza urbana do recinto e a colocação de sanitários, etc.;

- Logo na reunião realizada em Janeiro deste ano com vista à preparação desta edição de 2007, foi comunicado e posteriormente reiterado este apoio nos moldes dos anos anteriores, sendo certo que foi sempre com este mesmo apoio que as edições anteriores se realizaram;

- Para que não restassem dúvidas, formalizamos através do ofício nº 222, de 08/06/07, de que se transcreve parte, que o apoio concedido seria:

- Instalação de pontos de água no recinto do festival:

- Adaptação necessária da rede de água para bombeiros;

- Controlo na emissão de licenças para venda ambulante para um raio de 1 Km do recinto;

- Disponibilização de quiosques;

- Contratação e coordenação dos serviços de higiene e limpeza durante o festival;

- Disponibilização de sinalética para o transito;

- Cedência de espaços publicitários;

Como é fácil de concluir a não realização do festival deve-se a uma decisão mais uma vez unilateral dos seus promotores, eventualmente por inépcia, falta de capacidade para obtenção de patrocínios, ou outro tipo de problemas, já do domínio publico, de dívidas ou compromissos não cumpridos entre os próprios e terceiros que não comentamos, pois não é essa a nossa função nem a forma de estar;

Aliás a Câmara Municipal e os dinheiros públicos da autarquia não servem nem podem servir para cobrir prejuízos de terceiros, nomeadamente de privados e promotores que visam e têm como fim o lucro e interesses comerciais incompatíveis, com os interesses publicas que as autarquias visam e devem preservar;

Caminha, 13 de Junho de 2007

O Gabinete de Apoio à Presidente


Entretanto, contactada a PortoEventos, foi referido que tinham dado o prazo até final de Maio através de carta registada para que a Câmara desse resposta aos pedidos de reunião solicitados.

Jorge Silva precisou que até final do mês passado precisavam de assumir um compromisso financeiro perante as bandas já abordadas.

Contudo, o ofício da Câmara tem a data de 8 de Junho. E não avança com outras propostas de apoio pedidas pela organização.

Actualização Dia 13/06/07 21h15

JUNTA DE FREGUESIA DE VILAR DE MOUROS

Horário de Atendimento ao Público

De 2ª a 6ª Feira - 19H / 20H

Posto Público de Acesso à Internet
Horário: 18H/20H (Todos os dias úteis)
Feriados e fins de semana

jf-vilardemouros.pt

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