A publicação num jornal local de uma lista de sócios com as quotas em atraso, provocou diversas reacções de alguns dos visados, no decorrer de uma segunda convocatória destinada a aprovar as contas da gerência e a eleger novos corpos gerentes.
"NOTÍCIA RIDÍCULA"
"É ridícula essa notícia", referiu Luís Fernandes, considerando tal decisão da Direcção presidida por Maria do Rosário Marques de "infeliz", enquanto que João Verde perguntou se alguma vez se tinha recusado a pagar as quotas, para que expusessem dessa forma o seu nome, quando era habitual dirigirem-se ao seu escritório para receberem a quotização.
O mesmo argumento foi apresentado por António Brandão, assinalando que todos os anos lhe foram cobrar as quotas à sua loja e quando ia ver o futebol sempre pagou bilhete, razão pela qual não pagava as quotas no local, ao passo que Orlando Soares desafiou um dos directores que cobrava as quotas a dizer se ele se recusara a pagar.
Como ele (António Morais) lhe respondesse afirmativamente, teve palavras acesas de reprovação, dizendo ser mentira, perguntando ainda à Direcção como era possível que novos sócios tivessem uma numeração mais baixa do que outros mais antigos, tendo sido justificada tal situação por Narciso Correia, presidente da Assembleia Geral, com o preenchimento dos lugares dos que foram saindo.
Outro associado, José Gil, mostrou talões de quotas de sócios de 2004 e que não constavam da listagem elaborada pela Direcção cessante e anunciada no jornal.
"REVOLUCIONÁRIOS"
Em resposta a todas as interpelações, Maria do Rosário disse que os 180 sócios que o clube teria, não o eram efectivamente porque "só o são aqueles que estão presentes no dia-a-dia", acusando muitos de se recusarem a pagar as quotas ao dirigente que os abordou e "aparecem hoje todos", armados em "revolucionários", o que considerou uma "hipocrisia", expressões que enfureceram Orlando Soares, dizendo "não admitir que me chamem revolucionário e hipócrita".
A presidente cessante disse ainda que anunciaram no campo de jogos para que pagassem as quotas mas logo o sócio Albano Rocha ripostou, dizendo que tentou fazê-lo mas recusaram receber, ao passo que João Verde perguntou se os sócios que viviam fora de Caminha e não podiam deslocar-se aos jogos, eram menos sócios do que os outros.
CONSELHO FISCAL INEXISTENTE
Neste ambiente conturbado, avolumava-se a expectativa de nem se realizarem as eleições nesse dia, depois de Narciso Correia, presidente da Assembleia Geral, ter referido que não colocaria à discussão e votação o relatório de contas por não existir Conselho Fiscal.
Chegou a ponderar a possibilidade de adiar a votação para que as duas listas concorrentes fossem completadas com os candidatos suplentes, atendendo a que nenhuma delas apresentara qualquer nome.
ADIAMENTO PONDERADO FOI VETADO
Luís Rego Fernandes concordou com tal eventualidade, entendendo não existirem condições para que tal se concretizasse, face à confusão existente.
Maria do Rosário recandidatava-se a mais um mandato de dois anos e rejeitou liminarmente tal possibilidade, ameaçando avançar "com outras atitudes noutras instâncias" se tal sucedesse, enquanto que António Gil, candidato à Assembleia Geral pela outra lista, disse não poder tomar uma decisão porque o candidato da sua lista à presidência da Direcção (Luís Manuel Pedra) não se encontrava presente.
Após ambos terem anunciado aos presentes os objectivos das suas candidaturas, procedeu-se à votação decidida por Narciso Correia, em que cada um dos presentes disse se era sócio ou não, independentemente de ter as quotas em dia, resultando reeleita Maria do Rosário Marques, ao recolher 20 votos, contra 17 da lista opositora, registando-se um voto nulo.
Maria do Rosário Marques anunciara que era objectivo da sua lista "apoiar a formação e dar bom nome ao Caminha", além de ir pugnar por conseguir protocolos com várias instituições.
Concluiu, afirmando "já ter mostrado o que valho nestes dois anos".