... em Dezembro 2017, surge-nos novamente isto!
... que nos motiva a repescar um conteúdo publicado no lançamento do TTVerde, mesmo com as limitações dos primeiros passos que então dáva-mos!
Em Fevereiro de 2016 era assim:
O Pinhal da Gelfa, Mata Nacional desde 1929, implantado entre a foz do rio Âncora e o Forte do Cão, ocupa uma área de cerca de 50 ha. e incorpora numa parte significativa um interessante e rico cordão dunar. Em 1986, o Instituto de Conservação da Natureza (ICN) passou administrar a Mata Nacional da Gelfa e em Novembro de 1991 iniciou a reflorestação da referida Mata.
Há alguns anos atrás, poucos, foram efectuados investimentos, suponho que apoiados por "fundos" da CE. Lembro-me de na altura ter visto um painel identificativo do projecto ligado à Comunidade Europeia.
Foram então, entre outras obras e infra-estruturas, construídos (anunciados e assinalados), um circuito de manutenção e outro de natureza, assim como um parque infantil e outro de merendas.
Pouco tempo depois (um, dois, três anos...) tudo se começou a transformar e o estado actual da Mata e do Parque é aquele que as imagens ilustram.
Como se sentirão as Crianças, neste caso do 7º C de 1999-2000, da Cooperativa de Ensino Ancorensis, que entusiasticamente, e disso estou bem seguro, pintaram e distribuíram pela mata os painéis...
Como cidadão interessado nos problemas que se relacionam com o Meio Ambiente, considerando este como a interligação entre o Homem, a Sociedade e a Natureza, em finais do ano passado, enviei uma mensagem, em que denunciava esta situação de deplorável degradação do Património Natural para diversas entidades relacionadas, pelo menos nominalmente, com os problemas ambientais.
Curiosamente, (ou talvez não!) apenas recebi uma resposta institucional, lacónica mas simpática, da Presidente do IPAMB - INSTITUTO DE PROMOÇÃO AMBIENTAL, em que anunciava ter direccionado o "protesto", solicitando actuação, para o Instituto da Conservação da Natureza por se tratar de um assunto da sua exclusiva competência.
O Serviço Consultor do Ambiente do portal Naturlink, porem, é de opinião que "(...) a responsabilidade não é remetida para o ICN. A Mata pertence ao Concelho de Caminha, e é o Município que tem a responsabilidade de disponibilizar meios para a recolha dos resíduos urbanos, pelo menos se assim lhe for solicitado.(...)"
Mas o que profundamente me deixa perplexo e entristecido, é o desinteresse genericamente manifestado pelas entidades oficiais, nacionais e locais, em tudo o que diga respeito à qualidade ambiental do meio em que estão inseridas.
Será que apenas interessa o que se passa no jardim, no pátio ou na sala de cada um ?.
O que se passa na nossa Rua, na nossa Praça ou no País de todos, não interessa...?
... assim ainda teremos muito que aprender, até ao dia em que, de pleno direito, nos possamos considerar "EUROPEUS"
Álvaro Oliveira
(26 Fevereiro de 2001)
Resumindo e concluindo. Afinal a responsabilidade do estado actual do Pinhal da Gelfa, pertence à Cãmara Municipal de Caminha. Porque não faz a mesma coisa que fez no Pinhal do Camarido? E a Junta de freguesia de Ancora, o que é que faz? Ou estão à espera que algum energúmeno pegue fogo ao pinhal. Responda quem souber. Fico à espera.
Decorreu em 2016 o centésimo trigésimo terceiro aniversário do nascimento de António Sérgio (Damão - Índia, 3 de setembro de 1883). No dia 10 de Junho de 1983 foi condecorado, a título póstumo. Na ocasião foi denominado como "ensaísta, crítico e filósofo". Não será o seu pensamento um pensamento eclético, sintetizador do pensamento de vários filósofos? Qual o sentido da Filosofia em António Sérgio?
Perguntas pertinentes, tanto mais que há autores, e são muitos, que negam a Sérgio, a denominação de filósofo, alegando falta de originalidade, falta de espírito sistemático, e de não ter estruturado o mundo numa ampla visão. Na verdade, António Sérgio foi um admirador dos grandes racionalistas, um entusiasta dos nossos iluminados "estrangeiros", um devoto do pensamento "éclaire". Recorre continuamente a Platão, a Descartes, a Malebranche, a Espinosa, a Kant. É inegável a influência, eventualmente, estranha no pensamento do nosso autor.
Por outro lado, a circunstancialidade dos seus escritos: "Os meus ocasionais escritos, "ocasionais" lhes chamo eu, porque brotaram circunstancialmente, numa vida multímoda e tormentosa, assoberbada por fainas heterogéneas, sem nenhuma relação com os meus escritos". (Ensaios III:3), são a afirmação concludente da falta de sistematização do seu pensamento. É esta, na realidade, uma das dificuldades que o leitor encontra ao tentar penetrar no pensamento de António Sérgio, provavelmente, a falta de um sistema estruturado.
Mas a legitimidade estará do nosso lado, se, ao apoiarmo-nos nestes factos, negarmos a António Sérgio o caráter de filósofo? Um filósofo não nasce "ex abrupto". Em toda a ação de filosofar vai-se incluindo, fatalmente, o passado filosófico do qual não podemos fazer uma tábua rasa. Não se pode fazer Filosofia sem a história da Filosofia. E António Sérgio estava ciente disso ao afirmar: ".... Nasce o pensamento dos filósofos no meio das teorias que já são conhecidas, e das quais se não pode desprender de todo. Não logra o filósofo, por isso mesmo, destilar por completo o seu próprio sistema, libertando-o de outros, incompatíveis." (Ensaios VII:189).
Ser-se filósofo define-se neste clima de inevitável historicidade. Os problemas básicos da Filosofia são sempre os mesmos. Sejam quais forem as épocas. Nesta reiteração reside o caráter perene da Filosofia. O tratamento de qualquer tema, seja qual for o momento histórico, exige um regresso com o propósito de "repensar" o que foi a problematicidade anterior desse mesmo tema.
Sérgio pertence à categoria dos filósofos que reiteram a problematicidade dos temas já ventilados por outros. Convoquemos, novamente, António Sérgio para nos inteirarmos do seu conceito filosófico: "...um filósofo (ao que me parece) não é um sujeito sabedor num certo número de matérias a que se dá o nome de "Filosofia": é um homem para elucidar ideias - em qualquer domínio; mais particularmente: creio que filosofar é lançar certas luzes no domínio das ideias fundamentais" (Ensaios, VII:187). Sérgio tinha a plena consciência de que um filósofo não é apenas um homem culto e pensador, mas ser-se filósofo é repensar a Filosofia, adotá-la numa posição de radicalidade.
Nos seus "Ensaios", Sérgio assume uma atitude complicada e crítica. Todas as questões se devem considerar como abertas. Encara a Filosofia como problemática, como uma criação contínua, como uma tarefa árdua que não tem limites: "Não passo de um simples interrogador sincero, de pensar libérrimo, que convida a reflectir sobre a ciência, sobre a acção moral, sobre a vivência artística, sem se prenderem a qualquer sistema..." (Ensaios, V:9). Dentro desta visão e pelas "migalhas de Filosofia" (expressão com que designava os seus escritos) que nos legou, pode-se considerar que os seus "escritinhos" têm o seu quê de filosófico" (Ensaios, VII:207).
António Sérgio foi um pensador de mentalidade científica. A sua Filosofia é, em última análise, uma reflexão sobre a ciência. "A Filosofia para um não-filósofo é um corpo de dogmas que se adopta e se defende: é a actividade espiritual da dilucidação das ideias, um trabalho de reflexão sobre as ideias do espírito, - na ciência, na arte, na moral, na religião, principalmente para mim, a Filosofia é a ciência da reflexão sobre a ciência" (in "Notas de Esclarecimento, Portucale, Porto, nºs 28-30, Julho-Dezembro, 1950:214).
Empurrado pelo ambiente familiar, decidiu seguir, como os seus antepassados, a carreira da Marinha. "Da minha vida deverei dizer que duas circunstâncias a tornaram multímoda e aventurosa: o ter nascido com a bossa do apostolado ou coisa que o valha e ser filho e neto de oficiais de Marinha" (in "O Diabo" nº 279, 27-1-1940). Foi o ambiente familiar, entretecido com homens de saber exato, que o conduziu para a Marinha.
Penetrou na especulação filosófica despertado pelos estudos politécnicos, devendo à Matemática o forte empurrão. A Matemática é que lhe fez acordar o inato platonismo, e que levou o estudante Sérgio para mais altos voos da reflexão que logo depois, com o correr dos anos, o fixaram na absorvente tarefa de cuidar da Filosofia, como ciência da reflexão sobre a ciência. Mesmo antes de se abeirar de filósofos como Platão, Descartes, Espinosa e Kant, nos quais vai cimentar o seu pensamento de racionalista, Sérgio sentia uma propensão inata para o espírito matemático e geométrico.
Ele mesmo no-lo confessa: "Eu como poderia figurar no tronco da minha árvore genealógica intelectual, querendo sobretudo significar com isto que encontrei em Platão, em Espinosa, em Kant, as instruções essenciais que mais satisfazem o meu espírito, que mais condizem com aquela harmonia que dentro de mim mesmo andei buscando. Mas acaso mais que quaisquer autores me levou a mim mesmo a geometria analítica, quando na Escola Politécnica a conheci: e por meio da geometria analítica é que sobretudo Descartes me impressionou" ("Genealogia Intelectual", Seara Nova, nº 880:375). Foi a reflexão pessoal sobre a geometria analítica e sobre a física matemática, mesmo antes de ter lido qualquer filósofo, que fez despertar em si o platonismo que resultou kantiano.
A expressão "racionalismo" evoca geralmente um abuso, um excesso de confiança na razão. É mais um método, uma tendência geral do espírito, do que um sistema fundamental, claramente definido. Emprega-se, em Filosofia, para designar a inteligibilidade essencial da realidade e, sobretudo, o absolutismo de uma razão que exclui, quer do conhecimento, quer da ordem moral e religiosa, que por definição lhe é superior ou estranho.
O racionalismo gnosiológico, propriamente dito, surge nos tempos modernos com Descartes que, erigindo uma razão autónoma, abstrata e dedutiva, em critério exclusivo de verdade, despreza ou relega para segundo plano o contributo da experiência, da história e da tradição.
Por este caminho depressa se chega à identificação de causa com a de razão lógica. Assim se transforma o conhecimento numa série de deduções "more geométrico", a partir de algumas teses fundamentais, imediatamente percebidas (Espinosa), ou na análise de um apriorismo imanente e virtual (Leibniz), que não iria influenciar profundamente o formalismo Kantiano e todo o idealismo alemão.
Visando superar o conflito entre o racionalismo e o empirismo, Kant concebe o conhecimento como uma síntese de categorias "a priori" (forma) e de intuições fenoménicas (matéria). Esta solução permanece fundamentalmente racionalista, uma vez que a inteligibilidade de um mundo fenoménico, único conhecido, é posta, mas não encontrada pela inteligência.
Com a eliminação do misterioso objeto em si (Fichte), a razão é proclamada princípio exclusivo de conhecimento, lei e norma de si mesma, tornando-se, em breve, uma entidade metafísica, que, por uma dialética imanente a si mesma, se atua e, em si mesma, absorve toda a realidade existente (Hegel).
Afirmou-se acima que António Sérgio era um admirador dos grandes racionalistas e que, com frequência, recorria a Platão, a Descartes, a Malebranche, a Espinosa e a Kant. Cumpre agora justificar estas afirmações e verificar um certo "símile" entre estes filósofos e o nosso autor.
Notemos, antes de tudo, que a Filosofia de António Sérgio não é uma ontologia, uma metafísica, uma lógica, uma moral. É, em primeiro lugar, uma teoria do conhecimento, uma epistemologia. Não é uma moral, disse ele! Seja permitido abrir um breve parêntesis para aclarar uma afirmação. Sérgio, ao contrário da mentalidade hoje reinante, não via a sociedade num plano meramente crematístico, como algo para produzir riqueza e mais riqueza.
Mais que o progresso, estimava o progredido. Venerou Kant, mas não lhe herdou a superstição ao progresso pelo progresso. Neste aspeto, cumpriu o preceito filosófico de Fichte: "O eu só se desenvolve em sociedade". Sérgio foi um homem de bem, um cidadão de boa vontade, que teleguiou a perfeição do seu eu em vista do bem de todos. Teria orgulho, mas não foi narcisista. A crença de Sérgio, como a de Antero, estava no progresso da ordem moral, pelo progresso material.
O bem material, a emancipação económica, não passavam, para Sérgio, de meros instrumentos do bem moral (a emancipação moral, a pedagogia do ser humano ativo e culto, o elo de uma sociedade transformada e redimida). A vida e o pensamento são para Sérgio uma única expressão de atividade. A Razão e o Bem, estreitamente unidos, representavam os grandes astros polarizadores do intelecto e da vontade, cuja luz, mesmo que o ardor polémico por vezes o cegasse, procurava julgar pessoas e factos, ideias e valores. O que o individualiza é o pensar nos outros, desejar-lhes um melhor destino. É um pensamento dirigido para o bem. A ética como sumo valor.
A generosidade estava-lhe no coração e só depois no cérebro. Há idealismos submersos na "praxis". De algum modo, era um homem que se esgotava na ação. A ação formava com o seu pensamento um único e sólido tecido. Agia porque pensava. Neste aspeto, poder-se-ia falar de um pensamento de caráter ético, em Sérgio. Mas não é esse o fim do presente trabalho. Dar-se-á prioridade ao seu pensamento gnosiológico, para depois se concluir pela educação cívica. António Sérgio nasceu platónico.
É lutando contra Aristóteles, é sublimando o seu congénito platonismo, que Sérgio aperfeiçoa o seu próprio pensamento filosófico. "Quanto a mim, a marcha... é ao invés de Aristóteles: do que pensa, com ele, o senso comum." (Ensaios, III:352).
É ao longo dos seus "Ensaios" que vai desabrochando a flor do seu incipiente e ascendente idealismo, o qual sempre encarnou desde os mais adolescentes anos aos da velhice sábia e madura. O "leitmotiv" do seu cogitar é um contínuo monólogo-diálogo com a razão. Não é a razão propriamente um conteúdo, uma faculdade. Surge como uma forma, como uma atividade de síntese "a priori", faz converter as ideias em coerentes e consistentes.
O universo da razão é o universo da inteligibilidade, e só é inteligível o que é coerente e consistente. A razão é um método ao qual se impõe permanente exame crítico: "... A característica da razão humana é o pleno à-vontade e o sorriso cândido diante das próprias coisas que ela faz, diante dos próprios rumos que ela traça, - pois sabe-se que a inteligência não se esgota em nenhuma das obras que produz: que ela a si mesmo se não adora, mas sim que se observa e se corrige, que desconfia e que ironiza, resignada a sentir o mesmo anseio e a interroga de novo o mar e os astros..." (Ensaios, II:20).
Todo o esforço intelectual e todo o movimento da sua ação se desprenderam do racional e só do racional. A unidade e a diversidade são impostas pela razão. A ordenação, a harmonia espiritual, o valor da razão a tudo fere. Tudo passa pelo seu crivo metodológico. Tudo é ferido, aferido e conferido pela razão, entre o máximo do juízo e a harmonia autossuficiente, que recusam aceitar que o imediato da experiência seja a expressão da realidade autêntica.
Sérgio argumenta: "... Para mim, o essencial no conceito não é a imagem, é a relação; o conceito para mim não precede do acto do juízo, mas resulta, pelo contrário, da actividade judicatória do nosso juízo; é esta actividade judicatória (e não a imagem ou representação) o que está no ponto de partida do operar efectivo do saber científico". (Ensaios, III:353).
Sérgio é um racionalista, porque sustenta a irredutibilidade da razão à perceção sensível, arquitetar a vida mental. A razão tem os olhos postos em si mesma, não está de olhos fitos na imediaticidade dos dados sensíveis. É racionalista porque afirma a existência no nosso espírito de uma atividade ordenadora, superior à perceção sensível. Daí que o seu racionalismo seja muito afim do idealismo metafísico ou gnosiológico.
António Sérgio reputa-se a si mesmo como um idealista neo-kantiano. O ataque ao racionalismo foi desencadeado pelos filósofos cientificistas e humanistas. A sua luta cifrava-se num ponto comum: o racionalismo clássico é abstrato e incapaz de atender ao conceito. Negam-se a admitir que o espírito humano seja uma atividade espontânea, e que o homem se faz a si mesmo, num ato de liberdade absoluta. Durante toda a sua vida reflexiva, Sérgio lutou por caracterizar o seu pensamento filosófico como uma razão que se concretiza, que se inunda ao particular, que se acarinha pelo real.
O seu racionalismo não era abstrato nem padecia de qualquer incapacidade para se abalançar ao concreto. "A inteligência, como eu a concebo, não minora a tal realidade; inteleccionar, ao que me tem parecido, é perceber o real, o concreto, o particular..." (Ensaios, VII:205). Sérgio mergulha o seu espírito constantemente na lida do real. O seu racionalismo nada tem a ver com o racionalismo dos velhos tempos.
Mas cuidado! Qual o sentido do real, da existência, em Sérgio? A experiência e o objeto são identificados com a intuição fenoménica. Os objetos não passam de puros fenómenos. "A experiência é um produto da razão, não algo que a defronte, independente dela. Opor a experiência à razão é como opor a obra de arte ao artista que a criou." (Ensaios, VII:189). "Não há objecto situado fora, para além do intelecto; o objecto em si e a experiência em frente da inteligência, são meros fantasmas." (Ensaios, VII:187).
Sérgio não duvida da existência do que se designa por "um mundo exterior", isto é, de algo independente da nossa "psique", de uma realidade física, de uma "fisis". Não é, todavia, um empirista. Antes, rejeita qualquer tipo de empirismo, como tendência filosófica que reduz a totalidade do conhecimento à experiência. A inteligência tem um papel constitutivo, criador, não só a nível da experiência, mas também a nível científico.
O mundo não é concebido como uma coleção de coisas. É antes uma atividade cuja função é suscitar na: ""psique" o nascimento "dos algos a que chamei sentires (dados-dos-sentidos, sensações, intuições) os quais são sinais da Actividade-do-Mundo, mas não imprimissões do dito mundo em nós, que tenham semelhança com a Actividade-do-Mundo." (Notas de Esclarecimento, Portucale, 1950:204).
Segundo Sérgio: "Tudo desponta no viver da psique, pelo espontâneo actual da nossa energia psíquica, e não por estampagem do "chamado mundo externo". Nada na mente é reflexo de algo. A experiência não é o sinal sensível, não é a ideia, não é o sentir, nem tão pouco a forma: é a indestramável ligação do sentir e da ideia sempre estruturada por interpretações do intelecto." ("Notas de Esclarecimento", in Portucale, nºs 28-30:199).
A missão da experiência é a justificação das hipóteses colocadas pelo pensamento, que na sua marcha progressiva e regressiva, busca a verdade: acordo recíproco entre a tese (o facto que nos interessa) e a hipótese colocada pelo pensamento. Sérgio deve ser considerado um experimentacionista e não um empirista.
Bibliografia
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MENEZES, Isabel, e V.V., Educação Cívica em Portugal nos Programas e Manuais do Ensino Básico, Instituto Inovação Educacional, Lisboa, 1997;
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SÉRGIO António, Educação Cívica, I.C.L.P/ME, Lisboa, 1984;
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Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo