Em primeiro lugar, e não pretendendo plagiar algum dos meus colegas presidentes de junta, quero agradecer a presença de todo o executivo camarário, e, naturalmente, congratular-me, pela iniciativa de fazerem estas reuniões descentralizadas, que vão, estou certo disso, trazer uma proximidade entre quem decide e as nossas gentes, dando-lhes o momento, com esta iniciativa, de expressarem os seus problemas, as suas preocupações, mas também levantarem ou apresentarem questões e ou soluções, que muitas vezes nos passam desapercebidas.
Aquando da campanha eleitoral, as forças políticas tem por norma, apresentarem ao seu eleitorado um rol de anseios, mas que, na verdade, alguns deles, acabam quase sempre por voltar a fazer parte do prospecto da campanha seguinte.
Compreendo, agora, que isso, na maioria das vezes não é propositado. O problema, é que no dia-a-dia, surgem outras situações e complicações que não faziam parte do nosso rol de promessas, nem do nosso imaginário, mas que acabam, também elas, por se tornarem um imperativo, sendo necessário executá-las no mais curto de espaço possível.
Se bem se recordam, o baptismo deste executivo, foram as intempéries que se fizeram sentir nas noites de 22 e 24 de Outubro de 2013, que conduziram à destruição de pavimentos em várias artérias da freguesia, à destruição de muros de suporte, à destruição dalgumas linhas de água e consequente arrastamento de pedras, terras e entulhos para os arruamentos e propriedades de particulares, chegando, inclusive ao ponto de se tornarem temporariamente intransitáveis e inacessíveis.
Sobre essa situação, não poderei deixar de salientar e agradecer a disponibilidade do executivo, facultando-nos, com prontidão os serviços do Município, que logo após terem tomado conhecimento da situação, deslocaram para as zonas afectadas, homens e equipamentos necessários, a fim de auxiliarem e colmatarem os danos, dentro do que lhes foi possível, atendendo às circunstâncias, facto também reconhecido pela população, faltando, apenas, a conclusão da reparação de dois pequenos pontões de passagem e a consolidação do muro da linha de água do Cuco, que atravessa a propriedade do Senhor Aires Loureiro, em Cristelo, mas que estão a ser desenvolvidos esforços no sentido de lhe dar a devida sequência.
Também nós, membros do executivo e funcionários da Junta, pese embora sermos poucos e com parcos recursos, colocamo-nos, como não podia deixar de ser, ao serviço e ao lado das nossas gentes com o propósito de, em conjunto, minimizarmos os prejuízos causados, nomeadamente, em casas particulares.
Seguiram-se, pouco tempo depois, duas intempéries marítimas, que causaram avultados estragos nomeadamente no paredão, sendo que, numa primeira fase os mesmos foram prontamente reparados pelo pessoal do Município.
Da segunda vez, o mar não deu tréguas, fez jus à sua força e, aí sim, os estragos causados foram importantes, derrubando mais de metade do murete do paredão e roubando-nos o areal fronteiro do mesmo, o que correspondia dizer, que Moledo ficou sem praia. A preocupação era geral e o desânimo era total.
Também aqui o executivo caminhense esteve à altura, desdobrando-se em esforços, apelando e alertando o Governo Central, para uma situação que a não ser resolvida atempadamente, iria acarretar uma perda enorme para no turismo, mas sobretudo, para o equilíbrio da economia local, que se faz, como todos sabem, nesta época do ano.
Hoje, fruto do aturado trabalho desenvolvido pelo município, junto de inúmeras entidades e também da comunicação social, estou em condições de afirmar que voltamos a ter praia, e que a Nossa Freguesia de Moledo e Cristelo, volta a sorrir de novo.
Continuamos a ter a BANDEIRA AZUL e o GALARDÃO DE BANDEIRA DOURADA, atribuída pela QUERCOS.
A todos vós o nosso muito obrigado.
Sabemos que os mandatos são de quatro anos, sabemos que nem tudo poderá ser feito, especialmente, e porque isso e público, o executivo Caminhense herdou um Município com um sem fim de problemas por resolver e mergulhado em dívidas, mas estou convencido, que com esforço, com empenho e com alguma acuidade, poderemos, em conjunto, dar solução a alguns problemas que irão contribuir para o bem-estar das gentes da nossa Freguesia de Moledo e Cristelo, das pessoas que tem aqui a sua segunda habitação e também daqueles que aqui param e que mais tarde ou mais cedo voltarão, porque encontraram neste naco de terra, um local impar e aprazível, cheio de gente boa, que tem por hábito o BEM RECEBER.
Não irei falar aqui das grandes obras, essas, na nossa opinião já foram praticamente executadas, contudo irei falar nas que julgo mais pertinentes.
1. LINHAS DE ÁGUA
Estamos em condições de poder afirmar, que as anomalias verificadas com as primeiras chuvadas, começam desde logo pela parte montanhosa, nomeadamente com a falta de limpeza dos acessos há muito existentes, bem como condução das linhas de água, dos regos foreiros ( do Cuco, Barbanços, Joaninha, Areeiro, Água de Enfroi) e Ribeiro das Preces, que lhe deveriam dar o normal escoamento até ao Rio Minho e mar, e que se encontram em parte destruídas e ou obstruídas. É necessário fazer algo e não podemos deixar para o próximo inverno, nessa altura já é tarde.
Acresce, também, a falta de limpeza das sargetas, valetas, aquedutos, regos foreiros e regos de rega dentro da malha urbana da freguesia, que em nossa opinião deveriam ser limpos e ou reparados até finais do mês de Setembro do ano em curso. Dessa forma colmataríamos danos maiores.
2. BARREIRA NA RUA DO TOSTADO
É mais uma situação, preocupante para este executivo e que poderá trazer consequências nefastas, atendendo à eventual perigosidade de desmoronamento, trata-se da barreira existente no início da Rua do Tostado, (lado Norte/Nascente), da qual deveria ser feita uma cuidada avaliação técnica, de molde à sua posterior consolidação.
3. OBRAS PRIORITÁRIAS
Neste capítulo, existem algumas obras e projectos adiados que consideramos, também, serem uma prioridade e que deverão ser levadas a efeito no decurso do mandato, naturalmente em colaboração com o Município e com os seus funcionários de forma a minorar custos.
1- Reparação de passeios que se encontram danificados;
2- Reparação de alguns pavimentos em paralelo e ou calçada, que se encontram em péssimo estado, quer na zona baixa quer na zona alta;
3- Reparação, regularização e construção de valetas e aquedutos, bem como construção de pequenos troços de rede, de maneira a permitirem que a condução das águas pluviais não destrua pavimentos, não entre nas propriedades de particulares e nalguns casos, até, condicionem o livre acesso a prédios urbanos e rústicos;
4- Construção de caixas de visita / limpeza e travessias de águas pluviais em arruamentos, por forma a conduzir as mesmas para os cursos normais;
5- Reparação e consolidação dos tanques e fontanários públicos;
6- Consolidação de alguns muros de suporte da responsabilidade desta autarquia que estão em risco de ruir, caso não sejam intervencionados;
7- Pugnar junto da Autoridade Florestal Nacional, para que procedam ao corte / limpeza e reflorestação nas áreas da sua jurisdição (entrada Norte de Moledo) e (zona a Nascente da antiga E.N.13 - Parque de merendas em Cristelo, bem como da Mata Nacional do Camarido, que se encontra num total abandono, e que, a continuar desta forma, poderá causar uma desagradável surpresa, caso algum incauto ou até propositadamente lhe cheguem fogo;
8- Pequenas reparações dos nossos imóveis, que nos últimos anos, não sofreram qualquer intervenção, de maneira a voltar a dar-lhes a dignidade que sempre tiveram, refiro-me, nomeadamente, aos Edifícios Sede e ao Centro Cultural, este já com inúmeras infiltrações de água, que estão a danificar aquela infra-estrutura;
9- Empenhar-se junto dos responsáveis da EDP, para que a iluminação pública chegue a todos os lugares habitados ou transitáveis da freguesia, situação que infelizmente ainda existe;
4. OBRAS PÚBLICAS
No que se refere a este capítulo, está este executivo bem ciente, e volto a referir, das dificuldades económicas que todos atravessamos, e de que algumas intervenções e algumas obras, apenas poderão ser levadas a cabo, via Município, com financiamento transferido pelo Governo Central atendendo ao seu custo, ou então e como é compreensível, a sua exequibilidade, só poderá ter lugar, na hipótese da existência de verbas para o efeito, no próximo Quadro Comunitário de Apoio.
Contudo, não deixarei de as enumerar, tendo a consciência de que iriam aportar uma nova roupagem a esta freguesia:
1. Elaboração do projecto de reconversão da zona de parqueamento na Av.ª 25 de Abril, e respectiva execução, por forma a dar mais dignidade àquele espaço;
2. Pavimentação do Caminho de ligação entre Cristelo e Vilarelho, denominado "Caminho do Montanhão";
3. Pavimentação do Caminho de Ligação entre Cabanelas e Prado, incluindo a execução do Pontão sobre a Ribeira das Preces, para ligação com o Caminho do Fulão;
4. Escarificação, rectificação e pavimentação em tapete betuminoso da Av.ª de Santana, desde a curva de Meia Légua até à rotunda de acesso a Moledo pelo lado Norte, incluindo as infra-estruturas que foram esquecidas nas mais que muitas intervenções;
5. Pavimentação da Estrada Real (ligação Moledo - Vila Praia de Âncora), com alargamento da mesma a partir do Cruzeiro de Santo Isidoro até aos viveiros de marisco;
6. Dar cumprimento ao protocolo estabelecido entre o Município e a REFER, aquando do encerramento da Passagem de Nível em Santana, tendo por base a execução da alternativa proposta "Passagem Inferior à Linha do Minho", junto do sitio designado por "Pia dos Burros", que caiu no esquecimento;
7. Dar continuidade à execução da ecovia de "Cristelo", que parou abruptamente a meio do seu percurso, sem sabermos qual a justificação;
8. Elaboração do projecto das "Piscinas Naturais do Cuco" em Cristelo.
Outras há, que sabemos que poderão ser feitas com verbas da autarquia, muito embora, atentos à já previsibilidade do custo, tenham as mesmas que ser faseadas, a saber:
1- Elaboração de um novo projecto para o topo Sul do Paredão de Moledo e área adjacente, execução da respectiva obra, de maneira a que sirva as aspirações e exigências há muito solicitadas;
2- Repavimentação dos Arruamentos das Andoreiras e Paracoba, que se encontram num estado deplorável;
3- Dar continuidade ao Parque Bio Saudável de Cristelo;
4- Manutenção do Parque Infantil existente no jardim a Nascente do "Ruivos Bar", do Parque Infantil existente Junto do "Centro Cultural" e do Parque Infantil existente junto da Sede da Freguesia em Cristelo;
5- Aquisição e colocação de alguns aparelhos de manutenção para adultos, nos parques acima referidos, tornando-os mais apelativos, proporcionando o encontro entre os mais e os menos jovens;
6- Pequenas reparações dos Edifícios Escolares;
5.DIVERSOS
1. Elaboração em parceria com a junta de Freguesia, de um estudo de ordenamento do trânsito na freguesia, onde inclua a substituição da sinalética deteriorada e a introdução de sinalética em falta, bem como a criação de dois lugares de parqueamento automóvel para deficientes no Largo Tito Rodrigues da Costa, também conhecido por Largo da Estação ou em alternativa na Av.ª Dantas Carneiro, imediatamente a seguir ao Antigo Posto de Correios;
2. Continuar a comparticipar as verbas anteriormente Protocoladas, referentes ao transporte das crianças do Jardim Infantil, Ensino Básico e ATL;
3. Solicitar aos técnicos do Município que estão a fazer acompanhamento de obras que se encontram em curso, em fase de conclusão ou até terminadas, para que os respectivos adjudicatários, cumpram na íntegra, o estipulado nos Mapas de Quantidades de Trabalho, nos Programas de Concurso e nos Cadernos de Encargos, de maneira a que estas não se arrastem no tempo, sejam concluídas dentro do prazo previsto, e que tenham em conta o prazo de garantia, período no qual, como sabido, é sempre possível ordenar a correcção das anomalias decorrentes das mesmas.
4. Apoio em parceria com Junta de Freguesia e privados, a iniciativas de índole cultural e recreativo, que promovam a Freguesia e o Concelho de Caminha;
5. Endividar esforços em parceria com todas as instituições, para que se combata a pobreza e exclusão social, criando, se necessário, um fundo de maneio para acudir a situações mais pertinentes, não esquecendo a existência daqueles que por vergonha já se encontram a passar mal.
6. PLANO DIRECTOR MUNICIPAL
No que se refere ao Plano Director Municipal, e porque sabemos que este executivo irá levar por diante a tão desejada revisão do mesmo, quero deixar aqui um alerta à navegação. Nós em Moledo e Cristelo iremos estar atentos e tudo faremos para que o índice de construção seja o mais adequado, de maneira a que seja travada a má edificação, a edificação maciça, que infelizmente já prolífera, que está a descaracterizar, que está a dar cabo da beleza e o mais grave de tudo, que está a afastar, com estas más práticas, aqueles que não sendo de cá, transportam Moledo e Cristelo no coração.
Por último e para terminar, possivelmente, poderá esse executivo entender, que no seu todo, estas solicitudes e estes desejos, são uma utopia, mas também sabemos que tem Vas. Exas. a consciência de que a Freguesia de Moledo e Cristelo, merece a atenção que lhe foi castrada num passado bem recente.
Ainda assim, esperemos que em conjunto, saibamos definir e estabelecer prioridades.
Moledo e Cristelo, não é só para cartazes e prá televisão, NÓS E AS NOSSAS GENTES QUEREMOS MAIS.
Muito Obrigado.