Vila Praia de Âncora não foge à tradição marinheira.
Logo após a Festa do Mar da Sardinha, outro evento se seguiu: "Viagens à Terra Nova-Memórias da Pesca do Bacalhau", iniciado na última Quarta-feira e que se prolongará até este fim-de-semana.


Foi uma forma de recordar uma história de "solidão, dor, expectativa mas também de esperança", realçou Miguel Alves, presidente do Município, aquando da inauguração do certame e da exposição dedicada a essa pesca, considerada por muitos, como a "mais dura das que se faziam no mar", conforme admitiu Celestino Ribeiro, um dos pescadores ancorenses que sofreu as inclemências da pesca à linha a bordo dos pequenos dóris (pequenos barcos lançados no mar desde o navio-mãe, nas águas gélidas da Gronelândia).


Mais de 400 pescadores de várias gerações de ancorenses rumaram até à Terra Nova em busca de sustento que não encontravam em terra e oito deles perderam a vida nas águas gélidas do Atlântico Norte.


E foi com o sentido de homenagear estes homens que a Câmara de Caminha delineou uma programação centrada na zona portuária da vila e que decorre até amanhã, Domingo conforme programa que divulgamos na edição anterior.


Nestes cinco dias, foram apresentados alguns pratos da autoria dos próprios pescadores como o "chora" (é comer e chorar por mais, daí o nome que foi dado pelos pescadores).



O Museu do Bacalhau de Ílhavo associou-se a esta iniciativa, contribuindo com várias peças e documentação para a exposição patente, tal como a Confraria do Bacalhau dessa cidade.