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TRIBUNA
Espaço reservado à opinião do leitor
O novo paradigma de Costa
Desde que António Costa começou a falar para o exterior, deixando a discussão quezilenta do entre muros partidário para um único protagonista, sentiu-se uma brisa fresca a trespassar a modorra bolorenta da crise e das desgraças anunciadas a vozes contraditas, de quaisquer esganiçados do governo.
Costa está a falar para os socialistas de sempre e para aquele milhão de eleitores que alteram frequentemente o sentido do seu voto. Finalmente há alguém a pensar em português, depois de anos de oposição segurista a mastigar um combinado de puré e óleo de fritar churros, sem coerência, sem garra e sem mobilizar expectativas, como se confirmou no último acto eleitoral, mostrando que há novas formas de intervenção no espaço público, à custa da destruturação dos velhos modelos.
Aconteceu pela primeira vez em Portugal que a intervenção no espaço público rasgou as barreiras da formalidade desse mesmo espaço, não disfarçando a fraca representatividade que o actual sistema político revela, traduzido nos níveis recorde de abstenção e no aumento da base eleitoral dos partidos, ditos anti-sistema.
Não foi por acaso que A. J. Seguro, após ser eleito secretário-geral, alterou os estatutos do partido, entrincheirando-se de qualquer ataque à sua liderança até às próximas legislativas. A cereja em cima do bolo é a questão das primárias, oferecida como alternativa ao congresso, exemplo maior das boas práticas socialistas. Quem não deve, não teme e Seguro mostrou que teme e mal se segura nas canetas, por muitas contas que faça, por muitas federações a que se alape, por muitas espingardas que imagine ter.
Desenganem-se todos aqueles que vêem em Costa a salvação messiânica, a cura para todas as maleitas, qual anti-inflamatório genérico, que podemos prescrever a eito.
Não faço parte desse grupo, mas parece-me que não há comparação entre o pensamento estruturado de Costa e a postura engaiolada de Seguro. Agora que foi empurrado para fora da dita, encontra em cada esquina motivo para denegrir o seu adversário, deixando aos seus desesperados apoiantes a tarefa de esbracejarem ao governo. Se não fosse pelo dramático da situação, seria interessante ver Seguro a formar governo com sapientes ministros, como Álvaro Beleza, Eurico Brilhante Dias, Carlos Zorrinho, João Proença ou Alberto Martins.
Mas o avanço e disponibilidade de Costa, não importunaram apenas o ainda secretário-geral do Partido Socialista. Foi um murro no estomago do governo, do PCP e de um Bloco de Esquerda frágil e desavindo. A emergência de Costa como candidato a líder do PS, face aos estatutos internos e outros condicionalismos do modelo partidário actual, nunca seria possível se não tivesse encontrado na sociedade civil acolhimento tal, que se impôs ao partido e ao seu "aparelho".
Costa sabe que tem de pescar à esquerda eleitorado imprescindível para chegar ao poder, abrindo o espaço natural dos socialistas, fugindo do pântano central onde tantas vezes se refugiam e onde são invariavelmente esmagados pelos partidos de direita.
Educação Cívica para a Participação Coletiva
Construir a cidade educadora para a prosperidade, entenda-se o desenvolvimento no sentido da melhoria de vida, nos seus múltiplos aspetos, de uma determinada população. Prosperidade: axiológica, económica, material, relacional, ambiental, laboral, entre outras componentes para uma vida boa.
Trata-se de definir muito bem quais os problemas existentes, como formular as respetivas questões e, só depois, conceber hipóteses de soluções. Se a comunidade, nas pessoas dos titulares dos cargos técnico-políticos e financeiros, tem dificuldades, ou não sabe descrever, localizar e circunscrever, com todo o rigor e objetividade, um qualquer problema, escusado será elaborar e aplicar uma muito bem construída teoria, precisamente se o problema estiver mal, ou inadequadamente, definido, especialmente no que se refere às situações humanas.
A perspetiva filosófica é aqui de grande relevância, no sentido em que obriga os responsáveis decisores a uma reflexão analítica profunda, rigorosa e exigente, porque em boa verdade: "Se os homens dessem mais atenção à colocação dos problemas em termos reais e objectivos, do que costumam dar às teorias, haveria menos desentendimento e um maior esforço de colaboração, de compreensão e de paz. O esforço no sentido de colocar problemas em termos reais e objectivos exige honestidade de propósitos, sinceridade, espírito de dedicação, compromisso com a verdade antes de tudo, em lugar da luta cega pelos interesses imediatos." (MENDONÇA, 1996: 74-5).
A cidade educadora para a prosperidade da sua comunidade beneficiará, substancialmente, sempre que do seu elenco governativo participarem cidadãos sensibilizados, preparados e disponíveis para saber incluir nos seus programas eleitorais, e depois no exercício das respetivas funções, os valores, as práticas, os recursos e as verificações, para que um tal projeto produza os melhores resultados, sem prejuízo de preocupações com grandes investimentos em obras físicas públicas que, sem dúvida, também contribuem para o florescimento da comunidade.
Os responsáveis locais, e não só, têm o dever de tudo fazer para a produção da informação, do conhecimento, do esclarecimento e da participação da população na vida pública da cidade, vila, aldeia, localidade e bairro.
Uma comunidade que tenha acesso à educação, seja pelos sistemas público ou privado, tem possibilidade de contribuir, decisivamente, para a prosperidade local, por isso se considera indispensável a existência de bons projetos educativos e formativos, cujo exemplo maior, sem dúvida, deverá partir dos órgãos do Estado Democrático e, na circunstância, das autarquias locais, na medida em que: "A educação é essencial à afirmação da plena dignidade humana: é pela educação que o ser humano acede à plenitude das suas faculdades e potencialidades, e forma a capacitá-lo a uma maior liberdade de escolha e, portanto, assumir cabalmente o seu destino; a educação eleva o homem e dá sentido à sua realização como ser humano e como cidadão. A educação é, pois um direito fundamental que cumpre ao Estado garantir, o que implica, por aplicação do nosso princípio operativo, a garantia de liberdade de escolha na educação." (SOUSA, 2007:14).
Conceber, desenvolver, aplicar e validar uma filosofia para educação e para a formação, para a institucionalização da cidade, vila ou localidade educadora, é um imperativo e um desafio: um imperativo, considerada a situação de impreparação, insensibilidade e indisponibilidade para elevado número de pessoas se envolverem na sua própria educação e formação. É urgente inverter esta tendência tão absentista, designadamente na participação política, cívica e institucional na vida ativa da respetiva comunidade;
Um desafio, desde logo para os mais diretos responsáveis pela condução dos destinos de uma determinada população local, porquanto têm o dever de proporcionar todas as condições para os respetivos cidadãos se prepararem, conveniente e atempadamente, para o exercício das atividades que possibilitem melhorias significativas na qualidade de vida de toda a comunidade.
Não basta anunciar grandes obras (algumas até serão supérfluas), ditas infraestruturantes, mas que não têm, num país e/ou numa dada localidade e circunstância, qualquer viabilidade; não é suficiente um apoio quase incondicional a uma massificação, alegadamente cultural, contudo, sem qualquer qualidade verdadeiramente cultural, humanística e formativa. É preciso ir mais longe.
Bibliografia
MENDONÇA, Eduardo Prado de, (1996). O Mundo Precisa de Filosofia, 11ª edição, Rio de Janeiro RJ: Agir
SOUSA, Francisco Vieira de, (2007). "Estado, Liberdade e Educação", in Nova Cidadania, Liberdade e Responsabilidade Pessoal. Lisboa: Fundação Oliveira Martins, Publicações Universitárias e Científicas, Ano VIII, (32), Abril/Junho, pp. 13-19
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
UMA TERRA DE TURISMO-UMA TERRA DE AMOR
VILA PRAIA DE ÂNCORA
Caro leitor. Se me perguntarem, qual a melhor terra de turismo e melhor terra de amor, desde Viana do Castelo até Caminha, direi, sem reservas: Vila Praia de Âncora. E porquê?
Salvo melhor opinião, esta "Princesa do Âncora", banhada por um rio cristalino, um mar, cujas ondas, cheias de espuma, deliciam os adultos, mas sobretudo as crianças e um praial extenso que acolhe, nesta altura do ano, os corpos de algumas sereias que aqui procuram, carregar baterias para um novo ano de trabalho, mesmo sem Bandeira Azul, possui todos os ingredientes para que os turistas mais exigentes, passem aqui as suas férias.
Dispondo de bons estabelecimentos hoteleiros, de modernas lojas comerciais, hipermercados e supermercados sempre prontos a servir os turistas , Vila Praia de Âncora é, no meu entender, uma Terra de Turismo, por excelência. Além disso, está servida por uma boa rede ferroviária e rodoviária, que permite aos banhistas se deslocarem, com facilidade, quer para o Porto ou Lisboa, ou mesmo para a vizinha Galiza.
É também uma Terra de Amor. Uma terra de gente hospitaleira, educada, ordeira, que encanta quem, pela primeira vez, chega a Vila Praia de Âncora. E tudo isto contribui, para que, nesta altura do Verão, até meados de Setembro, a sua população " triplique", dando um aspecto de uma grande vila ou cidade europeia.
Vila Praia de Âncora, terra de turismo. Terra de amor, amore, amour, love, lieber, terra de poetas e prosadores, de "gigantes" pescadores, de notáveis marinheiros , que vale a pena visitar.
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Do Coura se fez luz. Hidroeletricidade, iluminação pública e política no Alto Minho (1906-1960)"
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Autor: Paulo Torres Bento
Edição: C@2000/Afrontamento Apoiado pela Fundação EDP
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Da Monarquia à República no Concelho de Caminha Crónica Política (1906 - 1913)
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Autor: Paulo Torres Bento
Edição: C@2000
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O Estado Novo
e outros sonetos políticos satíricos
do poeta caminhense
Júlio Baptista (1882 - 1961)
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Organização e estudo biográfico do autor
por Paulo Torres Bento
Edição: C@2000
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Rota dos Lagares de Azeite do Rio Âncora
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Autor: Joaquim Vasconcelos
Edição: C@2000
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Memórias da Serra d'Arga
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Autor: Domingos Cerejeira
Edição: C@2000
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Outras Edições Regionais
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