Os morteiros anunciam a festa,
Bombos, gaitas e concertinas,
Alegremente a gente se manifesta,
Com largos risos e bem divertidas.
Vêm depois as bandas marchando,
Quer na rua ou nos velhos coretos,
Tocam marchas, cumprimentando,
Quantos as ouvem com agrado manifesto.
São tantas as honras, que exprimem as festas,
A seus lídimos protectores através de milagres,
Muita gente acredita na realização de promessas,
E se arremessa orando à volta da capela e de altares.
Crentes em grande, forte sintonia, parodiam revezando,
Ao santo, amigo inconfundível, que trazem no coração,
Endereçando-lhe o pedido, tocando-lhe o andor e o manto,
Na esperança de ajuda, sustento na dor, seguem a procissão.
Manifestação de crença e fé, sediada na alma, na intimidade,
As festas mostram a nobre característica das nossas gentes,
Em algo de bom, crença profunda e com imensa caridade,
Situado prá além desta vida, mas que fala aos crentes.
A festa é também sinonimo de bel-prazer e folguedo,
Perfumados e asseados todos ouvem a banda dançante,
Atracção altamente social, compartilhada com esmero,
Em gestos e contusões segue-se a cadência incessante.
Esquecendo o tempo, os infortúnios, viva a festa e a alegria,
Porque de tristezas já andamos cansados e não vamos abdicar,
Destes momentos raros de manifesta e altamente sã harmonia,
A volta de quantos encontram neste evento, esperança no amar.