www.caminha2000.com - Jornal Digital Regional - - Semanário - Director: Luís Almeida

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5 -a - EVOLUÇÃO FISIOGRÁFICA DA LINHA DE COSTA

Para analisar as razões da destruição da duna dos Caldeirões temos de recuar, pelo menos até ao fim do séc. XIX, em que a antiga CP, para assegurar a estabilidade da obra do caminho-de-ferro, todos os anos procurava garantir a segurança dessa via. Para isso realizava obras de contenção da duna dos Caldeirões.

Lembramos que em:

- Séc. XIX

1878 - 1 DE JULHO, A LINHA DA CP CHEGOU A CAMINHA

1882 - 6 DE AGOSTO, foi inaugurada a linha até Valença.

Como atravessava uma zona bastante mutável, os responsáveis da CP da altura, tiveram a preocupação de consolidar o local por onde a referida linha passava, possivelmente na altura em que a construção passou em V.P. de Âncora.

Por isso, procuraram criar uma barreira natural resistente, de contenção, para travar o avanço das águas do mar no limite do sapal da foz do Âncora, o que os obrigou a fazer uma manutenção anual da duna dos Caldeirões.

De acordo com histórias que os nossos pais nos contavam, os responsáveis da CP , durante muitos anos, foram reforçando a duna dos Caldeirões colocando pinheiros enterrados para segurança da via férrea e semeando feno para a consolidar, tendo atingido uma altura significativa. No início do séc. XX, dizem ter deixado de fazer essa manutenção, possivelmente por aquela duna ter atingido uma altura considerável.


Séc. XX

- PISOTEIO -

Em 28/12/63 foi inaugurado o campo de futebol do Âncora Praia no topo Norte da mata da Gelfa.

Devido ao acesso ter sido feito em grande parte pela duna dos caldeirões, a sua crista começou a ressentir-se do excessivo pisoteio, dando origem à criação de corredores eólicos e consequentemente ao seu rebaixamento, originando a sua fragilização.

Durante perto de trinta anos a cota do pico da duna foi baixando.

No entanto, temos de referir que resistiu aos temporais de Fevereiro de 1978 e ao de Março de 1981.

Devido ao abandono da sua manutenção e ao facto de deixarem de plantar estorno ou feno, ou outro tipo de flora autóctone, a degradação foi sempre contínua.

A duna nunca se consolidou, e cada vez fragilizava-se mais devido ao enraizamento das acácias que desagregavam o próprio cordão dunar.

Até que em 1990 deu-se o galgamento da duna pelo mar.

GALGAMENTO -

Em Janeiro de 1990, a duna já se encontrava extremamente rebaixada e devido a um temporal, o mar galgou-a atirando uns metros cúbicos consideráveis de areia para o interior do leito do rio, dando origem ao o seu tamponamento. Devido a esse facto, de imediato negociaram a abertura do leito do rio.

DRAGAGENS

Em Maio de 1990, a JAP (Junta Autónoma dos Portos) e a Câmara Municipal de Caminha devem ter negociado e autorizaram a extracção de areia na praia de Âncora.

A partir daí, as asneiras ambientais sucederam-se. Como os responsáveis da altura consideraram imprescindível repor o traçado do leito do rio, entregaram essa empreitada a uma empresa que dragou o rio e levou as areias. Segundo referiam, iam para Espanha.

Devido à forma de dragagem utilizada, criaram poços no rio, que devido à falta de informação, durante as férias de Verão, já em 1992, originaram a morte de quatro crianças, naquela que ainda hoje é considerada a praia das crianças.

Em 1992 era notícia em vários órgãos de comunicação social a morte das crianças na praia de Âncora, devido ao sistema de dragagem utilizado ter sido incorrecto.

- Em Fevereiro de 1995, o ICN colocou uma fiada de estacas de madeira, como o objectivo de começar a recuperar a duna dos Caldeirões.

- Até Junho de 1995, foram colocadas diversas fiadas de estacas de madeira do lado nascente da duna.

Em Outubro de 1995, dão início à colocação das paliçadas no pico da duna.

Em Outubro, a malha colocada no topo da duna já se encontravam bastante preenchida com areia.

Até 2000, colocaram mais paliçadas, mas não se preocuparam com a flora que estava a ocupar esse espaço.

Embora seja de opinião que a malha devia ter sido cuidada, eliminando as austrálias e plantado feno, só via os responsáveis do ambiente preocupados com os ninhos de Borrelho, enquanto o seu habitat ( duna dos Caldeirões) se degradava.

5-b - EVOLUÇÃO FISIOGRÁFICA DA LINHA DE COSTA ( MONITORIZAÇÃO)

DEGRADAÇÃO DO SISTEMA DUNAR

DE 2001 A 2013

Parte desta degradação pode ter a ver com a subida do nível do mar e com a redução das fontes aluvionares ou com o excesso de pisoteio (pressão urbana). No entanto, o grande culpado da rotura da duna dos Caldeirões tem a ver com a execução do cais (esporões) do portinho e obras aderentes. a -Causas da erosão da duna dos caldeirões

A subida do nível médio das águas do mar e ocupação urbana -

Para analisarmos as consequências da destruição da duna dos Caldeirões, vamos colocar na mesa uma série de variáveis, como a subida do nível das águas do mar e a pressão urbana, promovidas por um desrespeito dos diplomas, como o foi a alienação dos espaços das matas nacionais. Como exemplo, podemos colocar o campo de futebol do Âncora Praia, implantado no topo Norte da mata Nacional da Gelfa.

Como o acesso a esse campo de futebol era feito pela maioria dos espectadores, pela duna dos Caldeirões, esse pisoteio criou uma série de corredores eólicos dando origem ao seu rebaixamento.

Quanto à subida do nível do mar, há mais de meio século que os cientistas têm conhecimento desse facto.

b - - Enfraquecimento das fontes aluvionares

Com a construção das barragens, criou-se uma barreira à deslocação de detritos sólidos para o litoral, além de reduzir a velocidade e energia dos caudais dos rios.

Esse facto originou uma redução de lançamento de detritos sólidos para o oceano e a uma distância que não lhes permite atingirem a plataforma continental.

Por sua vez, a extracção de areias nos rios vai reduzir a quantidade dos detritos sólidos a serem lançados no mar e se for nas zonas dunares vai reduzi-las.

d - Esporões e obras aderentes

Técnicos e cientistas juntaram-se alertando os projectistas e o dono da obra, chamando atenção que se essa obra fosse para a frente a duna dos Caldeirões iria desaparecer.

Os pescadores, instigados pelo poder politico, não davam razão àqueles grupos de pessoas amigas de Vila Praia de Âncora, alguns até naturais, que procuravam a todo o custo que a obra fosse implantada num local mais apropriado, de forma a não originar alterações das correntes. Os responsáveis políticos, arranjaram técnicos que assumiram a responsabilidade de que nada daquilo ia acontecer, e os políticos (todos) perfilaram-se como os progenitores de tal obra, demonstrando uma mediocridade doentia e a intenção de se tornarem admirados pelos pescadores.

Mas a Natureza, não negoceia com incompetentes nem se vende. É o melhor "companheiro" para quem é amigo do ambiente. Não há falsidades, é irrepreensível com quem o defende. De facto há uma coisa que não admite, são os enganos, lapsos de memória, ou jogos de corruptos.

Mas essa é de facto a verdadeira razão dos problemas de erosão da duna dos Caldeirões e infelizmente de todo o litoral português.

Os esporões são a única variável que se conhece que vai alterar as correntes, dando origem às grandes deslocações de areias, e neste caso à destruição do cordão dunar.

Claro que esta tomada de posição, de gente que se preocupa com Portugal e com os portugueses, não agradou aos tecnocratas que andam por aí. No entanto, ninguém conseguiu travar a asneira e o porto de abrigo de Vila Praia de Âncora foi para a frente.

Em 2001, o ministro não ligou aos alertas que esses técnicos apresentaram nem sequer se pronunciou sobre o assunto.

Deu-se conhecimento à comunidade europeia, a qual ficou preocupada com a situação, mas o governo da altura, lá conseguiu dar a volta à situação e em 19-09-2001 foi homologado o contrato de adjudicação da obra.

Avançaram, e os problemas na duna dos Caldeirões, começaram a aparecer, de imediato.

- Em 2002

Já se começou a sentir a erosão no cordão dunar, o qual começou a sofrer um rebaixamento em quase toda a extensão da praia, conforme me foi possível confirmar.

Lembro que já acompanhava a evolução daquela duna há vários anos.

Durante 2002, resolvi fazer uma monitorização e comecei aperceber-me do seu emagrecimento, o qual PASSOU A EROSÃO, e ia acompanhando a sua evolução procurando alertar os responsáveis e expondo na comunicação social o que se estava a passar, para dar conhecimento à comunidade.

Assim, em 2-9-2002, apareciam as primeiros desníveis na praia de Vila Praia de Âncora, ainda bastante afastada da base da duna, e as dragagens no portinho iniciaram-se.

Em 2003 a erosão foi extremamente acentuada, tendo em 4-1-2003, apresentado desníveis muito acentuados que começaram a emagrecer a própria duna.

Aqui, os técnicos que alertaram para a situação do que iria acontecer, tiveram a confirmação de que aquela gente estava consciente das asneiras, porque qualquer obra de engenharia pesada no litoral logo começa a destruir o cordão dunar localizado a Sul.

O título nos jornais e de acordo com a monitorização que andava a fazer referia: "Mar avançou 50m".

Em 2004, o mar esteve mais calmo e não houve grandes avanços. No entanto, ainda fizeram umas recargas na zona dos Caldeirões.

Em 2006, ainda houve umas ameaças, mas só a partir de dois mil e oito é que se iniciou o assalto final, com um grau de erosão cada vez mais forte.

Dez. 2008: a situação agravava-se, e a duna continuava a emagrecer.

Em 2009, a base da duna continuava a recuar

A comunicação social alertava a opinião pública, no entanto, por vezes, os menos entendidos até consideravam que não passava do "arauto da desgraça". Possivelmente consideravam que o trabalho que se estava a realizar não estava fundamentado em dados reais.

Também ia dando conhecimento às entidades competentes, mas parece que ninguém se preocupou com os efeitos da dinâmica marinha.

Contudo, aquela que foi uma das mais belas praias e uma das primeiras estâncias balneares do País, estava a desaparecer.

Como estamos no país do "faz de conta", a hora estava a chegar e em 9-10-2010, embora ninguém o referisse, ainda houve algumas ondas que chegaram à crista da duna.

Portanto, o desgaste erosivo da duna continuava e o mar começava a ensaiar a sua destruição.

Em 2011 e 2012, embora com recuos mais reduzidos, ainda foi resistindo.

De Inverno mais cavada, de Verão o declive era trabalhado pelo pisoteio dos veraneantes que sempre se têm mantido fieis a esta estância balnear.

5c - EVOLUÇÃO FISIOGRÁFICA DA LINHA DE COSTA 2013 -2014 ( MONITORIZAÇÃO)

A partir de meados de Dezembro de 2013, o mar investia fortemente na base da duna e as areias levantadas eram arrastadas pela corrente criada pelo cais norte do portinho, baixando-a.

A erosão era uma realidade e a base da duna estava a ser eliminada pelo mar conforme se pode ver na foto tirada em 13-1-2014

Via-se a base da duna a descer. A erosão era intensa. Sentia-se que a qualquer momento se iria dar o colapso.

Em 19-1-2014, podia-se ver que grande parte do cordão da Gelfa já se encontrava também em arriba. A corrente criada pelo esporão do portinho tornou-se mais abrangente.

A duna, duma maré para a outra, reduzia vários metros. A partir do dia 1 de Fevereiro esperava-se a ruptura da duna a qualquer momento. Primeiro foi destruído até ao passadiço.

No dia seguinte 2-2-2014 o passadiço já estava a cair.

Entretanto, na madrugada de 3 de Fevereiro, possivelmente na praia mar, às cinco da manhã, o mar rompeu a duna dos Caldeirões, demolindo-a radicalmente.

Nesse mesmo dia, o mar subiu pelo leito do rio Âncora, tendo ultrapassado o açude do antigo moinho do Lira, e chegado até à ponte da E.N.13.

Consultado dados do Instituto Hidrográfico, conclui-se que no dia em que o mar rompeu a duna dos Caldeirões havia correntes de Noroeste.

A altura das ondas era de aproximadamente 7 a 8m com uma periodicidade de 18 a 20s, do que se pode concluir que era um mar de Inverno.

Portanto ficamos conscientes que mesmo que não se trate de uma tempestade, bastará que o mar esteja um pouco mais forte para aquela duna continuar a ser destruída.

No caso da duna dos Caldeirões em Vila Praia de Âncora, os responsáveis não querem admitir que existiram riscos que não foram analisados. Falsearam o RECAPE referente à obra do Portinho, em que a própria Comissão de Avaliação do RECAPE se referia que "- Face aos resultados apresentados e nos respectivos Anexos técnicos, infere-se que apesar das conclusões apresentadas, existe um grau de incertezas quanto às previsões efectuadas relativamente aos impactes decorrentes do Portinho de Vila Praia de Âncora na morfologia e dinâmica costeira".

Os responsáveis deviam-se lembrar que quando há treze anos, houve uma série de técnicos e toda uma comunidade científica e ambientalistas que se aperceberam do disparate que ia ser feito, procuraram por todos os meios dissuadir os responsáveis a estudar melhor a situação e a alterar a localização.

Não o quiseram os políticos nem os técnicos do sistema, a obra avançou e agora a duna dos Caldeirões desapareceu.

Pelo que se conclui que há treze anos foram feitos estudos de impacte ambiental de conveniência, para permitir a execução do porto de abrigo de V.P. Ancora. Além de os pescadores ainda hoje entrarem a maioria das vezes com o "coração nas mãos" e Vila Praia de Âncora vai ficar sem Praia dentro de alguns anos.

NO ENTANTO, HÁ TREZE ANOS JÁ SABIAMOS QUAIS AS VARIÁVEIS QUE DEVIAM SER INTEGRADAS PARA ANALIZAR AS CONSEQUENCIAS DOS EFEITOS DO ESPORÃO SOBRE A DUNA DOS CALDEIRÕES, MAS OS RESPONSAVEIS OU NÃO CONSEGUIRAM VER AS DIVERSAS FORÇAS QUE IRIAM SER ALTERADAS, E MUITO MENOS A SUA INTENSIDADE, OU ALHEARAM-SE DESSA SITUAÇÃO.

NO ENTANTO AGORA ATÉ PODEMOS AFIRMAR, QUE NO FUTURO BASTARÁ UM MAR COM UM BOCADO DE FORÇA, PARA A DUNA DOS CALDEIRÕES ROMPER.

AS CORRENTES, AO COLIDIREM COM UM OBSTÁCULO ALTERAM-SE E A SUA INTENSIDADE AMPLIA-SE O QUE NOS LEVA A AFIRMAR QUE QUANTO MAIS FORÇA TIVEREM MAIS ENERGIA E MAIS ABRANGENTE SERÃO AO ACTUAREM SOBRE TODO O CORDÃO DUNAR DA GELFA E DO QUE RESTA DA DUNA DOS CALDEIRÕES.

EMBORA A RETIRADA DO ESPORÃO DO PORTINHO NÃO RESOLVA OS PROBLEMAS JÁ CRIADOS, CONTUDO, PERMITIRIA COM O TEMPO E APOIO DE ESTACARIA, PALIÇADAS E PLANTAÇÃO DE FLORA AUTÓCTENE, A RECONSTITUIÇÃO DA DUNA DOS CALDEIRÕES E CONSEQUENTEMENTE DA PRAIA.

Não nos podemos esquecer que as dunas são estruturas dinâmicas de origem eólica, de características bem definidas, mas fortemente susceptíveis de serem alteradas por factores externos que comprometem a geodinâmica do sistema dunar.

Os interesses existentes são os de sempre e quem gere esta parte do território continua referindo que a culpa é sempre das alterações climáticas, o que não é verdade.

Os pareceres que deram, parecem ser controlados pelos lobis de "obras marítimas", que vão apresentar uma qualquer solução, dizendo que a destruição da duna se deve a um mar tempestuosos ou, se quiserem, a ventos ciclónicos ou outro disparate qualquer, mas não se deviam esquecer que a natureza não se vende, pelo que já podemos garantir que o desenho da Praia das Crianças vai desaparecer em pouco mais de meia dúzia de anos, se o esporão do portinho ou cais norte não for retirado.

Agora que a rotura da duna dos Caldeirões aconteceu, torna-se, cada dia que passa, mais urgente, a tomada de uma posição radical, por parte dos responsáveis governamentais e autárquicos, para travar a destruição de uma das mais belas praias e das mais antigas estâncias balneares do País, onde antigamente passavam férias jogadores de futebol dos clubes do Norte, e algumas das entidades governamentais, ainda crianças, que agora se passeiam nos corredores de Belém.

A destruição da duna dos Caldeirões é um acontecimento cujas origens se devem à incompetência dos responsáveis que gerem as áreas litorais, que durante 50 anos, aproximadamente, foram entregues a alguém que deve estar convencido que é "cientista", mas já destruiu grande parte da costa portuguesa, tornando-se agora difícil controlar a situação.

Fizeram tábua rasa da defesa (preservação) do ambiente, e aos pareceres de uma comunidade científica consciente e desligada de esquemas, e dos lobis da engenharia pesada marítima.

Com a execução do portinho, o seu esporão criou um obstáculo que alterou o comportamento das correntes naturais que tinham dado origem ao desenho da corda litoral da praia de V.P. Âncora.

Alteradas as correntes, estas começaram a criar um novo desenho do litoral da praia de Âncora, tendo essa transgressão marinha atingido a base da estrutura dos Caminhos de Ferro, saltando mesmo a levada do Moinho do Lira.

Joaquim Vasconcelos
(Continua)


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