Retorno a situações ancestrais,
A épocas anémicas por falta de tudo,
Mesmo as festas eram eventos fatais,
Tempos de migas secas e de paparrudo.
Hoje, na moderna e falível sociedade,
Vivemos o presente com intenso estorço,
Porém, dissipou-se, esvaiu-se a liberdade,
O hodierno, já é o velho, cheirando a mofo.
Tudo nasce e morre, mas afinal nada perece,
Salvo as estocadas do rude e violento capital,
Cuja avidez doentia, engorda, aumenta e cresce,
Arruinando todas as esperanças do humano arraial.
Mantêm-se a mais vil, a mais selvagem, lei do talião,
Em guerra permanente contra melhor viver na sociedade,
Sediando nos gabinetes secretos da empresarial conspiração,
Projectando o regime brutalizado e esfomeado da voracidade.