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Hóquei ressurge em Âncora

Ancorense deu guarida à modalidade

Penafiel derrotado

Desaparecida a modalidade desportiva de hóquei em Seixas há cerca de dois anos, o Centro Cultural e Desportivo Ancorense, de Âncora, veio a recuperá-la, após ter sido suspensa nesta freguesia há cerca de 20 anos.

Esta é a terceira tentativa de pôr em movimento o hóquei, todas elas surgidas em períodos pré-eleitorais, sendo de esperar que à terceira seja de vez.

Os jogos disputam-se no pavilhão municipal de Vila Praia de Âncora, objecto de uma intervenção de recuperação no ordem dos 450.000€ comparticipados em 85% pelo FEDER, incluindo a renovação do piso no qual é possível praticar hóquei, pese embora a falha na colocação das tabelas.

Joaquim Caçador foi um dos cinco responsáveis pelo ressurgimento do hóquei, ao qual está ligado há onze anos, desde o Hóquei Clube de Seixas e mais tarde à Escola Desportiva de Viana. Tem um filho que pratica este desporto - presentemente no Ancorense - tendo agora aceitado o convite para organizar esta secção do CCDAncorense, atendendo a que reside em Vila Praia de Âncora.

Este dirigente justificou a inclusão do hóquei no Ancorense, "porque já possuíam estatutos, o que facilitou o arranque da competição já nesta época desportiva".

Este clube participa com uma equipa sénior composta por 16 atletas, do concelho e de fora, no Campeonato Nacional da III Divião, repartindo o primeiro lugar com outros clubes, a par de estar a apostar na formação, havendo já cerca de 50 miúdos inscritos nas Escolinhas.

Os treinos dos mais jovens são às segundas e sextas, das 18H30 às 20 horas, e aos sábados de manhã, entre as 9H e as 13 H.

Contam com o apoio da Câmara de Caminha que cede gratuitamente as instalações, a par de disponibilizar transportes nas deslocações fora de casa.

Patrocínios necessitam-se

Este dirigente considerou ser necessário angariar patrocinadores, de modo a custearem as deslocações, dando como exemplo a ida aos Açores, o que acarreta despesas elevadas, juntamente com os equipamentos dos hoquistas - "o que vem sendo feito passo a passo", nomeadamente com os dos guarda-redes. Refere com algum optimismo, o facto de ter sido dispensada a presença da segurança policial nos jogos respeitantes à III Divisão, o que permite uma economia substancial aos clubes, a par de apenas "termos de pagar as taxas mínimas ao árbitro desde que as partidas se disputem no Domingo à tarde", como vem sucedendo.

Adiantou que nenhum hoquista recebe qualquer importância (excepto alguns lanches que lhes proporcionam de vez em quando, "porque eles também são pessoas"), com excepção do técnico vianense, atendendo a que tem de suportar algumas despesas, além de trazer consigo alguns jogadores.

Público comparece

O presença assinalável de público nas bancadas constitui um estímulo nestes jogos iniciais do campeonato, levando os responsáveis pelo clube ancorense a concluir que "a população gosta do hóquei".

Sem pretensões a uma eventual subida de divisão, Joaquim Caçador pretende apenas disputar "jogo a jogo", e se no final da época se proporcionar uma classificação que dê acesso à 2ª Divisão, não enjeitará essa possibilidade.

Este dirigente desportivo acredita que, actualmente, "o hóquei nacional está no bom caminho, após a modificação das regras do jogo" e, acrescentou, "desde que haja pessoas que trabalhem com amor à modalidade", dando o seu próprio exemplo, ao colaborar "por amor à camisola e porque gosto disto, tal como os meus colegas".

Por último, Joaquim Caçador pede que apoiem o hóquei em patins porque "faz bem à saúde, segundo dizem os entendidos" e conta com o interesse dos pais de modo a trazerem os filhos.

Como forma de os motivar ainda mais, adianta que entre Dezembro e Janeiro, contam assegurar um atleta do Ancorense com a finalidade de ensinar os miúdos a patinar.

Ancorense 6 - Penafiel 4

Quando visitámos o pavilhão municipal de Vila Praia de Âncora (24/11), disputava-se o jogo entre a equipa da casa (Ancorense) e o Penafiel.

Foi um jogo bem disputado por ambas as equipas, com duas fases distintas.

Na primeira parte o Ancorense superiorizou-se depois de ter aberto o activo, chegando ao intervalo a vencer por duas bolas a zero, com golos de Rafa aos 11'30, após ter driblado a defesa adversária e em frente do guarda-redes não perdoou. Um minuto depois, Dadá marcaria novo golo, fazendo o 2-0.

Esperava-se a reacção da equipa forasteira na 2ª parte, como veio a suceder, conseguindo reduzir para1-2, mas pouco depois, César Pinheiro, de longe, repunha a diferença de dois golos, aumentando aos 11' para 4-1, por intermédio de Rudy que concretizou um penalti.

Esperava-se que a vitória estaria confirmada, mas o Penafiel não se conformou, conseguindo o 2º tento através de uma recarga a um livre directo após o Ancorense ter atingido as 10 faltas com a consequente penalização.

Aos 18' o Penafiel aproximou-se ainda mais ao obter o 3º golo, conseguindo igualar a partida a quatro, dois minutos depois, numa jogada de contra-ataque, numa altura em que a partida entrava num ritmo acelerado.

Nos sete minutos finais, a equipa da casa conseguiu assegurar a vitória, ao aproveitar da melhor forma César Pinheiro um penalti, confirmando Duda pouco depois a superioridade (6-4), ao recuperar a bola, ter avançado para a baliza contrária, fintando o keeper e concretizando a jogada.

"Concentração" essencial para o guarda-redes

Vasco Oliveira foi o guarda-redes do Ancorense neste jogo.

Representou o Seixas no passado durante seis anos (seus pais são naturais desta freguesia), parou dois e "tive agora a oportunidade de representar o Ancorense".

Considerou "difícil" a vitória, "depois de termos complicado um pouco na segunda parte, quando tudo parecia bem encaminhado com o 4-1 e com a possibilidade de aumentarmos a vantagem com a marcação de um livre directo apitado pelo árbitro, mas complicamos um bocado, mas surgiu a estrelinha que espero não ser precisa noutros jogos, para o que temos de trabalhar", assegurou.

Embora saiba que não é objectivo prioritário a subida de divisão por parte da direcção, tanto os jogadores, como o técnico não deixam esconder essa vontade.

Vasco Oliveira elogia as condições oferecidas pelo novo clube que abraçou a partir desta época, quer em termos logísticos, quer de equipamento, levando-o a concluir que "não será pela falta de apoio que não conseguiremos as vitórias".

A elevada presença de assistentes logo no primeiro jogo oficial do Ancorense, foi uma agradável surpresa, referiu-nos este jogador, chegando a comentar com os colegas que "estava mais gente do que em toda a época no Seixas".

A adesão do público "traz-nos mais responsabilidade", admite, mas "é muito importante o apoio" que lhes transmitem para conseguirem a vitória.

O guarda-redes, pela própria posição (agachado) a que é obrigado durante quase todo o jogo, joga um papel diferente dos demais companheiros.

Contudo, não parece ser esse o principal obstáculo. "Vasco Oliveira considera antes de tudo essencial "ver a bola e estar concentrado a 100%" durante todo o jogo, porque qualquer falha num milésimo de segundo pode custar um golo, o que sucedeu hoje, em um ou dois golos", reconhece.

Embora assumindo-se como portista, este jogador do Ancorense considera que o melhor guarda-redes do mundo é Edu Bosch, "mesmo antes de ele ter vindo para o Porto", precisa.

"Não falhar em casa"

Luciano Amorim, actual técnico do Ancorense, ex-jogador do Seixas Hóquei Clube onde jogou durante cinco ou seis anos, a par de ter representado também a Juventude de Viana, encontrava-se sem actividade desportiva por motivos profissionais - depois de ter treinado os juniores do Juventude de Viana -, até que foi convidado pelo Joaquim Caçador para vir para o clube do concelho de Caminha, "o que considerei aliciante".

Sem pretender comparar o ambiente que teve em Seixas, pelo facto de não ter sido treinador neste clube, assegura que "as condições existentes no Ancorense são as que um jogador pode desejar",

Com onze jogadores e três guarda-redes ao seu dispor, considera ser um plantel suficiente para toda a época, pretendendo que "cada jogo seja uma etapa", sem a obsessão de ganhar o campeonato e deixar apenas que a competição se desenrole normalmente, atendendo à "forte competitividade, porque todas as equipas são do mesmo nível".

Definiu como essencial "não falhar em casa" e pretende que os seus jogadores "não entrem adormecidos em campo", como ajuíza que sucedeu durante todo este jogo que se encontrava "controlado com o 4-1", mas devido ao tal adormecimento, "chamei a equipa ao 4-2 para os acordar, o que não consegui", até que "reagimos ao surgir o empate", ao modificar a maneira de jogar.

Concretizar os penaltis e livres directos é "decisivo" no hóquei actual, reconheceu Luciano Amorim, ao analisar um jogo em que os jogadores marcaram dois penaltis e falharam um livre directo.

Apreciando o hóquei português, considera que em termos de formação "se encontra muito bem", o que a leva a prever que dentro em breve Portugal recupere a supremacia europeia e mundial.


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