A cerimónia de celebração do 10 de Junho e de homenagem aos militares do concelho de Caminha que morreram durante os 13 anos de Guerra Colonial, saldou-se também por um reconhecimento aos autarcas de Caminha de "antes quebrar que torcer" e que "estão para servir e não para se servirem", conforme salientou Antero Sampaio, presidente da Associação de Combatentes.

Este antigo militar, aludindo ainda aos autarcas, destacou que "ao serem eleitos já sabiam que que iam enfrentar o poder central, no decorrer dos discursos que se seguiram à deposição de uma coroa de flores "aos que nos deixaram", frisou, no monumento existente na rotunda de Erva Verde, nesta vila, e à entrega de medalhas a ex-militares milicianos obrigados a combater na guerra de África (1961/1974).

Antero Sampaio não deixou de referir-se à crise que atola o país, mas realçou o "orgulho de ser português, esperando para o próximo ano idêntico "fluído de solidariedade" na evocação aos sete militares do concelho agora homenageados ("filhos da última guerra do Império"), tendo apreciado também o número de inscrições para o almoço de confraternização que se seguiu a estas cerimónias.

Terminou a sua intervenção agradecendo ao vereador Flamiano Martins o apoio concedido à associação e às melhorias introduzidas na zona do monumento, rematando com a leitura de dois poemas, um dedicado a Jaime Neves ("o primeiro comando foi Cristo", assinalou) e outro ao soldado português.

"Queremos concluir a vossa luta"

"Nós acolher-vos-emos sempre como irmãos", referiu na sua curta intervenção Manuel Marques, presidente da Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora, perante os antigos militares presentes neste acto público.

Face à homenagem prestada naquele dia, o autarca ancorense disse que "hoje, não estais sozinhos, há mais 10 milhões de portugueses" comungando dessa solenidade, prometendo ainda que "queremos concluir a vossa luta".

"Também é (agora) um tempo de guerra"

Nesta dia em que se "celebra o amor Pátria" e em que se reconhece os que "lutaram por nós", o vereador Flamiano Martins aproveitou para saudar a comissão de combatentes do concelho que persiste em manter esta homenagem.

O vice-presidente do município, comparou os anos 60 com os actuais, em que Portugal volta a ver os "seus filhos saírem de Portugal", agora devido ao desemprego - "o flagelo dos nossos tempos que temos (todos) de contrariar".

Nesta "luta pela sobrevivência", Flamiano Martins prometeu que o município se empenhará no combate ao desemprego, apontando o exemplo do "Caminhaempreende" como um "contributo" dado para esse fim, realçando igualmente as parcerias a estabelecer no estrangeiro e junto das comunidades de emigrantes.

Ainda relacionado com o 10 de Junho, Antero Sampaio dedicou um soneto a João Franco, membro da comissão promotora destas comemorações: