A polémica ao redor da concessão das bancas do mercado de Caminha parece não abrandar, a avaliar pela posição de Armando Barbosa, cuja esposa possui um espaço de venda de peixe, assunto que já motivou uma notícia neste jornal.

Armando Barbosa, inconformado, volta à carga, referindo que após a Câmara ter indeferido a 13 de Maio a concessão das bancas 1 e 2 a sua esposa, enviou novo ofício que chegou à Câmara a 27 do mesmo mês, relativamente ao qual "ainda recebi qualquer resposta", assegura.

Conclui que o funcionamento camarário "deixa muito a desejar" e vai buscar o livro "O Código da Vinci" para exemplificar o que diz, porque "é preciso muita investigação" para responderem à sua carta, segundo crê.

Ameaça que se não lhe derem resposta ao tempo oportuno, "tenho os meios legais ao meu alcance para poder dar uma segunda resposta", que intitulará "O Inferno", caso isso se revele necessário, afiança, baseado na segunda novela do mesmo escritor do "Código Da Vinci".

Diz que irá falar então de "muitas coisas" que o vereador "não gosta de ouvir", porque, "tenho o direito de me expressar como cidadão, tal como tenho obrigações", reconheceu, embora "assuma as responsabilidades do que digo", aconselhando-o portanto a "não emprenhar pelos ouvidos", num alusão ao que o autarca lhe disse ter ouvido.

Lamenta que o vereador se esqueça facilmente do que diz, voltando a recordar a conversa que mantivera com ele e já expressa nas declarações anteriores, sobre a não entrega das bancas 1 e 2 a qualquer interessado.

Diz ter dúvidas sobre a "honradez e transparência" invocadas pelo autarca e fala de "racismo partidário" na questão das bancas de peixe, o que lhe provoca "indignação".

Armando Barbosa refere ainda que o autarca não estará apostado em reformular o mercado municipal, alegando ouvir-se na praça pública da existência de um "pacto secreto" com uma unidade hoteleira, prevendo a retirada desta infra-estrutura do local onde se encontra, "num prazo máximo de cinco anos".

Este comerciante lamenta ainda o facto de ter sido obrigado a pagar as bancas inoxidáveis, o que não teria sucedido com outros concessionários, afirma.