Perante um tal movimento, sempre em progressividade,
Vai o Ser, quer homem quer mulher, amo ou servidor,
De retoque em retoque, mudar o semblante da entidade,
Que da primitiva essência matem rumo para o superior.
De nada serve a especulação duvidosa, desse frio cientismo,
Defronte a esta humana, palpitante e tão natural ascendência,
Pois vivemos em constante, frutuosa mutação e progressismo,
Ordem evolutiva, criativa sem embargo e sem intermitência.
Nada de novo há debaixo do sol, afirmam orgulhosos clarins,
Portanto tudo muda, coisas e seres, nada para e nada é perdido,
Circulo no interior do qual evolui uma multitude de espécies afins,
Fases existenciais nas quais o eterno progresso se encontram imbuído.
Nada, pois, é tão natural, concordância evidente, cosmogónica,
Através da qual se manifesta a força colossal e causa da vida,
Energia universal, que tudo penetra, inspira, insemina, ultra-sónica,
Por ela eclode o ser, micro e macro, em mortal ou imortal assertiva.
Pensando e repensando, aquilo que fomos, que somos e seremos,
Tudo quanto sabemos, é que pouco ou quase nada somos, na verdade,
Senão o fruto da ameba primitiva, realizando saltos, para hoje sermos,
O homem, colaborador da vida, da criação, em ascensional actividade.