O impasse nas obras da designada "Casa do Evaristo", um imóvel localizado no lado norte da Travessa João dos Santos Gavinho, doado por um utente já falecido à Casa de Repouso da Confraria do Bom Jesus dos Mareantes, levou a que Vítor Santos, presidente da Irmandade, confrontasse a direcção do Lar sobre as razões desse adiamento, atendendo a que estaria contemplado no projecto anunciado um espaço para sua sede.

A Segurança Social não deu luz verde à ampliação da casa de repouso, esclareceu Rui Matos, presidente do Lar do Senhor dos Mareantes, pensando-se agora numa nova valência que traga "rendimento" (comparticipação por parte do Estado), podendo passar pela criação de um espaço de acolhimento às vítimas de violência doméstica ou uma cantina social.

Esta obra vai ser cara, precisou Rui Matos, devendo, por isso, evitar-se, que se crie "um elefante branco" para a Casa de Repouso, precisou.

Segundo apurámos ainda, a demora na nomeação do novo director regional da Segurança Social protelou uma decisão definitiva, esperando-se uma posição para breve.

Este foi um dos assuntos objecto de informação durante uma assembleia geral da Confraria, em que alguns irmãos pretenderam ainda saber quais os critérios seguidos pela direcção do Lar na compra dos medicamentos às farmácias (uma irmã disse ter pretendido reunir-se com o presidente da direcção a fim de ser esclarecida mas não o teria conseguido), tema que deverá ser apenas apreciado nas assembleias gerais da própria casa de repouso, a qual possui uma direcção autónoma e reuniões específicas de irmãos da confraria a fim de debaterem e aprovarem as contas, relatórios de gerência e planos de actividades, a par de outros assuntos inerentes à sua dinâmica.

Severino Sousa, secretário da mesa da AG da Irmandade, sublinhou ainda que as contas do Lar "são públicas", sendo ainda remetidas para o Bispo da Diocese e Segurança Social. Esta explicação foi dada quando interpelados sobre as contas de farmácia da Casa de Repouso.

A fraca divulgação das assembleias gerais foi objecto de apreciação por parte de uma das irmãs, mas foi-lhe referido que elas são feitas sempre da mesma forma (missas, boletim dos Ecos da Matriz e nas próprias instalações da Casa de Repouso).

Um outro pedido de esclarecimento apresentado por Vítor Santos, prendeu-se com eventuais pagamentos ao pároco de Caminha (simultaneamente presidente da AG da Confraria), pelas missas celebradas na Casa de Repouso, respondendo este que nada recebe, apenas quando são mandadas rezar pelos utentes ou familiares é que cobra algo.

Esta reunião serviu para aprovar as contas da Confraria relativas ao ano de 2011, registando-se um saldo de 17.700€, tendo destacado João Camilo Ramos, tesoureiro, que a aquisição de equipamento informático no valor de 2.970€, fizera diminuir um pouco as receitas que tinham transitado do ano anterior.

Precisou, contudo, ser necessário actualizar o ficheiro dos irmãos (680) e realizar o "histórico" de todos aqueles que passaram pela irmandade, o que seria inviável sem o recurso ao computador.

Acrescentou que decidiram reunir numa única aplicação todos os depósitos (17.000€) existentes e que se cifravam em número de 12, cujos juros se resumiam a uns insignificantes 25 euros, podendo assim receber futuramente 500€/ano.

Constando da ordem de trabalhos da reunião a aprovação do plano de acção para o corrente ano, e perante a inexistência de qualquer documento, o padre Filipe Sá sugeriu que futuramente ele seja apresentado, apesar de se saber que além do acompanhamento nos funerais dos irmãos falecidos e da organização da parte religiosa da Festa do Senhor dos Mareantes em Dezembro, pouca mais actividade é exercida, embora para o corrente ano esteja previsto o restauro do cálice da Confraria, "para que não se deteriore mais" , precisou o pároco.

No entanto, Victor Santos adiantou perante os irmãos presentes que pretendem organizar um encontro de confrarias em 2012.