"DA MONARQUIA À REPÚBLICA NO CONCELHO DE CAMINHA. Crónica política (1906-1913)" é o título do novo livro do professor e historiador Paulo Torres Bento, a lançar publicamente no fim-de-semana de 16 e 17 de Outubro. Uma edição Caminh@2000, assinalando o décimo aniversário do jornal, que vem colmatar um vazio na história concelhia deste período, neste ano de 2010 em que se comemora o centenário da implantação da República em Portugal.
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Trata-se de um trabalho alicerçado em seis anos de pesquisas nos arquivos e bibliotecas onde se encontra depositada a imprensa local e regional, as evidências oficiais constantes das actas municipais e dos ofícios da administração do concelho e outra documentação. A cuidada apresentação gráfica, da responsabilidade de Carlos da Torre, é inspirada nas linhas Arte Nova características da principal revista do tempo - Ilustração Portuguesa - incluindo desconhecidas imagens do concelho e os rostos dos protagonistas locais da época como Luís Inocêncio Ramos Pereira, Damião José Lourenço Júnior, João José de Brito, Manuel Joaquim Constantino, Júlio Baptista, entre muitos outros.
Este estudo inédito permite perceber que o concelho de Caminha se constitui como um campo de análise particularmente rico da agitada transição da Monarquia para a República, ao ser um centro importante de republicanismo na região alto-minhota desde o início do século XX - com grande realce para as localidades da Praia de Âncora e de Vilar de Mouros - mas igualmente um foco de conspiradores no decorrer das incursões monárquicas de Paiva Couceiro de 1911 e 1912.
Entre as revelações contidas na obra, que articula os sucessos políticos concelhios com os do distrito de Viana do Castelo e do país, contam-se a presença do tenente caminhense Alberto Pais numa reunião realizada em Junho de 1910 na Meadela entre o almirante Cândido dos Reis e republicanos alto-minhotos visando a preparação da revolução e a morte de um jovem padre do concelho, Domingos de Azevedo, no frustrado ataque a Chaves com que terminou a segunda incursão couceirista em 1912. São também descritos comícios republicanos e outros acontecimentos relevantes passados em diversas freguesias do concelho - Lanhelas, Orbacém, Seixas, Moledo - antes e depois do 5 de Outubro, destacado o notável papel cívico de homens como Rodrigo Fontinha (natural de Vile) e explicadas as graves dissensões políticas entre os republicanos da Praia de Âncora e os da vila de Caminha.
O livro "DA MONARQUIA À REPÚBLICA NO CONCELHO DE CAMINHA. Crónica política (1906-1913)" será objecto de uma dupla apresentação no mesmo fim-de-semana de Outubro, primeiro em Vila Praia de Âncora, no dia 16, sábado, pelas 17 horas, no Centro Social e Cultural; no dia seguinte, domingo 17, será a vez da vila de Caminha, também pelas 17 horas, no salão nobre dos Bombeiros Voluntários. Contamos com a sua presença.