O ancorense Rafael Capela colocou a sua biblioteca pessoal ao dispor da comunidade e organizou uma feira do Livro Usado no hall de entrada do Centro Cultural de Vila Praia de Âncora e, em simultâneo, o pintor Mário Rebelo montou uma exposição retrospectiva da sua obra.
Foram alguns milhares de livros que desde o primeiro dia da feira despertaram a curiosidade de muitos leitores, ávidos de obras, muitas delas nunca reeditadas, e que já se tornaram em raridades.
D. Ximenes Belo, bispo de Díli, participante numa das conferências realizadas na semana passada no Instituto Politétcnico de Viana do Castelo, dentro de uma programação da ETAP do Vale do Minho, foi um dos ilustres visitantes deste acontecimento cultural, o qual visitou por duas vezes, evidenciando interesse e curiosidade pela iniciativa.
VALORIZAR O ESPAÇO
Mário Rebelo de Sousa elogiou esta revenda de livros a preços "bem acessíveis", da qual resultou um convite que lhe foi endereçado por Rafael Capela e pela direcção do Centro Cultural, ao qual "aderi, pois estou sempre interessado em iniciativas culturais", além de considerar "imprescindível tentar trazer as pessoas a um espaço que precisa mesmo de ser explorado".
Este artista ancorense lamenta que as pessoas da vila não desfrutem devidamente de um espaço "nobre" como o que o Centro representa, acabando por considerar estarem a dar "pérolas a porcos", uma vez que só depois de as exposições encerrarem é que "se lembram que estava lá", sendo mais os de fora de Vila Praia de Âncora e do concelho os que visitam as iniciativas aqui realizadas.
Mário Rebelo teve de ir buscar coisas ao "armazém" para realizar esta mostra retrospectiva, sendo-lhe possível reunir 50 trabalhos desde 1997 até 2007, passando por quatro fases do seu percurso artístico (imaginária, quadratura do silêncio, senso e figuras).