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Âncora

Encontro de Motinhas reuniu 200

O Encontro de Motinhas que se realiza habitualmente no mês de Junho, sob a iniciativa da Sociedade de Instrução e Recreio Ancorense, é uma aposta ganha logo desde o início, como o comprovaram este ano as mais de 200 inscrições registadas.

Mário Fontainha, presidente da SIRA, afadigava-se nos preparativos, nomeadamente na acreditação dos participantes provenientes de todos os quadrantes do concelho e da região, utilizando as novas tecnologias que facilitam as tarefas em eventos como este.

"Estou muito contente", referiu-nos este dirigente associativo num dos raros intervalos de que dispôs, quando se encontrava a registar as inscrições dos proprietários das inúmeras marcas de motinhas.

Desde Ponte Saím, Sete Caminhos, Azevedo, Venade, Caminha (paragem e confraternização junto ao rio Coura), Vila Praia de Âncora até terminar na SIRA com um almoço (porco no espeto no prato, com batas fritas e arroz, saladas e sobremesas) assim se fizerem os quase 40 km de percurso de duas horas e meia.

Assinalou que optaram por alterar a ementa desta 12ª edição, "porque já não fazia sentido 12 anos de bacalhau, e estava na hora de mudar".

"Quem primeiro marcar (a data), tanto melhor"

Não só pretendem continuar com este desfile de motos, como "fazê-lo crescer", garantindo que "iremos fazer tudo para que se torne numa referência da zona norte do país", sendo uma das preocupações que não coincida com outras datas de encontros de motos, como sucedeu este ano, porque "como tomamos posse no início do ano" não tiveram tempo de escolher devidamente o dia. "Vamos ser mais rápidos a marcar a data para o próximo ano", adiantou Mário Fontainha, de modo a que os outros organizadores de eventos semelhantes "se adaptem a ele e nós aos outros".

"Remember Anos 80"

A actual direcção da SIRA sente-se realizada com o trabalho desenvolvido nestes seis meses, preparando-se agora para "acelerar os eventos de verão", apontando desde já o "Remember Anos 80" no fim-de-semana anterior ao Festival de Vilar de Mouros, mais concretamente a 17 de Agosto.

Afiança que "a SIRA é para continuar a bom ritmo".

Uma motinha Zundapp 3

De entre as diferentes marcas em exibição neste encontro, deu nas vistas uma verdadeira "motinha", vermelha, propriedade de Sérgio Paínhas, natural de Vile.

Pequenina, luzidia, bem recuperada "com muito gosto, dedicação, muita hora de reparação e muito dinheiro investido", assim foi possível a este pintor de automóveis apresentar-se no 12º Encontro de Motinhas da SIRA com uma Zundapp 3, de 1991.

Contou-nos que a comprara a um amigo (era de uma irmã), quando tinha 17.000 km, a qual "se encontrava guardada dentro de um palheiro, como se costuma dizer, e fui recuperando-a com o tempo, durante dois meses". Assumiu que a parte de pintura foi o mais difícil.

É habitual dar uns passeios com ela, "sempre que posso", precisou, e participar nestes encontros pelo "convívio, pelo passeio e pelas paisagens" de que desfruta.

Referiu-nos que na sua freguesia não existe qualquer grupo motard, embora, em tempos, tivesse funcionado o "Cabritos do Asfalto", mas muitos dos integrantes foram para o estrangeiro e outros tinham as suas vidas.

Antes da partida, mostrou-se confiante na pujança da sua motinha, porque já "tinha aguentado outras edições, com excepção de dois anos em que não estive cá".

"O prazer que me dá andar de mota é ser livre. Não se pensa em nada, nem no trabalho, nem há stress" nesta festa que acaba por ser um "convívio".

"Eu nasci no meio de duas rodas"

De Vile veio igualmente um casal porque "acho que isto é uma coisa muito bonita, ando 40 anos para trás da minha vinda, porque eu nasci no meio das motas, com meu pais, Joaquim Barreiros (Joaquinzinho, que completou 100 anos há meses".

Como agora tem mais tempo, Cláudio Fernandes dá muitos passeios de moto (possui cinco), "pelo prazer e quando monto uma delas parece que tenho 15 anos, porque eu nasci no meio de duas rodas e o meu prazer é andar nelas".

"Este é o melhor dia do ano"

Veio participar numa Sachs Lotus de 1981, mas tem em casa uma Carina que ainda não se encontra pronta e que "é exactamente da minha idade, do ano de 1966". Não a trouxe, justificou, "porque quero pô-la exactamente como ela nasceu". Já possui todas as peças de origem, para conseguir mantê-la fiel, mas pretende recuperá-la com o tempo. Reconhece que o facto de ter muitos amigos em Águeda (antigos viajantes que visitavam a oficina de Joaquim Barreiros) lhe facilita a obtenção das peças e a preços mais acessíveis.

Cláudio Fernandes integra a equipa do conjunto de seu irmão, Quim Barreiros, e apesar de ter chegado de madrugada, pelas 6H30, após mais uma actuação, nada o fez demover de participar na edição da SIRA. O seu apego às motos, levou-o a nunca desistir, recordando que no ano passado, apesar de doente, com o cabelo a cair e usando uma máscara, marcou presença, atendendo a que para ele, "este é o melhor dia do ano".


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