O Centro Social e Cultural de Vila Praia de Âncora apreciou e aprovou as contas de 2014 em assembleia geral, verificando-se "uma acentuada diminuição" do resultado deste ano (+3.340€), comparativamente a 2013 (+60.000€).
A direcção presidida por José Luís Presa justifica-a com "o decréscimo dos rendimentos e o alargamento do quadro de pessoal e consequente aumento da despesa".
Embora o resultado destes 12 meses seja positivo, José Luís Presa admite que a	tendência é para que se torne "negativo".
A prioridade concedida em 2014 foi direccionada para as obras no complexo do Centro Social e Educacional, "um dos melhores equipamentos" a nível nacional, acentuou José Luís Presa, definindo-o como a "jóia da coroa" desta instituição ancorense, que só no âmbito da terceira idade apoia 73 idosos.
Creche com "número significativo" de inscritos
Presentemente, o Centro Social dá resposta a 30 clientes do Serviço de Apoio Domiciliário, 23 no Centro de Dia e 20 no Lar.
A creche "Mundo Colorido" inaugurada há poucos anos vem revelando uma procura crescente, cifrando-se em 57 o número de crianças inscritas, aproximando-se do limite estabelecido em 67 utentes, embora o acordo com a Segurança Social apenas atinja as 60.
Segundo revelou o relatório de actividades do Centro Social, no Centro de Actividades de Tempos Livres - "um dos poucos que ainda se mantém em funcionamento", frisou José Luís Presa -, a frequência subiu no decorrer de 2014, chegando a atingir 35 clientes no período de verão.
O Gabinete de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica continua a dar apoio a todo o distrito, tendo acompanhado 374 vítimas no decorrer do último ano.
De modo a apoiar todas estas valências, trabalham no CSCVPÂncora 50 pessoas, cujos gastos se elevam a 573 mil euros. Contudo, a par do serviço social prestado, há ainda outras tantas famílias dependentes das remunerações destes funcionários, recordou o presidente da direcção, ao enumerar as diversas actividades desenvolvidas.
Para os próximos anos, e após a eleição dos corpos gerentes, o Centro Social e Cultural pretende efectuar obras de manutenção nas diversas valências e na Unidade de Formação da ETAP, a par de levar por diante um estudo de "ocupação do terreno recentemente construído a nascente do Centro Cultural", atendendo às "necessidades locais e prioridades definidas pela tutela".
Eleições adiadas
Nova legislação introduzida pelo actual Governo, obriga as IPSS a adaptarem-se a uma série de regras definidas por decreto-lei, as quais exigem a adequação dos seus estatutos.
Nesse sentido, foi apresentada uma proposta de revisão dos Estatutos.
Contudo, ao ser apreciada pelos escassos sócios presentes, foram levantadas algumas questões, nomeadamente, a de não serem contadas as abstenções nas deliberações da assembleia geral, ou de apenas o presidente da direcção não poder ser eleito mais do que três vezes, suscitando-se dúvidas sobre se era em mandatos (de quatro anos) seguidos ou alternados. Foi ainda chamada a atenção para o facto de os demais presidentes dos outros órgãos (Conselho Fiscal e Assembleia Geral) não estarem abrangidos por essa interdição, nem os demais membros da direcção.
Francisco Cunha, presidente do Conselho Fiscal, disse ser necessário ponderar estas alterações, designadamente quando se refere que "o exercício de qualquer cargo nos Corpos Gerentes é gratuito, mas pode justificar o pagamento de despesas dele derivadas". Outra situação era o prazo a partir do qual passavam a contar os doze anos do presidente da Direcção: Desde a publicação do Decreto-Lei no ano passado ou a partir da nova eleição?
José Luís Presa referiu que a maior parte das regras estão estabelecidas por esse decreto, dizendo que elas são imperativas.
Contudo, Francisco Cunha disse não estar em condições para	 votar os novos estatutos, sem ler detalhadamente a nova legislação.
Assim, foi decidido suspender a assembleia até às 11 horas do próximo dia 11, altura em que serão reatados os trabalhos e, eventualmente, aprovados os novos estatutos.