Após uma época de êxitos (sete títulos nacionais) a nível do Campeonato Nacional de Velocidade na época 2012/13, assistiu-se este ano a uma saída de remadores de fora do concelho de Caminha para Viana do Castelo, de onde a maioria era natural.
Este tema foi central na assembleia geral que aprovou as contas da época passada, em que foram movimentados 50.000€ e apresentado um saldo de 322€.
Fernando Estima, sócio do clube e antigo atleta, e ex-presidente da Federação Portuguesa de Remo, teceu algumas considerações nesta reunião sobre o papel "muito mais difícil" dos actuais dirigentes desportivos na gestão dos clubes.
Após ter constatado que o início da nova época não estava a correr pelo melhor, mercê de algumas visitas ao posto náutico, Fernando Estima chamou a atenção para a nova realidade emergente em Viana do Castelo.
Recordou que quando no ano passado foi convidado a assistir à Taça de Portugal, realizada no rio Lima, teve oportunidade de tomar contacto com a nova realidade vianense, em termos de instalações desportivas.
Admitiu ser agora muito mais aliciante para um atleta usufruir das modernas instalações e equipamentos do novo clube vianense (resultado da fusão do Náutico e do Arco), intitulado Viana Remadores do Lima, com as quais o Caminhense não poderá competir, a menos que haja uma remodelação profunda do antiquado posto náutico situado na foz do rio Coura.
Estima diria mesmo que o SCCaminhense "não poderá competir - com outros clubes - com estas instalações", levando-o a chamar a atenção para a "importância" das condições técnicas.
Mais à frente, este antigo timoneiro exaltou o património local, nacional e internacional do SCC (é o único clube português que possui um campeão do Mundo no seu historial), considerando "imperdoável" que esse antigo remador não seja convidado para os momentos mais significativos do clube, como foi o caso da celebração do 14 de Dezembro, data da fundação do Sporting Club Caminhense e em que foram impostas as faixas de campeões nacionais no cineteatro Valadares. Segundo revelou Eduardo Gonçalves, presidente do clube, Artur Antunes não pôde estar presente nessa data.
Esse sócio evidenciaria ainda alguma mágoa pela ausência de qualquer representante do Caminhense nas principais decisões (assembleias) tomadas nos últimos meses, no que ao remo nacional se refere.
Taça Presidente da República novamente adiada
Os adiamentos a que se têm assistido nos últimos anos na organização da Taça Presidente da República, têm suscitado um hiato que não escapou à análise da gestão da época 2012/13.
Segundo consta do relatório de actividades dessa época, o mau tempo esteve na origem do cancelamento da prova. A existência de um financiamento por parte da Comunidade Intermunicipal do Alto Minho, leva a que a prova tenha de se realizar, sob pena de se perder a verba em causa no valor de uns milhares de euros. Segundo refere a direcção, este financiamento transitou para 2014, devendo ter lugar ainda este ano, eventualmente a 1 de Junho, segundo apuramos.
250 alunos com aulas de remo
Desde o início ao ano escolar que uma série de turmas do ensino preparatório da EB 2,3/S de Caminha têm vindo a receber formação desportiva nas instalações (posto náutico) do clube verde e branco.
Um protocolo "na vertente curricular da disciplina de desporto" na modalidade de remo, permitiu que mais de 250 jovens tivessem aulas no SSC, o que permitiria uma "prospecção" de jovens talentos que no futuro possam "integrar os quadros do nosso clube".
Da vida associativa do clube caminhense, a direcção realçou a destruição da prancha de embarque situada junto ao posto náutico, em 19 de Janeiro de 2013, o que dificultou o trabalho das equipas técnicas durante longos meses, até que o município decidiu recuperá-la, após o que se procedeu à sua "legalização", coisa que nunca tinha sido feita no passado.
Como contrapartida à decisão da direcção de cedência de um espaço do parque de estacionamento à câmara municipal, esta cedeu a exploração do bar da bilheteira do ferry-boat.
Troféus, ergómetros…
No decorrer desta reunião de sócios, foram abordados alguns assuntos da vida do clube, como foi o caso da entrega de dois troféus de campeão nacional a um atleta que já não representa o Caminhense (por ter abraçado um projecto olímpico, segundo informou Eduardo Gonçalves), troféus este que ainda não regressaram às vitrinas do SCC, mas que o actual presidente espera que venha a suceder.
A velha situação dos ergómetros em casa de antigos atletas ou em ginásios fora de Caminha, voltou à baila nesta assembleia, conforme referiu Rui Pedrosa, o qual se insurgiu com o não hasteamento da bandeira do clube no dia da sua fundação e com a ausência de convites a antigos atletas para assistirem à cerimónia da entrega de faixas de campeão.
A importância da Regata Internacional de Gent (Bélgica) mereceu também algum debate entre Fernando Estima e Eduardo Gonçalves, reconhecendo ambos não ser esta uma prova deveras importante do calendário internacional, mas, servindo como motivação para os remadores a nível das competições futuras a nível interno.