Ricardo Silva, um monitor da empresa "MinhAventura", resgatou das águas do rio Coura um miúdo de treze anos que tomava banho junto à praia de Marinhas, a meio da tarde de ontem.
"Mais trinta segundos e já não havia nada a fazer", contou-nos este monitor, ao descrever a tragédia que poderia ter custado a vida ao jovem argelense, quando tomava banho com um colega a poucos metros da margem do antigo restaurante "Verde e Sol".
A MinhAventura realizava uma das primeiras descidas do rio Coura desta época, desde Vilar de Mouros até Caminha, tendo dois monitores a acompanhar os únicos dois kayaks com turistas.
Quando passavam em Marinhas, repararam que três miúdos se encontravam a pescar na margem, e, outros dois, estavam na água, provavelmente tomando banho.
Ricardo Silva seguia atrás dos kayaks, "quando me apercebi de que um deles se encontrava em dificuldades, arrastado pela corrente, enquanto que o outro nadava em direcção à margem", depois de não conseguir salvar o amigo que o puxava para o fundo da água por já se encontrar em desespero. Verificou que a situação era grave, "porque o jovem nem sequer conseguiu agarrar-se à bóia de um barco aí ancorado, tal o estado de fraqueza que revelava já".
De imediato atravessou o kayak em que seguia, detendo o arrastamento do rapaz que "já estava a ir ao fundo", puxando-o para cima da tona de água e conseguindo trazê-lo para terra, juntamente com um seu colega também monitor (Pedro Maruga) que seguia à frente dos kayaks, ao qual alertou para o que se passava e pediu ajuda.
Sangue frio e equipamento de auxílio
Já a salvo, cobriram o rapaz com uma manta térmica que compõe o kit de salvamento destas viagens turísticas, colocaram-no de lado e realizaram as primeiras operações de salvamento, uma vez que apresentava dificuldades em respirar, eventualmente por ter bebido demasiada água.
Simultaneamente, solicitaram a intervenção do INEM dos Bombeiros Voluntários de Caminha, enquanto que procediam à estabilização do jovem em estado de hipotermia.
Quando chegados os bombeiros poucos minutos depois, a situação já se encontrava normalizada mas, o jovem foi transportado para o Hospital de Viana do Castelo a fim de ser avaliado, tendo alta pouco depois.
"Foi uma sorte passarmos ali naquele altura, termos tido o discernimento para o salvar e aplicar os nossos conhecimentos dos cursos de salvamento e o equipamento de SOS para o retirar do estado em que se encontrava", acrescentou Ricardo Silva, um monitor providencial.
Este monitor da empresa de natureza não tem dúvidas de que se decorressem mais alguns segundos, ter-se-ia assistido a uma tragédia.
Crê que se poderá ter produzido um "choque térmico" quando o miúdo mergulhou nas águas ainda gélidas do rio, apesar de a temperatura ambiente ser bastante amena, ou algum princípio de congestão.