Embora com o projecto de recuperação e adaptação da antiga Escola Primária de Vilarinho pronto (e pago) há quatro anos, de modo a adaptá-la para sede da Academia de Música Fernandes Fão (AMFF), a Câmara Municipal de Caminha nunca conseguiu concretizar uma promessa com cerca de sete anos.

Invocando dificuldades financeiras, o executivo camarário abordou a direcção do Centro Cultural e Social de Vila Praia de Âncora, na tentativa de aquilatar da disponibilidade dos seus directores para negociarem a instalação definitiva da AMFF nas suas instalações, onde já ocupam, provisoriamente, desde a sua fundação há 25 anos, uma parte do edifício.

A AMFF já possuía propostas de outros municípios - designadamente de Ponte de Lima, onde já possui um polo de ensino - para mudar a sua sede, mas conforme nos revelara em tempos Eugénia Moura, directora desta escola de música, existe uma forte ligação afectiva a Vila Praia de Âncora onde tudo começou, pelo que só em último recurso é que aceitaria a mudança.

No entanto, com o crescimento da AMFF para outros municípios (Ponte de Lima, Melgaço, Monção, Melgaço e Vila Nova de Cerveira, além da criação de um polo na vila de Caminha previsto para dentro de alguns meses), a necessidade de ampliar a sua estrutura de apoio à escola e conseguir autonomia curricular, levaram os seus responsáveis a procurar uma solução definitiva e o mais urgentemente possível.

José Luís Presa, presidente da direcção, confirmou-nos ter havido uma "solicitação camarária para fazer um estudo do edifício do Centro Cultural" de modo a verificar em que condições é que a Academia poderia "funcionar aqui de uma forma definitiva e não provisoriamente como vem sucedendo até agora".

O presidente do CCSVPA frisou ser necessário comprovar se as instalações têm condições para esse fim, após a realização de "obras de adaptação", dado que a câmara abandonou em definitivo o projecto da escola de Vilarinho por alegadas insuficiências financeiras.

Uma técnica camarária terá começado em finais de Março a avaliar a situação do edifício e quais as alterações a introduzir para acolher definitivamente a AMFF, tendo contactado a própria directora da Academia a fim de se aperceber das suas necessidades (e das "tipologias exigidas pelo Ministério da Educação"), após o que deverão apresentar uma "proposta concreta" e comprovar se a Academia é "compaginável com o funcionamento do Centro Cultural".

"Está tudo em aberto", frisou José Luís Presa, recordando que inicialmente o Centro Cívico não foi construído para acolher uma academia de música, tendo sido feita apenas uma "adaptação".

30 famílias carenciadas apoiadas

O Centro Social e Cultural de Vila Praia de Âncora assinou um protocolo com o Centro Regional de Segurança Social que permitirá criar uma cantina social com capacidade para fornecer 30 refeições por dia a famílias carenciadas.

José Luís Presa referiu, no entanto, serem necessários mais apoios, apesar deste ser um novo serviço a prestar à população nesta "conjuntura difícil", recordou, estando a prever contactos com as juntas de freguesia para que "identifiquem" casos de carências familiares.

Aliás, este dirigente referiu no decorrer da aprovação do relatório e contas/12 ocorrido em assembleia geral, que nesse ano "todos se esforçaram por cumprir os objectivos gerais da associação: "apoiar os mais carenciados do Vale do Âncora".

Ao analisar os documentos, Francisco Sampaio, presidente da assembleia geral da instituição, realçou a sua "dinâmica", pelo que tal "por si só, já justifica a sua existência".

Segundo revela o relatório no que respeita às valências do CCSVPA, a creche "Mundo Colorido" construída em 2009, já se acerca das 50 crianças inscritas, contando-se que "atinja brevemente a sua capacidade plena": 66.

A estrutura residencial para idosos encontra-se no limite máximo de utentes aprovado pela Segurança Social e que é de 30, um número igual aos que são apoiados pelo Serviço de Apoio Domiciliário criado no ano passado. Quanto ao Centro de Dia, a média ronda os 23 utilizadores.

Dentro deste quadro de apoio social, fora estabelecido como meta temática para 2012, o "Envelhecimento Activo".

O Centro de Apoio aos Tempos Livres recebeu 27 crianças/jovens no 1º semestre de 2012, subindo para 32 nas férias de verão e descendo para 22 na segunda metade do ano, sendo apontado o aumento do desemprego como a causa da diminuição.

A direcção faz um balanço positivo dos serviços do Rendimento Social de Inserção, assim como do apoio às vítimas de violência doméstica, com 121 primeiros atendimentos (187 no total, dado que 89 tinham transitado de 2011), tendo ainda efectuado 624 atendimentos sociais, 47 jurídicos e 360 acompanhamentos psicológicos.

Relativamente a esta última valência, José Luís Presa precisou que tem existido uma "grande procura" dos seus serviços de apoio, "ultrapassando mesmo o previsto", completou, levando inclusivamente à apresentação de um pedido de "reforço da dotação".

Exposições no centro das actividades culturais

A Expoâncora 2012 durante o mês de Agosto, destinada a revelar a arqueologia do Vale do Âncora e Afife; a exposição de pintura de 30 anos de carreira Paulo Barreto; a mostra fotográfica dos cortejos de oferendas realizados em Vila Praia de Âncora e a exposição de jornais de Vila Praia de Âncora nos séculos XX e XXI, assinalando os 25 anos do jornal Terra e Mar, foram quatro iniciativas culturais organizadas dentro do plano de actividades/2012.

Seminários, colóquios e conferências a par da disponibilização das suas instalações a outras instituições (AMFF , Coopetape e Temacoope) e associações (Etnográfico, Nuceartes), foram outros dos objectivos do Centro Cívico a par da cooperação com diversas entidades.

Em ano de "contenção orçamental", a direcção deu como concretizados os objectivos plasmados no seu plano de actividades, resultando num saldo positivo de quase 30.000€.