www.caminha2000.com - Jornal Digital Regional - - Semanário - Director: Luís Almeida

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CONTINUAM A DESTRUIR OS AÇUDES DO RIO ÂNCORA

Há dez anos atrás escrevia neste jornal que" OS AÇUDES NO RIO ANCORA ESTAVAM A SER DESTRUÍDOS".

Naquela altura referia que "durante dezenas de anos aquelas pequenas obras de contenção de água, serviram para a encaminhar para as levadas indo fazer funcionar os moinhos e muitas vezes ainda iam ser encaminhadas para regar os campos e controlar as cheias.

Agora, devido às construções que se estão a fazer nas margens do rio, sendo muitas delas resultantes da alteração de destino de certas peças de arqueologia industrial, os proprietários procuram desviar ou mesmo eliminar esse caudal de água, transportado, pelas levadas, para os moinhos ou engenhos de serrar (construções situadas a jusante dos açudes.

Como o sistema motor dos engenhos (moinhos e serrações) estão sempre localizados debaixo dos engenhos, quem reside nessas construções não tem escrúpulos, em destruir os açudes ou levadas para eliminar o caudal e o consequente ruido da água, que se torna insuportável, enquanto está dentro daquele.

Além disso a falta de limpeza do leito do rio, torna-se propício a toda uma série de problemas, que vão agravar a destruição desse equipamento e posteriormente alterar as suas margens.

Era bom que, os responsáveis, providenciassem a recuperação dos açudes, a fim de salvaguardar as margens do rio Âncora, e um património natural e construído, conseguido através de muitos anos, mesmo seculos.

No entanto ninguém parece preocupar-se com a degradação deste equipamento.

Uma área que até á bem pouco tempo, era reconhecida como um potencial ´´polo didáctico``, devido á riqueza biológica e patrimonial existente (diversos trabalhos na internet comprovam isso), vê essa riqueza ser destruída.

Esta degradação ambiental tem a ver com um grupo de pessoas irresponsável, que embora possam ter dinheiro, possuem um desconhecimento cultural e ambiental, chegando a ser postas em dúvida a própria saúde mental daqueles, pois chegam a colocar em risco elementos que integram a "matriz Cultural" da evolução desta comunidade. Isto é a submissão à globalização e a destruição da nossa identidade cultural.

As intervenções na margem deste rio, a generalizar-se, vão conduzir ao agravamento de uma ´´ área que chegou a ser apresentada como modelo de um desenvolvimento sustentável``, hà tantos anos, que que estes valores ainda não passavam de um discurso pouco consistente, da classe política Nacional.

A destruição dos açudes, a remoção da cobertura vegetal das margens do rio Ancora e as consequentes descargas de poluentes, deviam ser proibidas e os responsáveis penalizados.

A biodiversidade da bacia Hidrográfica do rio Âncora é de facto uma riqueza que devia ser preservada.

Não se compreende que não exista uma fiscalização mais apertada e não se faça cumprir a legislação Nacional, que garante essa protecção. É lamentável permitir que o "apetite" de pessoas que julgam ter o direito de poder destruir os ecossistemas do Vale do Âncora, possivelmente devido aos ´´horizontes limitados``, procurando enterrar as suas origens colocando em risco as regras básicas de preservação das nossas raízes culturais, e a própria praia de V.P. de Âncora com a poluição do rio Ancora e afluentes.

Todo este património natural precisa e necessita de uma fiscalização por parte de todos nós, pelo menos, todos aqueles que se orgulhem das suas raízes culturais, e tenham como objectivo entregar aos seus filhos um mundo habitável.

Joaquim Vasconcelos


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