Vila Praia de Âncora ainda não tem um verdadeiro parque, e os Ancorenses desde há anos que o vêm reclamando.
Mas, antes de mais, é preciso que entre os Ancorenses se reúna o consenso quanto ao local ideal (central e amplo) para aí ser implantado o referido parque, com a qualidade e a dignidade que Vila Praia de Âncora merece.
A CDU tem vindo a amadurecer as ideias, e delas tem dado conhecimento público, através da imprensa local, desde há um longo espaço de anos, com matizes diferenciados e adequados ao desenrolar dos tempos. Conforme vai evoluindo a sociedade assim se vai desenvolvendo o nosso pensamento, com enriquecimento das ideias e planos, e estamos cientes de que se podem conjugar diversas vertentes, não com o intuito de onerar a sua execução mas, pelo contrário, com a aplicação de propostas mais simples, e por vezes quase esquecidas, mas que são mais naturais.
A centralidade dum parque não implica que tenha de ser na Praça de República. Mas implica que se conjuguem várias necessidades, como seja a existência de uma ampla área de terreno livre, sem grandes desníveis, com boas vias de acesso, e com pequenos polos de atração, como é a Quinta da Barrosa, onde se destaca o Dólmen como polo centralizador.
A área em referência é o núcleo em que o perímetro é limitado pelo troço final da EN-305, que vai ao Nó de Baralha e Nó da Pateira (Rua Dr. José Teixeira de Queirós) já na EN-13, que daí vai para Norte até ao Nó de Erva Verde, e daí de novo até ao Nó de Baralha que é a Rua Miguel Bombarda. Podemos dizer que é um núcleo que liga três nós viários, o que é a prova de que a centralidade é inquestionável, e quem diz que não o é não acredita nem idealiza uma área com estas características. Anexa à EN-305, para Sul, seria incluída uma área de REN/RAN que se estende até ao Rio Âncora.
Devemos acentuar que neste miolo, que temos vindo a sugerir, há serviços públicos dos ramos da segurança, da saúde, do desporto, e do ensino (que comporta todos níveis de escolaridade desde o pré-primário até ao 12ª ano).
Mas a "riqueza " nessa área projeta-se até à Quinta da Barrosa, com todo um "manancial" de atrações, e culmina com o Monumento Nacional - DÓLMEN DA BARROSA, único em Vila Praia de Âncora, e que tem sido esquecido. Mas certamente que passará a ser considerado e respeitado quando se abrir uma porta e se der a conhecer ao exterior. É esse o verdadeiro enquadramento que almejamos.
O DÓLMEN DA BARROSA é o único Monumento Nacional, classificado como tal desde o mês de Junho do ano de 1910.
Está implantado sobre uma leve elevação de terra que poderia ter feito parte antigamente da mamoa. É constituído pela Câmara funerária, com uma altura de cerca de 2,8 metros, pela pedra de cabeceira, apresenta-se sem a parte superior, e por nove esteios sobre os quais assenta uma ampla laje de cobertura com uma área superior a dez metros quadrados. Tem um corredor de entrada definido por lajes de área inferior às da câmara, estando virado a Nascente. É um monumento Megalítico cuja construção pode estar compreendida entre os anos 3 000 e 2 000 aC (antes de Cristo).
É este monumento que temos que dignificar, e sem despender grandes verbas, pois devem ser idealizados "painéis panorâmicos" essencialmente naturais, que é o meio que aí se encontra, e nada de idealizar obras "faraónicas" que só descaracterizam e artificializam as paisagens. Defendemos um ambiente natural, de paisagens naturais, que se coadunem com tudo o que ali existe, para se oferecer aos naturais e aos visitantes. Um exemplo que se ajusta a esta realidade que idealizamos e propomos é o projeto das hortas que aí foram implantadas, pois são um cenário que se enquadra neste espaço natural, e até são um fator pedagógico, especialmente para as crianças que visitem o parque.
Faz parte deste conjunto a área húmida, que se localiza a Sul do Nó da Barrosa e ruas de Baralha e Dr. Teixeira de Queirós, compreendendo o Ribeiro das Escalas até ao Rio Ancora e áreas anexas, que são terrenos especialmente de pauis e que estão classificados como REN e RAN.
Defendemos que se devem definir as vias de circulação indispensáveis, e que tudo o restante seria de vias pedonais, tipo "carreiros" e "calçadas", ligações com características próprias de meios rurais, ecológicos e campestres, que iriam permitir uma equilibrada intercomunicação com a zona escolar, habitacional, ecológica e de serviços.
Antes de mais, é preciso que se faça um estudo do conjunto, que de facto ainda não existe, e que há muito a CDU tem vindo a reclamar, a fim de que se disponibilize essa área para a implantação dum verdadeiro parque, de caraterísticas naturais e patrimoniais, que Vila Praia de Âncora tanto almeja.
Temos que pensar num plano que não tenha um formato "raquítico", mas que tenha em vista o futuro, ou seja, que tenha em conta as gerações vindouras. Assim, a área terá que ser o mais ampla possível, e não se poderá limitar só a uma parte da Quinta da Barrosa.
A CDU pretende, como sempre defendeu, que se proceda desde já à execução dum verdadeiro plano de pormenor dessa zona abrangente, como atrás se referiu, e que venha a ser devidamente representado em PDM, que já deveria estar atualizado e em vigência há alguns anos.
A CDU mais uma vez reforça a ideia de que esta ampla área que interliga os três nós rodoviários especificados para um verdadeiro parque para Vila Praia de Âncora, tem futuro. Assim o queiram os decisores do presente e do futuro. Oxalá tenham a coragem de pôr acima de tudo, acima das práticas eleitoralistas, o superior interesse dos Ancorenses e suas futuras gerações.