Por tanta amargura e desvaneio,
A ma sorte persegue meu destino,
Haveio-me com tristeza e anseio,
A depressão atira-me para o abismo.
So tenho aquilo que não me da satisfação,
Se ontem os anciãos haviam campos a cultivar,
Eu, nem terra, nem grão, detenho nesta mansão,
Aonde os cordéis da bolsa continuam a apertar.
Até quando poderei suportar tal ingência,
Se o hoje ja não conta e o amanhã vive sem arrimo,
Furagido, além-mar, nos pinaculos da decadência,
A que esta votada minha vida e meu misérrimo destino.
Com que perspectivas poderei persistir,
Se o desespero não me oferece alternativa,
O espectro da fome ja inicia lugubre existir,
E a breve prazo viverei sem milho nem espiga.
Mas que destino se furjou se sempre trabalhei,
E criei riqueza para oferecer à terra desdita,
Para onde se foi o suco dos frutos que amealhei,
Se nem nos bancos, nem nos escondidos, tenho guita.