Associação União de Caminha e Associação de Riba d'Âncora "mediram forças"

A Associação União de Caminha venceu o derby concelhio que disputou na tarde do passado Sábado no pavilhão municipal de Caminha contra a Associação de Riba d'Âncora, por 6-4, a contar para o Distrital Masculino de Futsal.

Ambas as equipa encontram-se a meio da tabela, sem pretensões de maior que não seja promover a prática desportiva.

"Partimos praticamente do zero"

Victor Couchinho, actual director desportivo da AUC e ex-treinador deste clube na primeira época, revelou-nos que em relação à temporada passada "mudou tudo", incluindo uma equipa técnica nova que permitiu uma "reestruturação desportiva" importante, colocando à frente uma pessoa competente do ponto de vista técnico. A opção recaiu em Sara Almeida, que até então era responsável pela selecção distrital de Futsal.

Embora reconhecendo que a primeira volta não fora o ideal em termos de resultados, tal "não era o mais importante porque o que nos interessa é preparar o futuro", estando já a verificar-se algo desse trabalho tendo em vista "cimentar este projecto".

O plantel é formado por 13 jogadores de Caminha, Moledo, Vila Praia de Âncora e Vila Nova de Cerveira.

A sede provisória deste clube é na Junta de Freguesia de Caminha, mas, "a pedido nosso", frisou, aguardam que se realizem obras no Centro Coordenador de Transportes de Vilarelho no intuito de se afirmarem definitivamente neste edifício.

Como as demais colectividades, as dificuldades são "as normais" e comuns a todas elas, resolvendo a questão dos transportes com o apoio concedido pela câmara municipal. Sem quaisquer ordenados, a Associação União de Caminha concentra as suas atenções no "crescimento deste projecto", começando pela criação de uma escola "onde seja possível formar miúdos", dando-lhe assim seguimento ao projecto dos seniores.

O facto de existirem dois clubes dedicados ao futebol na vila de Caminha (um, de futebol de cinco e outro de onze), não será um problema, segundo crê este dirigente, pois, afirmou, "Caminha tem espaço suficiente para ter estes dois clubes" que praticam "modalidades diferentes"

Ainda não houve oportunidade para tomar um contacto directo com a outra agremiação desportiva, o Atlético Clube de Caminha, mas admira "o trabalho que está a ser feito por este clube, nomeadamente a "nível de resultados".

Pronunciando-se acerca desta modalidade no distrito de Viana do Castelo, entende que poderia estar melhor divulgada e apoiada a nível da Associação e da própria Federação e, comparativamente ao que sucede no distrito do Porto, por exemplo, a diferença é abismal.

ARA continua a formar jogadores

Paulo Araújo, é treinador da Associação de Riba d'Âncora há mais de dez anos, tendo no seu currículo alguns feitos a nível distrital, nomeadamente a conquista de uma taça no Futsal Feminino.

Iniciando-se a ARA no Futsal Feminino, os homens viriam mais tarde a completar uma prática desportiva que se mantém nos dias de hoje.

O técnico, em comentário a esta época, sublinha que as raparigas superaram as suas expectativas, após serem obrigados a "começar tudo de novo", após a saída de alguns elementos para outros clubes com objectivos maiores do que os da ARA.

Os 19 pontos conquistados nesta época "já foi muito bom", assinala este ribancorense.

Quanto aos seniores masculinos, o quinto lugar na tabela classificativa é uma classificação que o deixa satisfeito, embora não descarte a ambição de se classificar "entre os três primeiros".

Subir de divisão seria possível, mas já "assumiram todos" que não existe disponibilidade financeira para esse desiderato, apesar de possuírem "excelentes jogadores muito cobiçados pelo futebol de onze a nível nacional" aliás. Dois deles já estiveram uma semana em Lisboa a prestar provas, o Cao e Kleno, dois cabo-verdianos que se encontram a estudar na Ancorensis. A actual equipa da ARA (14 jogadores, tantos quantos os da equipa feiminina) possui bastantes futebolistas de origem cabo-verdiana e durante o jogo com a União de Caminha chegaram a estar cinco deles em simultâneo em campo.

Treinando e jogando em casa no pavilhão de Vila Praia de Âncora, a situação do poli-desportivo descoberto de Riba d'Âncora parece estar agora bem encaminhada, porque as obras de recuperação iniciaram-se nessa semana. Contudo, Paulo Alvarenga não vislumbra grande interesse neste campo descoberto para a prática do Futsal, evidenciando mais importância em manter o espaço conquistado no pavilhão de Vila Praia de Âncora, porque "apareceram mais jogadores" a querer praticar esta modalidade.

Sem grandes recursos, a ARA depende da colaboração da Junta de Freguesia (disponibilizando habitualmente a sua carrinha) e da câmara municipal.

Como objectivos futuros, os responsáveis da ARA pretendem continuar a formar jogadores, apontando como exemplos os que já jogam na III Divisão Nacional, adiantando existirem entretanto negociações com um clube importante para a transferência de um jogador, o que lhe poderá carrear algum suporte financeiro.

Este técnico realça a importância concedida à prática desportiva, permitindo que todos joguem, existindo raparigas com 13 anos a jogar na equipa, e rapazes de 15 integrando os seniores.

Apesar de todos estes anos na orientação técnica da ARA, a sua motivação não esmoreceu.

Dirigentes e atletas contribuem para isso, apontando como exemplo o facto de o terem presenteado com um bolo com a sua fotografia ("uma surpresa muito grande"), num treino, no dia em que fez anos e "oferecendo-lhe uma camisola para ir à caminhada da ARA com todos os nomes dos jogadores que compõem o plantel", sendo isso "prova de que as pessoas gostam de mim e eu também gosto delas".

Perante estas manifestações de afecto, não admira que Paulo Araújo tenha recusado um convite para treinar uma equipa de futsal da III Divisão, levando-o a admitir a continuidade em Riba d'Âncora ainda por mais algum tempo.