Bar na duna primária gerou contestação

A Direcção da Associação dos Amigos de Moledo veio a público denunciar a instalação de um bar de apoio à praia a norte do paredão, em cima da duna primária.

Consideram ser "paradoxal, para não dizer inadmissível, e até caricato que, em plena duna primária, já devastada parcialmente pela colocação do bar", tenha sido autorizada a colocação do bar que, além do mais, "tapa a Ínsua e o Monte de Santa Tecla", duvidando ainda da "base legal" para a respectiva autorização.

"Praias no futuro - Dependem de si - Cumpra as regras", pode ler-se nos painéis em madeira colocados no cordão dunar, o qual foi reforçado com a implantação de estacaria que permitisse fixar as areias e permitir o crescimento de vegetação rasteira, entretanto afectadas pela crescida das águas do oceano em anos anteriores, que "comeram (as dunas) e continuam a fazê-lo" nesta parte norte da praia de Moledo.

Esta situação inquietou igualmente a Junta de Freguesia, interrogando-se Joaquim Seixo, presidente da autarquia, como foi possível autorizar o bar em terrenos que pertencem à autarquia, "sem nos comunicarem nada".

Por seu lado, a Corema vai apresentar queixa junto da Ministra do Ambiente, atendendo entre outros considerandos, a que a linha de costa se alterou por efeito do mar, pelo que "o Ministério do Ambiente deveria ter tido em conta as concessões dos bares".

A Associação Regional Hidrográfica autorizou a instalação no local já definido previamente no Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC), conforme nos confirmou o vereador Mário Patrício.

Sucedeu que no passado, o concessionário sempre preferiu montar o bar no plano da praia, não causando objecções, mas, este ano, devido à subida do nível das águas, optou por instalá-lo no sítio estabelecido pelo POOC, daí resultando a polémica.

Adiantou este autarca que a Câmara se limitou a emitir os documentos destinados ao pagamento das taxas respeitantes à ligação da rede de águas, pretendendo agora que a ARH esclareça se o bar se encontra em terrenos da Junta de Moledo, como esta reclama, ou do domínio público marítimo.