Sol prazenteiro e vento quanto baste foram os ingredientes ideais para o arranque do IV Festival de Papagaios que decorreu no passado fim-de-semana na praia de Moledo do Minho, atraindo um sem número de curiosos, entre os que sobressairam naturalmente, as crianças, regalando os olhos com o céu colorido e rasgado pelos diferentes engenhos aéreos.
ESPECTÁCULO SINCRONIZADO
Do programa idealizado pela Câmara de Caminha, que este ano chamou a si a organização integral do festival, até à data levado a cabo em parceria com uma associação local, constaram exibições com papagaios estáticos gigantes, acrobáticos, bem como shows com papagaios sincronizados ao som de música, executados pelas melhores equipas a nível mundial, entre as que se destacava a Awita, francesa.
Representantes de cinco países (Portugal, Galiza, Espanha, Inglaterra, França e Bélgica) marcaram presença em Moledo, registando-se mais 200 inscrições individuais e cinco equipas profissionais.
Ateliês de construção de papagaios em papel permitiram aos mais novos exercitarem-se na arte e ganhar gosto por uma actividade já com alguma predominância nas praias portuguesas.
Xosé Luís Quinteiro veio com três papagaios desde Vigo -"do norte de Portugal", como fez menção de salientar-, a fim de participar pela quarta vez neste festival.
Apresentou inicialmente um "anjo e outro flamejante, em que as caudas parecem lume", e logo que o vento soprou com maior intensidade preparou-se para lançar um terceiro papagaio de maior dimensão.
GALEGOS EM GRANDE NÚMERO
Já reformado, faz a "Rota dos Festivais de Papagaios do nosso país", precisou, e vem cá sempre que é convidado, achando que esta edição deveria ter sido melhor publicitada, de modo a que a "informação chegasse o todos", mas, adiantou, os "aficionados como eu estamos cá" e noutros pontos de Portugal, como Tavira ou Alcochete, porque "apreciamos muito a hospitalidade dos portugueses".
O aumento de profissionais neste ano foi realçado por Paulo Pereira, vereador responsável pela organização, satisfeito com o comportamento do tempo que "permitiu pôr no ar muitos papagaios estáticos e mais pesados, portanto".
LOGÍSTICA FORTE
Contactos com o estrangeiro, marcações de voos, alojamentos e refeições e todo o suporte logístico já requerem uma estrutura organizativa importante, destacou o vereador, em que o papel dos funcionários camarários foi decisiva, de modo a "atrair cada vez mais visitantes", frisou.
Sobre a dispensa da MinhAventura na edição deste ano, referiu que essa empresa tinha sido contratada em 2007 para organizar o evento, devido à obtenção de um financiamento através de uma candidatura por intermédio do Interreg, o que não sucedeu este ano, "assumindo então a Câmara a organização directa do Festival, envolvendo os funcionários camarários e diminuindo os custos" do evento.
"QUE S. PEDRO NOS AJUDE"
Paulo Pereira pretende prosseguir com este Festival, "apesar dos riscos inerentes, por estar muito condicionado pelas condições climatérias, porque com chuva ou sem vento já não se pode realizar", embora considere ser "uma boa aposta", na senda das edições anteriores.