É um desejo antigo que há já uns anos levou uma das empresas organizadoras do Festival de Vilar de Mouros de então, a Portoeventos, a elaborar um ante-projecto para a criação do Museu do Festival.
As vicissitudes por que passou este evento durante o consulado camarário social-democrata, acabou resultar na sua suspensão, essa empresa e a Junta de Freguesia tiveram de cancelar uma das edições e durante alguns anos não houve festival, até que uma tentativa pífia de anunciar o seu ressurgimento em 2013, ano de eleições autárquicas, resultou num imbróglio e num fracasso nos dois anos seguintes, já com uma vereação socialista, mas "amarrada" a um protocolo assinado em Agosto de 2013 no Largo do Casal.
A partir de 2016, já com outras empresas organizadoras, o Festival de Vilar de Mouros iniciou o seu processo de recuperação da áurea perdida, com uma colaboração sem sobressaltos entre Câmara (PS) e Junta (CDU).
Junta e Câmara apostadas no Museu
Agora, a Junta de Freguesia pretende trabalhar "em articulação com o Município de Caminha no sentido de procurar uma resposta, no âmbito do programa Portugal 2030, para a recuperação da Casa do Barrocas", edifício previsto pelas autarquias para criar o Museu do Festival.
Nesse sentido, a Junta de Freguesia "continuará a sensibilizar as entidades competentes no sentido de ser criada uma estratégia de valorização do legado cultural do concelho, através da potenciação dos recursos naturais existentes na Freguesia de Vilar de Mouros mas também o espólio material e imaterial, do qual faz parte o Festival de Vilar de Mouros", acrescentou Carlos Alves, presidente da Junta de Freguesia no decorrer das informações prestadas aos delegados da Assembleia de Freguesia (AF) reunidos este mês.
Enquanto que este projecto não avança, a Junta de Vilar de Mouros incluiu no seu orçamento para o próximo ano a substituição das portas, janelas e a pintura do edifício.
Contactado Rui Lages, presidente do Município caminhense, confirmou-nos o interesse camarário neste investimento e "criar um Museu dedicado ao Festival de Vilar de Mouros", embora admita que seja "um projecto a longo prazo, nem para ontem, nem para amanhã", insistindo, contudo, que "é nossa intenção fazê-lo".
Precisou seu necessário existir "alguma brecha de financiamento para que consigamos concretizar esse investimento", pois, reforçou, "a expensas nossas é quase impossível", e desde que surjam "avisos comunitários que o promovam, a Câmara Municipal estará na linha da frente com a Junta de Freguesia".
2023 será uma certeza
Relativamente à realização do Festival de 2023, Rui Lages não tem dúvidas que ele se concretizará - "a não ser que surja outra pandemia", o que ninguém deseja -, "estando tudo preparado para que venha a acontecer".
Explicações sobre devolução de dinheiro de cancelamento de um concerto
No decorrer desta AF, o delegado Pinheiro Torres (OCP), pediu esclarecimentos à Junta de Freguesia sobre uma notícia que tinha lido, em que a empresa organizadora do Festival tinha declarado falência.
Carlos Alves explicou que não era a empresa organizadora que estava em causa, mas sim uma das duas subcontratadas para vender bilhetes, a "Festicket" que tinha vendido entradas para a noite dos Limp bizkit, mas como este conjunto tinha cancelado a actuação, as pessoas poderiam pedir a devolução do dinheiro.
No entanto, devido à entrada em insolvência da referida empresa subcontratada, o dinheiro dos bilhetes não estava a ser devolvido a quem o solicitara, levando a que os organizadores tivessem chegado a um acordo com a outra empresa que comercializou os ingressos no recinto, para que fosse por seu intermédio que os espectadores fossem ressarcidos.
A propósito, os organizadores emitiram um comunicado em que explicavam a forma como as pessoas poderiam reaver as respectivas importâncias.
Pronunciando-se sobre a adaptação da "Casa do Barrocas" a Museu do Festival, a delegada socialista Julieta Pires concordou plenamente, empregando a frase "ouro sobre azul" e estar "na hora H" para concretizar a ideia.