"Seria muito complicado, nesta fase, se abandonássemos", admitiu Manuel Vilares, presidente da direcção do Centro Bem Estar Social de Seixas (Casa de S. Bento), no decorrer de uma assembleia geral realizada ontem à noite, destinada a Aprovar Plano de Acção e Contas para 2021, a par de uma revisão da conta de exploração prevista para este ano.

O presidente da Casa de S. Bento referiu que "nada indica que aparecerá outra lista" candidata aos corpos sociais da instituição, o que o levou desde já a convidar os seus colegas a assumir novamente os seus cargos, porque, em plena fase de pandemia, "seria muito desestabilizador" uma mudança de responsáveis.

Aprovação da Candidatura ao Programa Pares condicionará investimento

Além do mais, a actual direcção mantém-se empenhada em candidatar-se ao Programa Pares, cuja candidatura deverá ser apresentada até final deste ano, a qual, a ser aprovada, permitiria investir 700.000€ (competindo à instituição assumir 25% dos custos) em diversas remodelações no Lar, incluindo substituições de caixilharias, telhado, instalação de painéis solares e isolamento de paredes entre outros melhoramentos, como será o caso da mudança de local da lavandaria e criação de salas de actividades para os utentes. Instalação de casas de banho adaptadas nos quartos para banhos assistidos nos diversos pisos, têm vindo a ser concretizadas com "a prata da casa", assinalou Manuel Vilares.

Nesta fase, o Estado disponibilizou 110 milhões de euros para todo o país, o que reputou de verbas escassas e que rapidamente se esgotarão, prevendo-se um reforço financeiro proximamente.

Tendo já adquirido o imóvel junto ao Lar, o esboço de um projecto encontra-se concluído, conforme já fora anunciado em assembleia anterior, esperando que a referida candidatura venha a ser aprovada, a despeito dos inúmeros projectos no concelho e distrito.

"Será muito bom o equilíbrio financeiro"

Esta reunião permitiu ainda proceder a uma revisão da conta de exploração de 2020, atendendo aos condicionalismos provocados pela pandemia, a qual já obrigou a custos extra na ordem dos 65.000€.

Pese embora esta contrariedade, a direcção espera chegar ao fim deste ano com as contas equilibradas, "à justa", frisou João Leão, tesoureiro, embora não com o saldo favorável previsto, "na senda de anos anteriores", completou Manuel Vilares.

Atendendo às vicissitudes deste ano para esquecer, chegar ao fim do mês de Dezembro com "as contas equilibradas é importante", vincou João Leão, para o que contaram os apoios recebidos ultimamente.

Esta Casa foi obrigada a suportar encargos extraordinários resultantes do combate ao vírus, tendo pagado todas as horas extraordinárias, embora o trabalho voluntário das trabalhadoras ultrapassasse em muito o que deveriam ter recebido, tendo sido valorizada a sua dedicação nestes períodos complicados. Os custos dos materiais de protecção foram igualmente suportados pela Casa, esperando vir a ser ressarcidos desses montantes. Referiu ainda Manuel Vilares que sempre tentaram reciclar o material utilizado e reaproveitável (lixiviado) e que permanece posteriormente em quarentena entre 24 a 38 horas.

2021 realista

Prevendo 2021, a direcção avançou com um orçamento realista, acreditando que continuarão a superar as previsões negativas, embora desde Março deste ano, por exemplo, mantêm 8 camas livres, o que representa menos entrada de dinheiro.

Para 2021, está previsto que o orçamento atinja os 630.000€.