Promete tornar-se mesmo num caso de "sigilo municipal" guardado nos cofres camarários, o Relatório do Processo Disciplinar na qual o presidente da Câmara se baseou para propor a Carlos Castro uma pena de suspensão por 90 dias, suspensa entretanto por dois anos, e sancionada na reunião camarária da passada semana, relativamente ao caso da "faca", como ficou a seu conhecido desde o sucedido.
Recorde-se que o vice-presidente Guilherme Lagido tinha declarado que Carlos Castro o teria ameaçado de morte, empunhando uma "arma branca", no interior do seu gabinete, após o presidente da Junta de Vila Praia de Âncora e Encarregado Geral Camarário na zona do Vale do Âncora o ter interpelado sobre a retirada das luzes led instaladas pela autarquia ancorense na praia e Av. Ramos Pereira.
Carlos Castro negou a ameaça com a faca e surgiram troca de comunicados partidários e declarações sobre um assunto que correu mundo há um ano.
Carlos Castro não se "acomoda" com a decisão camarária
Após a publicação da notícia do C@2000 na semana passada, Carlos Castro enviou-nos um esclarecimento em que refere que não concorda com o castigo pelo que irá "impugná-lo em tribunal competente porque estou inocente", assegura, - apesar de considerar a pena ou decisão, "leve", ou "ligeira" -, porque justifica ainda, "como todos compreendem, por muito ligeira que seja a decisão, está em causa a minha honorabilidade enquanto homem, funcionário e autarca, não me podendo acomodar com a redita decisão."
Perante esta posição de Carlos Castro e o silêncio da maioria socialista (Miguel Alves não quis fazer comentários no final da reunião do passado dia 17), começa a ser cada vez mais evidente que alguém não diz a verdade : ou houve mesmo o caso da faca ou estamos perante um "fake" caso.
Há uma coisa que parece evidente, e admitida mesmo pelo autarca e funcionário camarário: a pena foi leve.
Se foi leve ou ligeira, é porque o caso não foi grave. Então pode-se questionar se o tal objecto cortante existiu mesmo ou não. É que, alegadamente, ameaçar um vice-presidente camarário de morte com uma faca, no seu gabinete, é bastante grave. E a pena foi "leve".
Seria bom que a Câmara Municipal divulgasse o Relatório a fim de desfazer dúvidas.
Pela nossa parte, tentaremos trazer a público esse documento, mesmo que o tal "hacker russo" não consiga obtê-lo.
Eis o teor do comunicado remetido por Carlos Castro ao C@2000:
"O Caso da Faca"
Caros leitores e concidadãos,
CARLOS FERNANDES ALVES DE CASTRO, Presidente de Junta de Freguesia de Vila Praia Âncora e funcionário do Município de Caminha há mais de 30 anos, na sequência das infames notícias veiculadas como o "caso da faca", por ser este o momento oportuno, findo o procedimento disciplinar que me foi levantado, o qual culminou com a decisão de suspensão pelo prazo de 90 dias, suspensa na sua execução, cumpre-me esclarecer que, por com ela não concordar, irei impugná-la no tribunal competente porque estou inocente.
Como foi tornado público, na passada-quarta feira dia 17 de Outubro de 2018, em reunião do executivo Camarário de Caminha, com quatro votos a favor e três contra, foi-me aplicada a citada medida disciplinar, cuja sanção aplicada, ainda que leve, sendo os factos que foram imputados falsos, irei agir judicialmente para que a decisão seja anulada e reposta a verdade.
Como todos compreendem, por muito ligeira que seja a decisão, está em causa a minha honorabilidade enquanto homem, funcionário e autarca, não me podendo acomodar com a redita decisão.
CARLOS FERNANDES ALVES DE CASTRO