A vereadora Liliana Ribeiro tem dedicado 90% do seu tempo a preparar o novo ano escolar, nomeadamente a nível dos transportes, assinalou Miguel Alves, presidente do Executivo camarário caminhense, quando a vereação foi chamada a aprovar uma série de medidas destinadas ao ensino no concelho, durante a primeira reunião camarária deste mês.

O autarca admitiu que este ano escolar "vai ser muito difícil", dado não haver orientações mas sim "percepções", para evitar os riscos que vão aumentar em todo o lado, e ser impossível controlar mais de mil alunos em todas as escolas, entre os três e os 20 anos, mas "a vida tem de continuar", sublinhou.

O Agrupamento e a Câmara encontram-se empenhadas nesta matéria, sublinhou, após admitir que os transportes são uma das áreas "em que se correm mais riscos", o que o levou a apelar aos pais que tenham essa possibilidade, para que levem os seus filhos nos seus próprios carros.

A preparação deste início do ano escolar requereu atenções especiais perante a nova realidade, adiantou a vereadora com o pelouro da Educação, atendendo à existência de 846 alunos no Agrupamento.

Após reunir com as juntas de freguesia de modo a clarificar os critérios de distanciamento e higiene no interior das carrinhas que vão transportar os alunos, e as compensações a conceder a estas autarquias, a edil crê que serão gastos 118.000€ (mais 8.000€ do que no ano anterior), mas, no total dos transportes incluindo pagamentos a empresas privadas, o valor atingirá meio milhão de euros.

No âmbito da educação para actividades de animação e apoio à família, as escolas básicas e jardins de infância abrirão mais cedo (7H30) e encerrarão mais tarde (19H), com excepção de Moledo/Cristelo e Âncora que terão uma gestão própria, levando a que sejam contempladas com 46.000€, verba que inclui as despesas com refeições.

Estas medidas tiveram o habitual distanciamento da oposição social-democrata, frisando Liliana Silva que as demais IPSS particulares deveriam igualmente ser contempladas, dando como exemplo o Patronato. Esta vereadora colocou ainda reservas ao facto desta última proposta ter sido elaborada por uma funcionária camarária familiar do presidente da Junta de Freguesia de Moledo/Cristelo, perguntando se não haveria "incompatibilidade" por esse facto, o que colocou dúvidas ao presidente Miguel Alves. Já Guilherme Lagido, vice-presidente, assegurou não ter dúvidas sobre a legalidade do acto (contrato-interadministrativo). Face às dúvidas de interpretação, Miguel Alves prometeu que iria "analisar" o caso.

A eleita pelo PSD apresentou ainda dúvidas legais sobe a delegação de competências na Directora do Agrupamento de Escolas do Concelho de Caminha, que o Executivo camarário apresentara nesta reunião, relativa a actividades extra-curriculares, mas a maioria socialista não concordou com as reticências apresentadas pela oposição.