JORNAL DIGITAL REGIONAL CAMINHA 2000 JORNAL DIGITAL REGIONAL CAMINHA 2000

TRIBUNA
Espaço reservado à opinião do leitor

TURISMO- O NORTE TEM PLANOS COM TRÊS EIXOS

No dia 5 do corrente, o Correio da Manhã publicou um artigo sobre o Turismo do Norte da autoria da jornalista ANA SILVA MONTEIRO: " ESPERANÇA-TURISMO-NORTE TEM PLANOS COM TRÊS EIXOS- RECUPERAÇÃO que passo a transcrever: " Norte mais qualificado, mais atractivo e com mais energia. São estes os três eixos em que está estabelecido o plano de recuperação do turismo na PNP. A comunicação é o ponto de partida, mas há já trabalho no terreno para recuperar das perdas com a COVID-19.

A primeira vertente passa por promover o que há de melhor, incluindo as "maravilhas" como o ALTO DOURO VINHATEIRO, O PARQUE NACIONAL PENEDA GERÊS ou todo o VALE DO TUA E COA, sem esquecer as novas necessidades do turista com a pandemia. A percepção de segurança é essencial para atrair mercados interno e internacional, com benefícios da boa imagem deixada por Portugal no combate à primeira fase da doença. Finalmente, a vertente enérgica estende-se até 2022, com calendarização de grandes eventos. "Prevemos que até final deste mês esteja tudo operacional para receber quem nos visita. O ano será difícil e o Verão muito duro . As empresas estão a adaptar-se ". Diz Luis Pedro Martins, líder do TURISMO DO PORTO E NORTE DE PORTUGAL (TPNP) que aponta um eventual regresso à normalidade para a Páscoa de 2021.

A Região até começou 2020 com 1,2 milhões de dormidas em Fevereiro (+18,2%do que em 2019) e 63,7 milhões de euros de proveitos totais. Março teve quebra de 60% e os números de Abril devem atingir os 90% de perdas. "CHEGOU O MOMENTO DE OS PORTUGUESES REDESCOBRIREM O PAÍS. CONTAMOS COM ELES" apela Luis Pedro Martins.

Caro leitor, como "opinian maker", "fazedor de opinião", estaria de alma e coração com o teor deste artigo. Contudo ele peca por esquecer uma das regiões mais turísticas do Norte de de Portugal, o MINHO E O ALTO MINHO, que também tem as suas "maravilhas"uma delas o Templo do Sagrado Coração de Jesus, no Monte de Santa Luzia, em Viana do Castelo, que no próximo dia 19 do corrente, segundo decisão do Bispo da Diocese, vai ser elevado a SANTUÁRIO DIOCESANO. Além disso, de Viana do Castelo até Caminha e de Caminha até Melgaço, a maioria das praias, quer marítimas, quer fluviais, têm BANDEIRA AZUL, com restaurantes cafés e esplanadas onde a GASTRONOMIA MINHOTA É RAINHA! Além disso, a bela Serra de Arga, cantada pelo saudoso Poeta Pedro Homem de Mello: "ABAIXA-TE OH SERRA DÁRGA,/ QUE EU QUERO VER SÃO LOURENÇO/QUERO VER O MEU AMOR/ QUERO ACENAR-LHE COM O LENÇO", a bela VILAR DE MOUROS, a catita CAMINHA, a histórica VALENÇA, a muralhada MONÇÃO, TERRA DE DEU-LA-DEU e a sentinela MELGAÇO, a maravilhosa CIDADE DE VIANA DO CASTELO, com o seu castelo altaneiro e Templo de Santa Luzia, como disse , elevado a SANTUÁRI DIOCESANO. Muitas outras "MARAVILHAS"minhotas e alto minhotas poderia eu aqui citar, como PONTE LIMA, PONTE DA BARCA OU OS ARCOS DE VALDEVEZ.

Agora que o Verão está à porta e há sinais de esperança, seria bom que os Senhores Presidentes de Câmara Minhotos e Alto Minhotos ou os Senhores Vereadores do Turismo e aos meios de comunicação (jornais, rádios e televisões) dissessem ao Sr. Presidente do TPNP, que a Região Minhota também é Portugal e que tem de ser divulgada como o Porto Vinhateiro, o PNPeneda Gerês e o Vale do Tua e Coa. Caso contrário, continuará a ser o "Parente Pobre" do Turismo do Porto e Norte de Portugal. Se assim for, os hoteleiros do Minho e Alto Minho poderão dar emprego a milhares de jovens minhotos que querem fixar-se na região onde nasceram. Tem a palavra final o Sr. Luis Pedro Martins. Por mim não posso fazer mais nada, senão acreditar.

Antero Sampaioo



OPOSIÇÃO EM MODO "NÃO INCOMODAR"

Há alguns anos, Manuela Ferreira Leite, líder da oposição, incondicional apoiante de Rui Rio, propôs a suspensão da democracia.

Por iniciativa do líder da oposição, o bloco central aprovou, recentemente, o fim dos debates quinzenais, na Assembleia da República, com a presença do primeiro-ministro. Doravante, este só terá de marcar presença, em S. Bento, de 2 em 2 meses.

As justificações para tão surpreendente proposta foram duas. "É preciso deixar trabalhar o primeiro-ministro" e "é necessário acabar com a chicana política, no hemiciclo".

Com o PSD a não descolar nas sondagens e a necessitar de afirmação, Rui Rio decide auto- silenciar-se.

Que melhor palco que a AR para, quinzenalmente, ser acutilante na fiscalização da acção governativa e para afirmar a diferença, apresentando propostas que marquem a agenda política?

Quem melhor que o líder do PSD, que acumula a liderança do grupo parlamentar, para dar o exemplo e pôr termo à chicana política, elevando a qualidade do debate? O bom exemplo continua a ser a forma mais eficaz de fazer pedagogia.

Afinal, tendo todos os seus deputados sido escolha sua, depois de passarem num finíssimo crivo para aferir as suas qualidades, só lá pode estar gente de inquestionável potencial que, em vez de ser "amordaçada", deveria ter oportunidades para prestigiar a função parlamentar. E assim, dava um prestimoso contributo para acabar com a pequena e rasteira política.

Este estilo de oposição colaboracionista pelo menos é inédita e inovadora.

Se em vez de tentar reduzir o "tempo de antena" parlamentar aos pequenos partidos, produzisse propostas de reforma do parlamento que lhe devolvessem o prestígio perdido, talvez isso diminuísse a desconfiança dos eleitores.

Que tal reduzir o número de deputados para 180? A constituição permite. Basta a vontade política do bloco central.

Que tal rever o regime de incompatibilidades para acabar com o contexto de promiscuidade reinante que corrói o prestígio da instituição?

Que tal permitir que sejam os eleitores a escolher o seu deputado, com um sistema de listas abertas?

É uma ilusão pensar que a casa fica mais limpa "arrumando o lixo debaixo do tapete", longe dos olhos do povo.

Manuel Marinho




Organização para um Trabalho Profícuo.

Qualquer que seja a atividade em que uma pessoa se envolva: profissional, amadora, empresarial, política, religiosa, social, cultural, lazer ou de outra natureza, se não houver um mínimo de organização, de disciplina, de rigor e de responsabilidade, a par do maior prazer possível, no que se está a fazer, o mais certo é não se conseguir um resultado positivo e ficar-se longe do sucesso que tanto se almejava.

A exigência da sociedade em geral, e dos consumidores de bens e serviços em particular, não se compadece com a falta de profissionalismo, empenho, modernização e técnicas reputacionais que, através de uma ética e deontologia apropriadas à atividade específica, conduzam os intervenientes à satisfação recíproca e, portanto, ao êxito.

Acredita-se que se pode estar de acordo que a organização, os bons hábitos, a disciplina, os princípios, os valores, devem começar e praticar-se em casa, na vida privada para depois, sem dificuldades de maior, se transporem para a vida pública, por isso: "Evidentemente, uma vida organizada é muito mais eficiente do que outra onde impera o caos. A maioria de nós poderia aumentar a própria eficiência com mais organização. Contudo, as regras muito rígidas atualmente não são mais regra geral quando se trata de organizar." (Michael LeBoeuf, in: MANDINO, 1982:256).

Muito dificilmente se consegue elaborar leis, regulamentos, estatutos, outras normas e documentos disciplinadores, que abranjam todas as situações possíveis, havendo sempre lacunas, por onde é possível tentar-se a ilibação de uma eventual infração. Regulamentar no sentido amplo, identificando possíveis situações mais graves, deixando para a jurisprudência, e para soluções casuísticas, simplificando o funcionamento das instituições, parece ser a metodologia mais aconselhável.

Adotando uma certa maleabilidade, na organização e funcionamento das pessoas e instituições, pode-se aceitar, possivelmente com alguma reserva que: "Há, no entanto, boas orientações para organizar sua vida e seus pensamentos. Se você as seguir apenas como instruções e não como leis inflexíveis, verá que lhe ajudarão a aproveitar o máximo de seu tempo e de seu esforço." (Ibid.:257).

A organização não passa, apenas, por regulamentos, disciplina, rigor, profissionalismo, porque há outras variáveis, mais de natureza, psíquica, física, ergonómica e ambiental. Neste sentido o local de trabalho é essencial, para se obter resultados positivos, enfim, para se chegar ao sucesso.

Com efeito são muito importantes: "1. Localização. (…). Se o trabalho requer concentração, procure um lugar tranquilo e reservado. Por outro lado, se está começando um negócio próprio, escolha um local movimentado, para facilitar o acesso de possíveis fregueses do seu estabelecimento. 2. Espaço. (…). É útil saber o espaço disponível antes de provê-lo com as ferramentas necessárias. 3. Acesso fácil às ferramentas que utiliza com mais frequência. (…). Evite encher o espaço com coisas desnecessárias. (…). 4. Conforto. (…) Um local de trabalho confortável geralmente dispõe de cadeiras, ventilação e iluminação adequadas. (…) Uma ventilação adequada evita a fadiga desnecessária causada por ambientes abafados. Quanto à temperatura ideal para se trabalhar, há preferências pessoais. Entretanto é sempre bom garantir um local longe das correntes de ar." (Ibid.: 258-59).

Um outro aspeto importante, no que respeita à organização para um trabalho profícuo, tem a ver com a mesa/secretária de trabalho que, em princípio, deve estar o mais limpa possível de papéis e objetos, que nada têm a ver com as funções do trabalhador.

Nesta perspectiva pode-se concordar que a mesa/secretária não é: "1. Um depósito de papel velho. (…). 2. Um depósito de comida, roupas, guarda-chuvas e outras miudezas não relacionadas com o trabalho. (…). 3. Um lugar para empilhar papéis ou coisas de que você precisa se lembrar. (…). 4. Um símbolo de status ou lugar para exibir prémios, troféus e coisas afins. (…). (Ibid.:259-60).

A contrapartida para rentabilizar, com o maior sucesso possível, a mesa/secretária de trabalho, pode-se descrever como se segue: "1. Tenha sempre um só projeto de cada vez sobre a mesa - o qual deve ser a sua prioridade máxima naquele momento. 2. Mantenha as coisas fora da mesa até ao momento em que você está pronto para examiná-las. Guarde-as em armários, arquivos ou gavetas, mas deixe-as fora do caminho. 3. Não desvie seu trabalho para outras atividades por serem mais fáceis ou atrativas. (…). 4. Quando terminar uma tarefa, coloque-a no escaninho de saída, para ser encaminhada. Verifique em seguida suas prioridades e passe para o próximo item de sua lista. (…). (Ibid.:261).

No que respeita diretamente ao colaborador, às suas condições intrínsecas, também é interessante, refletir sobre alguns aspetos que influenciam na produtividade, como por exemplo a capacidade de concentração: "Na medida em que concentremos nossos esforços, teremos sucesso em conseguir o que desejamos da vida. A capacidade de concentração permitiu a muitos homens, de aptidões modestas, atingir cumes de sucesso que nem alguns gênios puderam alcançar." (Ibid. 262).

Para além dos aspetos apontados, convém referir que o local dos afazeres deve estar afeto ao ato de trabalhar. De igual modo, em caso de cansaço temporário é aconselhável parar por alguns momentos, na medida em que: "Saber quando parar é uma sábia manobra tática, mas não suficiente para terminar o trabalho e ir até ao fim. Em algum momento do processo você tem de enfrentar o trabalho e ir até ao fim." (Ibid.:263).

O recurso às capacidades intelectuais e, portanto, também à memória, aqui no sentido de a qualquer momento se ter a noção do que já foi realizado, do que é necessário iniciar e concluir, é feito através da recordação. Na verdade: "Nossa memória não é uma mera coisa, ela é um teste de habilidade. Ela pode ser vista, sentida, examinada, medida. As habilidades da memória são geralmente devidas a três grandes estágios: 1. Lembrar. Colocar a informação para ser armazenada. 2. Gravar. Armazenar o material no cérebro até que se necessita usá-lo. 3. Recuperar. Trazer à tona o material, quando necessário. É este último estágio a razão de nossos maiores problemas." (Ibid.:264-65).

Na conceção de um bom sistema organizativo, deve-se considerar sempre os assuntos de menor importância, juntando-os para serem resolvidos, preferencialmente em conjunto, numa sequência que permita não ficar nada por executar, porque: "As sessões de pequenas tarefas são uma maneira eficiente de evitar que estas interfiram na realização de seus objetivos mais importantes." (Ibid.: 266-67).

Na vida individual de qualquer pessoa, instituição ou empresa, sempre existem dificuldades, problemas para resolver, por isso é contraproducente procrastiná-los por tempo indeterminado, até porque alguns nem podem aguardar muito tempo por uma solução.

Nesse sentido, considera-se que: "Organizar a maneira de encarar um problema já é meio caminho andado na sua solução. As orientações que se seguem o ajudarão a se manter alerta para quando tiver de enfrentar e ultrapassar todos obstáculos ao sucesso. Não complique seus problemas sem necessidade (…). Aborde o problema de forma criativa. (…) Aprenda a Distinguir entre a Urgência e a Importância (…). Procure se Antecipar a Crises Potenciais (…). Coloque seu Subconsciente para funcionar (…)." (Ibid.:267-70).

A organização pessoal, institucional, empresarial ou de qualquer outra natureza é, portanto, o "calcanhar de Aquiles" para a partir dela, se chegar ao sucesso, ou tombar para o fracasso. A responsabilidade de quem tem por funções organizar, seja um setor, uma empresa, um conjunto de tarefas a distribuir pelos colaboradores, um país, é sempre muito grande, incompatível com improvisos, desleixos, incompetência anacronismos e outras situações prejudiciais para um Serviço Profícuo.

Organizar para um trabalho rigoroso, sério e produtivo, equivale a ter objetivos, resultados concretos, alcançar o sucesso e, para que todas as etapas decorram com a maior normalidade, também parece importante alguma capacidade de previsibilidade, quanto ao que pode acontecer em circunstâncias normais, nomeadamente, na gestão do tempo para a realização de determinadas tarefas, ou mesmo para enfrentar algum problema.

Assim e com efeito: "A solução de problemas em geral opera da mesma forma. (…). Um pouco de previsão e manutenção preventiva é uma garantia para que você possa usar seu tempo realizando seus objetivos ao invés de consumi-lo ao tentar reagir às crises." (Ibid.:269).

Bibliografia.

MANDINO, Og., (1982). A Universidade do Sucesso. 2ª Edição. Trad. Eugênia Loureiro. Rio de Janeiro, RJ: Editora Record.

Diamantino Bártolo


Edições C@2000

Do Coura se fez luz. Hidroeletricidade, iluminação pública e política no Alto Minho (1906-1960)"
Autor: Paulo Torres Bento
Edição: C@2000/Afrontamento
Apoiado pela Fundação EDP


Da Monarquia à República no Concelho de Caminha
Crónica Política (1906 - 1913)

Autor: Paulo Torres Bento
Edição: C@2000


O Estado Novo e outros sonetos políticos satíricos do poeta caminhense Júlio Baptista (1882 - 1961)

Organização e estudo biográfico do autor por Paulo Torres Bento
Edição: C@2000


Rota dos Lagares de Azeite do Rio Âncora

Autor: Joaquim Vasconcelos
Edição: C@2000


Memórias da Serra d'Arga
Autor: Domingos Cerejeira
Edição: C@2000

Outras Edições Regionais