Em 2003 foi criada a Associação Selva dos Animais e em 4 de Fevereiro de 2009 construído pela Câmara Municipal o canil-gatil no Corgo, em Vilarelho, albergando presentemente 300 cães e 150 gatos sem dono, na sua maior parte recolhidos na rua.
Neste período de crise social e económica derivado à pandemia, seria de pensar que o número de animais abandonados no concelho aumentasse, mas tal não sucedeu, conforme nos confirmou Karine Torres, responsável por esta associação e pelo canil-gatil municipal.
O canil-gatil continua a funcionar com quatro trabalhadores camarários, de Segunda a Sexta, e dois funcionários em part-time da Associação, o que considera "insuficiente" face ao número de animais existentes, muitos dos quais já "velhotes" o que requer mais atenção, só possível pela colaboração de voluntários.
Karine Torres referiu que sensivelmente durante as três primeiras semanas de confinamento não tiverem registo de mais animais de rua, nomeadamente pela escassa presença de pessoas no exterior, mas quando tiveram necessidade de solicitar o apoio de voluntários no fornecimento de arroz (trinca) e massa para os animais de mais idade, a resposta surgiu e reuniram 200 kg destes produtos. Existe um site que lhes permite lançar pedidos de campanhas de apoio, assinalou.
Em princípio, os canídeos e felinos recolhidos provêm do concelho de Caminha, mas quando os deixam à porta do centro de acolhimento, mesmo sem saberem qual a sua proveniência, recebem-nos a cuidam deles nas suas instalações.
O confinamento obrigou os veterinários a apenas intervirem em casos urgentes, encontrando-se já reactivado o programa de esterilização (COM), o que permitiu esterilizar todas as gatas fêmeas e a quase totalidade dos machos, para o que contam ainda com as indicações dos cuidadores de colónias.
Vila Praia de Âncora e Caminha/Vilarelho, por serem as freguesias maiores, são onde se registam mais casos de animais sem dono, embora sejam recolhidos em todas as demais, referiu-nos.
Todos os animais existentes nestes centros de acolhimento "têm um nome, quer possuindo como referência a pessoa que os entregou, ou o local onde foram detectados, o que sucede na maioria dos casos", admitiu Karine Torres, o que facilita a sua identificação interna.