Figueira Henriques sucede a Carlos Ferreira na presidência do Conselho Director do Rotary Club de Caminha (RCC) no novo ano rotário iniciado este mês e foi aproveitada a reunião de transmissão de tarefas para distinguir os dois melhores alunos do ensino regular e profissional do Agrupamento de Escolas do Concelho de Caminha.
Vem sendo prática regular do RCC premiar anualmente com dois cheques no valor de 250€ cada um, os estudantes que obtiveram as melhores notas no ano lectivo anterior nestas duas áreas de ensino, mercê do apoio que a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo concede.
Alberto Conde representou a instituição bancária na entrega dos cheques a Henrique Pereira e Beatriz Azevedo, ambos finalistas do ano lectivo anterior.
Nesta reunião que decorreu no Hotel Porta do Sol, em Caminha, o Rotary Club de Caminha entregou ainda um cheque de 1.300€ à Liga dos Amigos do Hospital de Viana do Castelo, destinados a custear a compra de um mamógrafo (já adquirido) que "custava cinco vezes mais do que o orçamento da Liga", assinalou Defensor Moura, presidente desta instituição, presente nesta reunião, acrescentando que "já deram apoio a mais de 200 mulheres" com o novo equipamento. Esta verba entregue agora resultou do apuro da Feira Medieval do ano passado, graças ao empenho das mulheres dos rotários que se envolveram na organização de uma das tasquinhas do evento, acção muito elogiada por Carlos Ferreira, presidente do Clube Rotário que terminou nessa noite o seu cargo de um ano. Coube ainda às mulheres dos membros do RCC decidir sobre o destino a dar a esse dinheiro, recaindo na campanha da Liga vianense.
"Bonito prémio"
O Agrupamento de Escolas esteve representado pela sua directora Maria Esteves, "orgulhosa" pela distinção de que os dois alunos foram alvo pelo RCC, cujo "sucesso é deles", vincou esta professora.
Aproveitando o momento escolar actual, Maria Esteves recordou "o sacrifício" que os alunos fazem neste mês de Julho com os seus exames a fim de conseguirem entrar nos cursos que desejam.
Torná-los "bons cidadãos e profissionais" é o objectivo de todos quantos trabalham na escola, sublinhou, numa "articulação" perfeita que permita o sucesso dos estudantes.
"Hoje em dia tenta-se desvalorizar o mérito", lamentou Maria Esteves, levando-a, por isso, a "agradecer ao Rotary Club de Caminha" o reconhecimento pelo valor dos dois jovens que "são um exemplo para os colegas", sublinhou, que a concessão deste "bonito prémio" ajuda a cimentar.
"O meu muito obrigado por esta alegria que encontro aqui, ano após ano", rematou esta professora.
"Três eventos em simultâneo por razões de cidadania"
As distinções de que os dois jovens foram alvo mereceram uma apreciação positiva da parte de Carlos Ferreira, até então presidente do RCC, alargando-a "aos seus pais, demais alunos e representantes da Escola".
Dirigindo-se aos alunos distinguidos, Henrique Pereira e Beatriz Azevedo, Carlos Ferreira, fazendo alguma futurologia, disse-lhes que "quiçá, venham a fazer parte desta família rotária".
Além desta homenagem e da oferta monetária à Liga dos Amigos do Hospital de Viana do Castelo, houve ainda oportunidade para distinguir José Covelo, um dos fundadores do Rotary Club de Caminha, com o emblema Paul Haris, pelo contributo pessoal à Fundação Rotária.
No ano em que o lema do Movimento Rotário a nível mundial é "Rotary conecta o mundo", Carlos Ferreira incentivou os seus companheiros a "dar de si, antes de pensar em si".
Ao realizar o balanço da sua presidência no RCCaminha - apesar de terem surgido alguns contratempos com que não contavam -, Carlos Ferreira destacou a campanha a favor das duas corporações de bombeiros através da venda de quadros de diversos pintores e o envolvimento do Clube na Feira Medieval.
Elogio ao presidente cessante
Representando os Lions de Vila Praia de Âncora, Alberto Magalhães, após ter prestado reconhecimento ao trabalho desenvolvido por Carlos Ferreira no seu ano rotário, desejou as "maiores felicidades" ao seu sucessor.
Convite para passeio a bordo de barco da Marinha
Figura presente nestes momentos do RCC, o Comandante da Capitania de Caminha, Pedro Costa, voltou a convidar os membros deste clube para um passeio pelo rio Minho, a bordo da lancha da Marinha, habitualmente fundeada em Vila Nova de Cerveira.
Referiu que este era já o terceiro ano em que marcava presença nas transmissões de tarefas do RCC - "foi num instante", sublinhou, a propósito da passagem rápida do tempo - e ser uma "honra estar aqui presente", insistiu.
Aludiu aos pais que necessitam de olhar pela sua família, dando como exemplos os dois jovens agraciados pelo RCCaminha e saudou "o empenho do Agrupamento nos jovens", fazendo votos para que, mais tarde, "aqui se fixem", e que "o país também os ajude" a concretizar essa eventualidade, acentuou.
"Sirvam de inspiração"
Na série de intervenções, Ana Domingues, do Rotary Club de Viana do Castelo, além de manifestar regozijo por marcar presença no clube afilhado, elogiou os alunos premiados e que "sirvam de inspiração para outros dois".
Após elogiar Carlos Ferreira e todos os seus companheiros pelo "seu trabalho", desafiou-os a acompanhar as actividades desenvolvidas pelo clube vianense.
"Quero mais companheiros"
O novo Governador do Distrito a que Caminha pertence é de Viana do Castelo e só não pôde estar presente na transmissão de tarefas porque teve de participar em idêntica cerimónia no Rotary Clube do Porto (Portus Cale), revelou Veiga Torres, seu representante na vila da foz do Minho. Além do mais, Veiga Torres, era presidente do RCViana do Castelo quando foi criado o seu congénere de Caminha há 27 anos.
Desejou ao novo presidente e ao Clube de Caminha que "mantenham no futuro toda a energia" e consigam aumentar o seu quadro social, porque, frisou, "dos 25 fundadores, só estão cá 5", além dos outros 9 que aderiram ao longo dos anos.
Culminou o seu discurso desejando "um ano de sucesso" ao Rotary Club de Caminha.
"Que o Rotary Club de Caminha não fique mal"
Na perspectiva de Figueira Henriques, o lema para o seu mandato será "que o Rotary Club de Caminha não fique mal".
Enalteceu a carreira escolar dos dois alunos do Agrupamento - "do qual eu também já fui utente", realçou -, recordou quem o trouxe para esta instituição, João Domingues, e admitiu ser difícil fazer melhor do que no mandato anterior presidido por Carlos Ferreira, mas evidenciou ser possível "fazer um mandato ao nível dos seus antecessores", não esquecendo de realçar o papel dos cônjugues, nomeadamente na preparação da participação na Feira Medieval dentro de duas semanas.
"Imensamente reconhecido à Escola de Caminha"
Henrique Manuel Porto Pereira, natural de Venade, aluno de Ciências e Tecnologia no Agrupamento do Concelho de Caminha e, presentemente, estudante de Engenharia Informática e Computação na Faculdade de Engenharia do Porto, saiu da escola caminhense com a média de 20 valores, só possível "com o trabalho de toda a gente, com o apoio dos professores e da minha família que foram sempre muito exigentes e porque sempre souberam que eu tinha capacidades para tanto".
A opção para este curso, começou por "ser um sonho de ser professor de Matemática porque, infelizmente, não tenho muita possibilidade de emprego".
Completou que essa seria a sua segunda opção, "porque sempre gostei muito de trabalhar com computadores e afins".
Vai aproveitar este prémio para "investimentos futuros, talvez para fazer Erasmus noutro país e saber quão diferente é estudar noutro local", embora não descartando a hipótese de regressar a fim de trabalhar em Portugal.
Espera que quando terminar o curso, tenha possibilidade de encontrar uma ocupação em Portugal, como que respondendo ao desafio lançado pelo Comandante da Capitania do Porto de Caminha, no sentido de que os jovens se fixem nas suas terras.
Reconhece que "o nosso país está cada vez mais envelhecido" e haver necessidade de "se darem mais oportunidades aos jovens".
Em relação à escola, reconhece o seu contributo decisivo na sua formação, quer em Vila Praia de Âncora quer em Caminha, porque "todo o Agrupamento sempre me tratou divinamente".
"Turismo é uma mais-valia"
Beatriz Apolinária de Azevedo, natural de Vila Praia de Âncora, tirou o curso profissional de Técnica de Turismo no ano passado com 17 valores. Optou por esta área "porque o turismo é uma mais-valia e gostei".
Fez estágio em 2018 no Hotel Porta do Sol e apreciou imenso, assim como os ensinamentos que adquiriu na escola e que lhe servirão para o seu futuro profissional. Vai ter saudades da escola onde lhe foi aberta a possibilidade de abraçar uma profissão que desejou.
Conta poder encontrar emprego numa unidade hoteleira ou de restauração deste concelho, mas, de momento, já trabalha da Sereia da Gelfa, em Âncora.
Presentemente, assiste às aulas a fim de realizar os exames de ingresso na Universidade.