Evento: "Sente a História: Ação Promocional de Música e Património - Novas Abordagens, Novos Talentos"
Tipologia: Fado com Filarmónica: Banda Filarmónica da Associação Musical de Vila Nova Anha Grupo c/ guitarras de Francisco Vieira e os cantores Jorge Nande e Ana Ferreira
Data: 27 de outubro
Hora: 22h
Local: Mosteiro de Ganfei - Valença
Preço: Entrada gratuita e não sujeita a inscrição
Site: https://senteahistoria.com/2018/10/27/banda-filarmonica-da-associacao-musical-de-vila-nova-anha-grupo-guitarras-de-francisco-vieira-e-cantores-jorge-nande-e-ana-ferreira/
Evento: "Sente a História: Ação Promocional de Música e Património - Novas Abordagens, Novos Talentos"
Tipologia: Visita Guiada à Igreja do Convento de Ganfei
Data: 27 de outubro
Hora: 21h30
Local: Mosteiro de Ganfei - Valença
Preço: Entrada gratuita e não sujeita a inscrição
Site: https://senteahistoria.com/dias-de-patrimonio-aberto/
O que têm em comum um Mosteiro, o Fado e uma Banda Filarmónica? E o que podem proporcionar no mesmo dia, no mesmo local e à mesma hora? Aparentemente é um trio pouco coincidente, mas a verdade é que a sua fusão promete surpreender. Em causa está um concerto que vai decorrer já este sábado, dia 27 de outubro, às 22h00, no Mosteiro de Ganfei, em Valença, e que vai mostrar como aquele que é o género musical português recentemente classificado como Património Imaterial da Humanidade, o Fado, pode coabitar na perfeição com uma Banda Filarmónica, conferindo a esta um novo papel.
Neste sentido, serão interpretados, pelas vozes de Jorge Nande e Ana Ferreira, fados clássicos da forma tradicional - com Francisco Vieira na guitarra portuguesa, João Martins na viola de fado e Henrique Rabaçal no baixo acústico - e acompanhados pela Banda Filarmónica da Associação Musical de Vila Nova de Anha*. Os arranjos e adaptações para Banda Filarmónica, foram realizados pelo maestro da própria banda, Francisco Lima**.
A iniciativa decorre no âmbito do projeto "Sente a História - Ação Promocional de Música & Património - Novas Abordagens, Novos Talentos" que, até julho de 2019, está a realizar 30 concertos em 30 locais históricos do Alto Minho, envolvendo mais de 1500 músicos e 10 municípios. Este é o décimo concerto da iniciativa e reflete de modo patente um dos propósitos deste projeto, propondo um repertório diferente e um novo papel para as bandas filarmónicas, desta feita acompanhando os fadistas.
Meia hora antes do concerto, pelas 21h30, vai realizar-se uma visita guiada à Igreja do Convento de Ganfei, um mosteiro beneditino situado no concelho de Valença, que remonta provavelmente ao século VII e é constituído por uma Igreja românica de três naves.
A fundação do mosteiro foi feita no período visigótico, presumivelmente no século XII, o Convento de São Salvador de Ganfei albergou durante várias centúrias uma importante comunidade beneditina, sendo a partir do século XVI padroado dos Marqueses de Vila Real. Segundo uma inscrição no claustro o mosteiro foi destruído no ano 1000 pelo chefe árabe Almançor, sendo reconstruído em 1018 sob o patrocínio de Ganfried ou Ganfei, um cavaleiro francês que se tornou um santo, derivando do seu nome o nome da povoação e do mosteiro.
Tanto o concerto como a visita guiada têm entrada gratuita.
*Sobre a Banda Filarmónica da Associação Musical de Vila Nova de Anha
Sendo ainda uma jovem Associação, seja pelas suas gentes, seja pelo curto tempo de vida, a Associação Musical de Vila Nova de Anha prima pela alegria e responsabilidade. Por detrás de todas as apresentações está muito trabalho e afinco de toda a direção, maestro e músicos que, onde quer que se encontrem, estão prontos para animar quem passa.
A AMVNA tem vindo a demonstrar a sua versatilidade: para além da Banda Filarmónica, possui também uma Orquestra Ligeira e várias Classes de Conjunto. Estas três valências permitem a participação em eventos de géneros diferenciados, adaptando-se a contextos variados.
A AMVNA aposta ainda na formação dos jovens através da sua Escola de Música, de modo a formar os futuros músicos dos seus agrupamentos musicais.
**Sobre Francisco Lima, Diretor Artístico da Associação Musical de Vila Nova de Anha
Francisco Augusto Silva Lima, nascido a 12 de setembro de 1966, natural de Vila Nova de Anha, Viana do Castelo, que teve o início da sua carreira musical aos 11 anos, na sua terra natal, na Escola de Música da Associação Desportiva e Cultural de Anha, onde aprendeu a tocar guitarra.
Nessa mesma Escola, com a ajuda de músicos da terra, aprendeu ainda a tocar saxofone, integrando posteriormente a Orquestra e Escola de Música do Centro de Cultura Juvenil de Viana do Castelo, agora denominada "Fundação Maestro José Pedro".
Motivado pelo sonho de ser como o seu avô paterno (Saxofonista e Maestro), estudou na Academia de Música de Viana do Castelo, obtendo o Curso Complementar de Música "Instrumento - Saxofone". Posteriormente frequentou a Escola de Jazz do Porto.
Adquiriu a Carteira Profissional de Saxofonista para atuações no estrangeiro.
Como professor, lecionou a disciplina de Educação Musical em várias Escolas Oficiais desde 1988 até 2000 mas foi nas escolas particulares de música que encontrou a sua realização profissional, lecionando as disciplinas de instrumento e formação musical na "Fundação Maestro José Pedro", na Academia de Música de Âncora, nas escolas de música de Perre, Areosa e Música de Moreira do Lima, entre outras.
Como saxofonista, integrou, a Orquestra Ligeira de Vila Nova de Anha, Orquestra Ligeira do Centro Cultural Juvenil de Viana do Castelo, a Banda dos Bombeiros Voluntários de Amares, o grupo de baile "Clipers", a Banda de Música de Baltar (Porto), a Banda Filarmónica de Caminha e a Banda de Música de Moreira do Lima (Ponte de Lima). Frequentou vários cursos de aperfeiçoamento musical e de direção de banda como, por exemplo, o "XXVII Curso de Regência de Bandas/Filarmónicas" do INATEL e teve ainda a oportunidade de trabalhar com grandes nomes da música como Jorge Trindade, Jos Wuytack, Henk Van Twillert, Robert Houlihan, Jacinto Montezo, entre outros.
Em 1994, formou a Escola de Música do Centro Social Paroquial de Vila Nova de Anha onde, em 1996, nasceu a Orquestra Ligeira, da qual é o maestro. Ao mesmo tempo, tornou-se o responsável e maestro do Orfeão do CSP de V. N. de Anha, desde o seu início, em 1994, até à sua extinção em 2003.
Em 2004, foi convidado a dirigir a Banda de Música de Moreira do Lima, sendo seu maestro até ao dia 31 de outubro de 2009.
A 19 de outubro de 2009, juntamente com os pais dos alunos da escola de música e com a Direção do Centro Social Paroquial, cooperou, como maestro, no renascer da "Filarmónica do Centro Paroquial Social de Vila Nova de Anha", após um interregno de cerca 50 anos.
Em outubro de 2011, insatisfeito com as normas e regras impostas pela direção do Departamento Cultural e Recreativo ao qual a Filarmónica se encontra inserida, decide deixar o projeto juntamente com a grande maioria dos músicos componentes da mesma e, em 16 de dezembro de 2011, com o apoio desses mesmos músicos, encarregados de educação, amigos e simpatizantes da música, dá vida a um novo projeto, desta vez, independente de qualquer outra instituição, ao qual foi batizado de Associação Musical de Vila Nova de Anha, no qual é professor e o atual Diretor Artístico.
Sobre o "Sente a História"
O programa cultural "Sente a História - Ação Promocional de Música e Património - Novas Abordagens, Novos Talentos" apresenta características inéditas no país. Centrado na capacitação, valorização e no desenvolvimento de competências de diferentes gerações de músicos locais, bem como na criação de novos talentos, o programa decorre de 13 maio de 2018 a 20 de julho de 2019 e envolve os municípios de Arcos de Valdevez, Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira.
Além de permitir uma experiência de história ao vivo, onde a música vai ao encontro da arquitetura dos monumentos, contempla três linhas de programação (bandas filarmónicas, coros e jovens solistas do Alto Minho em contexto de música de câmara), tendo como objetivo surpreender o público com novas abordagens e novos talentos.
As bandas filarmónicas, com os novos maestros a garantirem o rejuvenescimento desta arte na sequência das ações de capacitação deste programa, vão atuar em contexto de concerto com interpretações surpreendentes com jazz, rock, fado, música barroca, popular ou erudita, em formato acústico ou com o som amplificado.
No que diz respeito aos coros, vai estar também patente o cruzamento da tradição com a inovação. Exemplo disso é o facto de o cantor popular repentista Augusto "Canário" ter escrito as letras das canções que vão invocar as lendas da região. Em paralelo, seis compositores de referência do jazz à música erudita (Afonso Alves, Eurico Carrapatoso, Carlos Azevedo, Fernando Lapa, Mário Laginha e Telmo Marques) compuseram sobre as palavras do sentir tradicional, 10 peças corais polifónicas dedicadas a uma lenda de cada município e, ainda, um Hino do Alto Minho. Vozes de todos os coros da região vão fundir-se no Coro Intermunicipal do Alto Minho, num gran finale a encerrar o projeto em julho de 2019, onde interpretarão todas as canções das lendas e o Hino do Alto Minho.
De modo a fomentar os tesouros patrimoniais do Alto Minho, os dias em que ocorrerem os concertos serão também de património aberto, ocorrendo ainda visitas e tours guiados. Os horários das aberturas e os locais de interesse a visitar serão divulgados em www.senteahistoria.com, app e nas redes sociais da iniciativa. Em simultâneo irá decorrer um passatempo onde os visitantes poderão registar fotografias suas, tiradas nessas visitas e concertos, habilitando-se a ganhar vouchers para desfrutar em restaurantes da região.
A iniciativa é organizada pela CIM Alto Minho, produzida pela Eventos David Martins e cofinanciada pelo Norte2020 - Programa Operacional Regional do Norte e encontra-se integrada no Ano Europeu do Património Cultural em Portugal.
Visitar o Alto Minho implica, obrigatoriamente, visitar os inúmeros mosteiros que a região alberga nos seus 10 municípios. Isso mesmo está contemplado no projeto "Alto Minho 4D -Viagem no Tempo", que integra uma Rota dos Mosteiros, com partida de Melgaço, cuja porta entreabriu-se no passado sábado, dia 20 e outubro.
Com uma grande variedade de mosteiros, que inclui Beneditinos, Cistercienses, Franciscanos e Agostinianos, a região do Alto Minho quer dar uma nova visão deste legado patrimonial, através do projeto em rede "Alto Minho 4D -Viagem no Tempo ". No âmbito deste, o concelho de Melgaço ficará com a Porta do Tempo dos Mosteiros, que servirá como ponto de partida e centro de interpretação para exploração dos mosteiros na restante região.
Um projeto que a vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Melgaço, Maria José Codesso, considerou uma mais-valia: "Primeiro, pelos estudos que vai trazer, depois pela demonstração do que é o nosso património, nomeadamente no nosso concelho, o caso dos mosteiros".
Uma nova dimensão do património, em termos de conhecimento e divulgação, que o investigador e professor emérito da Universidade do Porto, José Marques, considerou "muito útil para que as pessoas tomem consciência desta realidade, com séculos de história e que teve grande importância no seu tempo, sobretudo, do ponto de vista religioso, mas também do ponto de vista económico, social e cultural". Na conferência que decorreu sábado de manhã, em Melgaço, José Marques explicou que, atualmente, deparamo-nos com "restos de mosteiros, pois muitos deles ficaram reduzidos às igrejas paroquiais, como é o caso de Paderne e Fiães, em Melgaço". Aliás, este último mosteiro, que foi Beneditino durante cerca de 80 anos e tornou-se Cisterciense no final do século XVII, tendo sido extinto em 1834; foi o centro da visita performativa que se realizou no sábado à tarde.
Aos mosteiros de Melgaço, juntam-se ainda nesta rota pelo Alto Minho os mosteiros de Longos Vales, em Monção; Refoios do Lima, em Ponte de Lima; S. João d' Arga, em Caminha; o Mosteiro de Ganfei, em Valença; entre outros.
Diretor Regional da Cultura afirma que Alto Minho 4D servirá de exemplo a outras CIM's
De recordar que a Rota dos Mosteiros é uma das 10 rotas cronológicas que constituem o projeto "Alto Minho 4D -Viagem no Tempo", e que atribui a cada concelho da região uma época histórica do Alto Minho. Um projeto em rede que o diretor Regional da Cultura do Norte, António Ponte, disse permitir uma "alavancagem muito mais estruturada do ponto de vista da promoção cultural e turística".
António Ponte recordou que o modelo adotado pela CIM foi proposto há três anos, pela própria Direção Regional de Cultura do Norte e que a CIM Alto Minho "é a única no país, a trabalhar com esta dimensão, o modelo de articulação territorial". E explica porque considera este modelo um dos mais importantes, no âmbito da gestão e da divulgação do património cultural: "É um modelo de articulação, de rede, que permite um tratamento diferenciado em cada município, de modo que todos os municípios sejam centro de um tema e sejam periferia em outros; sendo que ao serem periferia não deixam de ser tratados no projeto". Além disso, "todos os municípios ganham um espaço de valorização cultural, sem se repetirem nos outros concelhos".
Com este trabalho alargado em rede, este responsável considerou que "a cultura do Norte fica a ganhar e a cultura do país também, pois estes modelos provam que é possível vencer as fronteiras municipais e ter projetos que se estruturam em sub-regiões". Por isso mesmo, afirmou que o Alto Minho 4D "servirá de exemplo a outras CIM's e a outras áreas territoriais".
Também a vereadora da Cultura de Melgaço elogiou o projeto e agradeceu a visão da CIM Alto Minho, explicando que "neste como em tantos outros projetos, os 10 municípios têm estado de mãos dadas, pois sozinhos, um por si, nunca fariam aquilo que conseguiram fazer num todo e a CIM tem feito um elo de ligação muito grande".
Urban Sketchers desenham o Alto Minho
Paralelamente às conferências e às visitas performativas que são promovidas em cada município, aquando da apresentação da respetiva Porta do Tempo, decorre uma atividade de urban sketch, na qual dezenas de sketchers são convidados a desenhar o principal património do concelho onde decorre a ação.
Em Melgaço, encontramos Isabel Alegria, que viajou de perto de Lisboa para Melgaço, para participar na atividade. Fã do Alto Minho, considerou "ouro sobre azul, o desafio para pintar Melgaço". Encantada pela montanha e pela exuberância da gradação de verdes, Isabel garante que a região "é encantadora para quem pinta".
Viajando de mais perto, Marcelo de Deus, veio de Viana do Castelo atraído pela história que a Igreja deixou como património para o futuro. Encontrámo-lo a desenhar a Igreja da Misericórdia, e dali partiu para o Espaço Memória e Fronteira, encantado pelas tradições de contrabando que em tempos marcaram aquela região e que Marcelo diz merecer um registo em caneta e aguarela.
A Viagem no Tempo prossegue no próximo dia 17 de novembro, em Viana do Castelo, dedicada aos Descobrimentos.
De recordar que o projeto "Alto Minho 4D - Viagem no Tempo" foi aprovado pelo Programa Operacional Regional do Norte - Norte 2020, no domínio do "Património Cultural", e pretende criar uma rede de 10 rotas/ itinerários cronológicos culturais baseados na história e nos bens patrimoniais do Alto Minho. Com esta iniciativa intermunicipal, cada um dos concelhos do Alto Minho encabeçará uma dessas rotas que funcionará como o "portal" de acesso a uma "estação do tempo" (um núcleo museológico que funcionará num determinado espaço físico), que irá dispor de uma série de valências e no qual se apresentará uma sequência de recursos patrimoniais alusivos a essa rota e a serem visitados não só nesse concelho, mas em todo o território, promovendo-se um circuito (touring) cultural pelo Alto Minho e, consequentemente, a mobilidade turística na região.