Os pescadores de Vila Praia de Âncora vão ter em 2019 um pontão flutuante reivindicado desde que a obra no Portinho teve lugar, atendendo a que constava do projecto inicial.
Vasco Presa, membro do grupo de trabalho criado no âmbito do acompanhamento do investimento feito pelo Estado na zona portuária ancorense, manifestou-nos a sua satisfação pelo anúncio desta obra que será instalada "na área norte do Portinho, onde o assoreamento sucede numa fase mais tardia, além de dar mais abrigo e um acesso mais fácil às embarcações e instalações portuárias".
145.000€
A Docapesca já lançou um concurso público destinado a executar a plataforma flutuante de apoio à pesca artesanal, com um preço base de 145.000€, e que deverá ficar concluída meio ano depois de ser adjudicada.
Tal como afirmou Vasco Presa ao C@2000, "o objectivo é a melhoria das condições de segurança de pessoas e bens no embarque, atracação e acesso a embarcações neste porto", afirmou a Docapesca em comunicado.
Segundo indicou a Docapesca,"a nova estrutura é composta por dois elementos de quebra-mar flutuante em betão armado, com as dimensões totais de 40x3 metros, estando equipada com meios de amarração e proteção das embarcações. O acesso ao cais flutuante é proporcionado por um patamar com 6x2,5 metros com guarda corpos e uma ponte com 20x1,5 metros".
Plataforma reinvidicada pelos pescadores
Vasco Presa precisou que a plataforma flutuante ficará situada perto do pontão fixo - preferencialmente destinado aos barcos maiores -, ao contrário da futura estrutura dirigida aos barcos mais pequenos "e que é a característica do porto", prosseguiu, porque não tinham onde atracar, vendo-se obrigados a compartir um espaço com os barcos de recreio.
Plataforma flutuante a sul apenas para a frota de recreio
Desta forma, a plataforma a sul ficará exclusivamente para a náutica de recreio e a nova, a norte, será destinada às embarcações tradicionais, acreditando este pescador
que o seu cumprimento será suficiente para o número existente.
Vasco "Tero", como é conhecido nos meios piscatórios de Vila Praia de Âncora, assumiu como essencial esta nova infra-estrutura portuária, "para que não andemos aqui de um lado para o outro, misturados com os barcos de turismo".
Este profissional de pesca referiu-nos ainda que a Docapesca já tinha interditado o acesso/atracação de barcos grandes no interior do molhe norte, perante o estado de degradação que o cais apresenta, tornando-se "perigoso e sem luz", os quais disporão exclusivamente do pontão (fixo) do meio.
Segundo revelou ainda a Docapesca ("uma empresa do Setor Empresarial do Estado tutelada pelo Ministério do Mar, que tem a seu cargo, no continente, o serviço da primeira venda de pescado e o apoio ao setor da pesca e respetivos portos, dispondo de 22 lotas e 37 postos")
, "a pesca artesanal é responsável pela totalidade das capturas de pescado transacionadas na lota de Vila Praia de Âncora".
Retirada de inertes antes da próxima época balnear
A remoção periódica dos inertes que são introduzidos no interior do Portinho é uma necessidade a que o Ministério do Ambiente deve dar resposta, contando Vasco Presa que na próxima Primavera decorrerá mais uma empreitada de retirada de areias e que deverão ser depositadas nas Dunas dos Caldeirões, com o objectivo de ajudar a consolidar o cordão dunar.
Verão escasso em capturas
Fazendo um balanço da faina no último Verão, Vasco "Tero", revelou-nos que a pesca se revelou anormalmente mais baixa do que é habitual, atribuindo eventualmente esta diminuição do pescado "às águas incaracteristicamente muito frias, a rondar os 11/12 graus durante todo o Verão, muito abaixo da média".
Contudo, salvaguardou que a qualidade do peixe foi sempre a melhor. Apenas a "chegada dos cardumes de peixe não aconteceu na época adequada", insistiu.