A Junta de Freguesia de Vile quer resolver em definitivo o "mamarracho" existente no centro da aldeia, onde antes funcionou o posto do leite.
José Lima, presidente da Junta, o primeiro interveniente na reunião descentralizada deste mês, desafiou a Câmara a encontrar uma solução para o edifício encerrado há uma série de anos.
Miguel Alves recordou que a antiga sala de ordenha pertence a privados que "pedem muito dinheiro" por ela, o que inviabiliza uma intervenção camarária. Acrescentou que se a Junta intermediar, poderão ajudar se o preço for justo. Como último recurso, será a expropriação.
O encerramento da escola primária é outra das situações que a população gostaria de solucionar.
Marina Coelho, presidente da direcção da Associação Cultural de Vile, lamentou a falta de condições que têm para desenvolver as suas actividades, as quais decorrem no salão cedido pela própria Junta.
Por tal motivo, apelou ao presidente da Câmara para que disponibilize as suas instalações. Miguel Alves recordou que o projecto de recuperação se encontrava pronto, mas foram solicitados alguns ajustes, os quais deverão merecer uma avaliação, sendo intenção da Câmara "colaborar e ceder a escola".
Essa moradora pediu ainda que fosse reparado o parque infantil e pretende que a Capela de S. Pedro de Varais seja mais divulgada. Chamou a atenção para a falta de sinalização em algumas ruas e para os charcos de água que se formam.
A propósito de S. Pedro de Varais, o vereador José Presa, após louvar o labor da Associação de Vile, recomendou ao Executivo que se interessasse pela "recuperação do caminho romano de S. Pedro de Varais".
Esta sessão foi aproveitada pelo presidente da Junta para resumir as obras e melhoramentos realizados nos últimos tempos e pedir o contributo da Câmara para outros. É o caso da colocação de uma grade e protecção de acidentes na zona do Cruzeiro e em S. Sebastião.
Pediu mais rede de saneamento para a freguesia, após ter sido acompanhado por técnicos camarários numa vista a diversos locais, dando como exemplo a Rua do Pintor, aproveitando o acesso à ligação a Riba d'Âncora.
Chamou a atenção para o piso da Rua da Mamoa, após ter sido levantada a calçada, no que foi secundado por uma moradora que calcorreia esta artéria diariamente, com muita dificuldade, aliás.
José Lima lamentou a exiguidade de verbas disponibilizadas às juntas, o que o levou a sugerir ao Executivo que assumisse a limpeza da Av. de S. Sebastião e do acesso a S. Pedro de Varais.
O estado da Mamoa de Vile também foi abordado por essa vilense, mas foi dado o exemplo do sucedido em Lanhelas, em que uma limpeza feita pela Junta, causou mau estar junto da Direcção Regional da Cultura do Norte.
A limpeza da floresta suscitou discussão, depreendendo-se que ainda existem muitas dúvidas sobre este tema, levando o presidente da Câmara e o vereador Guilherme Lagido a sugerir a realização de uma sessão de esclarecimento, a exemplo do sucedido noutras freguesias.
A terminar, uma moradora que não tem posses para pagar as limpezas, nem idade para trabalhar com máquinas apropriadas ao corte do mato, desabafou: "Andaram a pagar para acabar com a agricultura. Tiraram-nos as escolas, as crianças e as terras morrem!".