Os irmãos da Santa Casa da Misericórdia de Caminha reuniram-se em assembleia geral a fim de aprovarem as contas de 2017, o que aconteceu por unanimidade, embora tivesse sido apresentado um défice de 11.000€, facto "nada preocupante", atendendo à "sustentabilidade" desta instituição, coisa que não sucede noutras, conforme destacou o irmão Nani.
Embora o número de utentes tenha aumentado na creche (+11) e no Jardim de Infância (+7) e se tenha mantido igual no Lar de Stª Rita, em Vila Praia de Âncora, tal não terá correspondido a um significativo aumento de receitas - havendo ainda um défice de 50.000€ - nomeadamente porque a Segurança Social não terá procedido à revisão dos acordos com as IPSS, criticou a irmã Lilia, admitindo por isso que "estamos a prestar um acto de solidariedade". No entender desta irmã, a Segurança Social deveria pagar mais 62.000€ pelas crianças inscritas a mais em 2017.
Contudo, segundo apurámos, existe um limite ao número de utentes até onde a Segurança Social comparticipa, a partir do qual, se as IPSS admitirem mais crianças, deverão arcar com os custos.
Em termos de obras, no ano passado, foram limpas as caleiras, colocada silicone nas fachadas e substituído o sistema de chamadas dos utentes do Lar de Stª Rita, bem como é agora possível aceder informaticamente a esta valência, desde a sede em Caminha, informou Celisa Alves, ao apresentar as contas e o relatório de 2017.
No decorrer desta reunião, o irmão Célio Martins pediu esclarecimentos sobre a criação de uma agência de turismo no âmbito da Santa Casa, e eventuais admissões para este serviço.
Projectando este ano, Carlos Mouteira, Provedor da Misericórdia de Caminha, anunciou que a Fundação D. Leonor, ligada à Misericórdia de Lisboa, concedeu um subsídio de 38.000€ destinado a realizar uma intervenção no andar do ATL, com a instalação de uma cadeira elevatória. Através deste financiamento, estão assegurados 90% dos custos deste melhoramento, precisou o provedor.
O ponto mais polémico deste assembleia geral, teve como origem uma intervenção do irmão Fernando Miranda, ao afirmar que a Mesa Administrativa tinha manipulado umas fotografias que ele tinha entregado ao presidente da Mesa da Assembleia Geral, relativas à existência de fungos no linóleo (revestimento em cortiça sobre o pavimento do Lar de Stª Rita), o que seria una situação perigosa, levando-o a completar a sua opinião com a afirmação de que "se tivesse lá um familiar, tirava-o logo".
Fernando Miranda lamentou que tivessem andado a saber quem é que lhe tinha passado as fotografias e, "as funcionárias, agora, fogem de mim", com receio de serem comprometidas com essa atitude, atirou.
Este irmão precisou ainda que o linóleo não era um urinol, como tinha sido publicado num jornal.
Perante o desabafo do irmão, Carlos Mouteira assegurou não ter existido qualquer "deselegância" por parte da Mesa Administrativa em relação ao procedimento de Fernando Miranda, porque aquando da entrega das fotos (que aumentam a realidade, precisou), tinha anunciado que iria tentar saber quem lhas passara para as mãos. Acrescentou que "nunca me apercebi dessa gravidade toda" e negou que tivessem "pressionado as funcionárias".